Vamos jogar um jogo?

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Joanna passou alguns dias sem sair do quarto, e não permitia que ninguém, exceto Genevieve, entrasse. Ela rodava pelo quarto, quase febril, com os pensamentos em looping.

Ela sempre se orgulhara de ser uma garota racional. Depois de tantos anos, ela não podia simplesmente deixar esse estranho entrar na sua vida sem mais nem menos.

Todos os dias ele vinha, batia na porta, chamava-a com a voz cada vez mais triste e ficava por alguns momentos esperando que ela abrisse, e então ia embora.

No terceiro dia, Genevieve o encontrou sentado no pufe verde, com a cabeça entre as mãos. A mulher lhe estendeu uma xícara fumegante, e ele ergueu os olhos lentamente.

-O que é isso?

-Chá de camomila. Vocês dois estão pensando passando os dias tão ocupados, cada uma a sua maneira, que vocês precisam de algo que os force a descansar.

-Ocupados...? – Perguntou Loki, pegando a xícara e encarando o conteúdo dourado.

-Sim. Você deve estar ocupado lidando com, bem, com tudo isso. – ela fez um gesto abrangendo a nave. – E ela está lidando com tudo o que está aqui dentro. – Genevieve bateu com a ponta dos dedos na testa. – Ela anda pensando tanto que, juro, dá pra ouvir as engrenagens girando dentro da cabeça dela. Eu acho que você devia dar um tempo pra ela. Deixe que ela te procure. Ela está confusa, já que nunca se envolveu com nenhum garoto, imagine com um homem.

Loki pensou enquanto esvaziava a xícara.

-Às vezes me esqueço de que, aqui, ela ainda é só uma garota.

-Dê um tempo a ela. Ela vai te procurar, te garanto. – Respondeu a mulher, com um sorriso e um tapinha afetuoso no joelho.

-Você está me ajudando por que...?

-Meu filho, quando você vive entre os mortais, como você diria, por tanto tempo quanto eu, aprende a diferenciar amor de paixão. – Com uma expressão pensativa, Loki se dirigiu para a porta.

“Bem, a parte mais fácil já foi.”, pensou a mulher, empurrando a pesada porta do banheiro.

Joanna estava imersa na banheira, com os cabelos negros presos em um coque alto, a pela morena avermelhada devido à temperatura.

-Joanna, se escaldar não vai tirá-lo da sua cabeça.

-Tirar quem da minha cabeça, Genevieve? – Vish, chamou de Genevieve. Isso só significava uma coisa: mau humor extremo.

-Aquele jovem que vem bater na sua porta.

-Jovem? Que jovem? Jovem sou eu, Genevieve! Ele é velho! – ela retrucou esfregando as costas com uma bucha.

-Joanna, não tem nada de errado em gostar de alguém mais velho.

-O problema não é só a idade! Ele é doido! Ele me sequestrou, ele é Loki Laufeyson!

-Ah, então você gosta dele? – A garota piscou algumas vezes.

-Ah, me deixa em paz, Genevieve! – ela retrucou, submergindo na espuma.

Joanna voltou à tona e a governanta a esperava com um sorriso.

 -Jo, você devia ao menos conversar com ele. Sabe, eu nunca estive errada nesses assuntos do coração quando você precisou.

-... Mas eu nunca precisei!

-Exatamente! Nunca errei! – respondeu a mulher com um sorriso satisfeito.

-Ai, tá bom, Gen. Depois desse seu argumento, como não falar? – ela respondeu, fechando os olhos e se recostando na borda da banheira.

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Loki'd!Onde histórias criam vida. Descubra agora