Um Amor Mafioso

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MILENA

Sempre que anoitece, me questiono como farei pra pagar as minhas contas! Ninguém quer me empregar. Eu tenho força de vontade. Ensino médio concluído, isso não basta?

Lembrando, eu só tenho experiência no mundo do crime, alguns meses roubando. Faz parte. Preciso comer, ou então morro de fome.

Meus pensamentos somem assim que vejo uma mulher de aparentemente 20 anos. Tem dinheiro, é perceptível pela forma como se veste e os acessórios que possui!

Sandálias e pasta da gucci! Já tenho a minha presa pra hoje.
Bingo!

Fico fora do shopping esperando ela sair. Coloco meus óculos escuros, e o meu capuz. Assim que seus passos caminham pra saída, aproximo os meus, retiro o meu canivete sem perceber e chego nela confrontando-a.

— Passa tudo agora, e descalça essa porra! – digo mostrando o canivete e a pistola de brinquedo pra ela.

Colocou o celular na minha mão, prestes a segurar a bolsa, sinto braços fortes me segurarem. Fui imobilizada de forma brusca. Senti algo tapar o meu nariz enquanto tentava lutar, comecei a ver coisas fuscas , parei de ouvir até que caí num desmaio.

👀

Escutei vozes no fundo, abri os olhos devagar. Não conhecia aquele lugar, parecia um galpão. Minhas mãos e pernas estavam amarradas.

Será que queriam me deixar fugir? Amarraram de um jeito frouxo, provavelmente devia ser um iniciante, pensei logo. Tentei me desamarrar mas parei assim que escutei passos.

A porta foi aberta com um enorme barulho. Um homem alto, do tipo, XXXXLL entrou na sala. Caminhou até a mim.

— Qual é o teu nome? – perguntou enquanto atirou pão e água.

— Shinobbi!

— Então, Shinobbi, voc... – não deixei que terminasse de falar e interrompi-o logo.

— Shinobbi para os íntimos, pra você é, senhorita Shinobbi! – disse e pisquei pra ele.

— Engraçada. Quero ver seres assim quando o chefe vier, sabias que tentaste roubar a irmã do Capo da máfia? – Puta que pariu! foi a primeira coisa que pensei. Me meti com gente da máfia? — Ele virá pessoalmente te matar!

Tentei não me abalar com o que ouvi.

— Vocês não são bons anfitriões! Mafiosos, recebem hóspedes com pão e água? – questiono indignada à ele — Quero lagosta, por favor!

— Vou ter com o Capo Geovane Andreatta! Adeus.

— Como faço pra sair daqui? – pergunto mesmo vendo ele sumir do cómodo e fechar a porta. Droga! Sou muito linda pra morrer.

Olhei para o cómodo todo, e tinha uma janela. Não era tão alta mas dava pra tentar. Desamarrei as minhas mãos e os meus pés. Peguei um banco que estava escondido, pendurei-me nele.

Empurrei a janela 3 vezes, porque era dura como uma pedra. Fiz uma força e pulei. Raspei o braço porque o chão era cimentado apenas, mas eu liguei? Não! Eu só queria sair dali.

Acidente de percurso: um rottweiler corria atrás de mim. Eu não queria morrer mordida pelo cão! Corri mais rápido que pude, mas ele mordeu-me no braço. Peguei logo uma pedra que vi e dei na cabeça do cão que caiu desmaiado.

Pulei o muro e estava livre! Mas droga, meu braço estava todo ensanguentado.

👀

— Foram 5 pontos! Deves vir fazer o curativo todos os dias na primeira semana. Na segunda, apenas 3 vezes. Tomar esses remédios e vitaminas. Não deves fazer muitos movimentos porque podem rebentar os pontos.

— Obrigada! Sabe, eu fui assaltada, será que pode me dar uns trocados para voltar pra casa? – pergunto com o meu melhor sorriso e aquela voz meiga.

— 15 euros. – agradeci e peguei um táxi implorando. Cheguei à casa, fui tomar um banho.
Coloquei apenas um calção curto e um top. Comi leite com cereais.

Liguei o computador e pesquisei sobre Geovane Adreatta. O tipo é bonito. Rústico. Sorriso fechado. E é alto. Tem uma das maiores indústrias alimentares do país além de outros negócios em vários ramos do sector de atividade.

Ligado a várias investigações. Suspeito de quase tudo, mas nunca há provas contra ele. O gajo é como um fantasma. Mora aqui em sicília. Anotei logo o endereço da mansão dele. Quem sabe faço uma visita de cortesia?

Geovane

— Como assim ela fugiu e ainda feriu o bob? – pergunto à Fabrizzio, meu segurança.

— Ela pulou pela janela. O bob deve ter lhe mordido por isso ela bateu nele.

— Quero os dados dela. Ninguém cruza o caminho da máfia. Agora saia! – Fabrizzio saiu.

Ando cheio de problemas. Ainda tenho que ver como a minha princesa está. Minha irmã nunca sofreu esse tipo de violência. Mia é só uma criança de 20 anos.

Lembro bem do dia em que a coloquei no colo pela primeira vez. Meu anjinho. Prometi a mim nunca deixar que coisas ruins acontecessem à minha princesa. E Dios, eu falhei.