Ato III

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Aeroporto Internacional de Seoul, 8:39PM

Luhan estava louco. Aquela seria a única explicação para o evento de mais cedo.

Porque, de certa forma, ele conhece Kobal, talvez ainda saiba tudo sobre ele. O problema é que o mesmo não o reconheceu, e isso o desapontou.

Tudo bem que o coreano nunca foi lá um ser humano, mas pensou que o mesmo guardaria mínimas recordações da infância.
O chinês não quis acreditar, é claro. Havia algo de errado. Claro que Kobal lembrava dele, apenas não quis comentar.

"Ahá, eureka, deve ser exatamente isso!" Pensou.

Mas, o que ele faria afinal?

— Não viaje tanto, já basta o almoço inteiro no qual você passou totalmente aéreo. — Seu pai o tirou de seus devaneios, lembrando-o de que já estavam no avião para voltar a Beijing.

— Não encha-me o saco, Lu. Não estive aéreo, apenas pensativo. — Virou os olhos.

— Você é burro, não tem pensamentos profundos.

— Se eu sou tão burro, por que passará isto o que você chama de cargo para mim? — olhou para um ponto fixo à sua frente, cuspindo aquelas palavras num tom ríspido, porém controlado.

— Não tenho escolha, você é meu único filho. — Deu de ombros.

Luhan não retrucou, aquele tipo de conversa acontecia com frequência, e ele já estava cansado de debater.

Apenas ponderou em seu assento, logo dormindo.

(...)

Acordou com a leve turbulência que o avião fazia ao pousar, e esperou até o momento de sair.

Ficou calado o caminho inteiro até em casa, estava absorto demais em seus pensamentos, não conseguia aceitar que o coreano não tinha recordações de Luhan.
E, também, não tinha certeza se suas habilidades funcionavam com o mesmo, pelo fato de Sehun também ser um demônio.

Luhan realmente não era muito inteligente, então resolveu ligar para Lay, um garoto que conheceu num desfile.

Na verdade, Lay invadiu o camarim do chinês, literalmente gritando que sabia que ele era um demônio. Depois de Luhan acalmar os seguranças, descobriu que o jovem havia nascido com uma espécie de poder, no qual ele podia identificar coisas ou pessoas sobrenaturais através da cor da áurea daquilo. Luhan nunca soube como ele fazia isso, mas sabia que era verdade, pois o mesmo comprovou com alguns testes.
Desde então, criaram uma espécie de amizade, após se conhecerem mais e descobrirem que têm muito em comum.

— Lay, preciso de ajuda, é algo novo sobre aquilo. — Disse meio eufórico, após o amigo aceitar a chamada.

— Uah, sério?! O quê?

— Kobal, é ele, eu o vi. Ontem.

— Impossível!

— Juro! Lembra da reunião que fui com meu pai? Ele estava lá, ele é prestador de contas da máfia coreana!

— Woah, caralho! E ele lembrou de você?

— Não... — Sua voz era cabisbaixa.

— Poxa, o que está pensando em fazer?

— Não sei, por isso te liguei né.

— Ah, ata. Bom, sei lá também.

— Porra, assim você não colabora.

— Bom... — Ponderou. Luhan pôde contar mais de quarenta segundos — Você poderia ir para Seoul, tentar se aproximar dele e tal. Afinal, vocês dois são da máfia, devem se entender.

KOBAL [HunHan]Onde histórias criam vida. Descubra agora