ENTRE A VIDA E A MORTE

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Chovia forte, ouvia-se trovejos em quanto caminhavam por meio daquelas ruas desertas, os Guarda chuvas pareciam não dar conta, as pernas deles já estavam ensopadas, sorte que o seu destino já estava perto, a maternidade São Miguel.

Sim, ela estava grávida e em trabalho de parto, no que daria luz ao primeiro filho do casal, que resolveu vir antes do tempo, para ser mais exato 7 meses e 3 semanas. É um menino, do qual eles resolveram dá o nome de Brad, Brad Montagnes Steckel, um nome um tanto quanto peculiar escolhido por esses pais um pouco fora do comum.

Ela gritava de dor pelo caminho, ventava muito, era aproximadamente 17hrs, porém com o tempo nublado já estava tudo um pouco mais escuro que o normal, faltava pouco para a chegada na maternidade, já se podia ver nitidamente a estrutura daquele grandioso monumento de três andares com vidros espelhados nas janelas, um pouco rústico de fato, notava-se algumas ambulâncias paradas em frente, mas a visão estava um pouco embaçada por entre os óculos dele.

Tão jovem iria ser pai, ainda não acostumado com essa ideia, sabe que tudo aconteceu por um acidente, e mesmo depois de tantos meses ainda se borrava de medo, estava preocupado com sua mulher, andando abraçado com ela, que estava vestida com vestidinho azul florido e uma sandália simples, enquanto ele estava de botas pretas, calças jeans e um moletom.

A poucos passos do hospital, houve uma explosão muito forte, muito diferente dos trovões que já estavam acontecendo, e aquela luminosidade cegou a visão dos dois, que caíram no chão desmaiados...

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Um zumbido forte no seu ouvido, ele não sentia nada, só aquela ecoação dentro da sua cabeça, que doia grandemente, o zumbido estava alto demais, quando ele se atreveu a abrir os olhos e perceber então o que havia acontecido, ele se via deitado numa maca da maternidade, dois acessos em cada um de seus braços, suas mãos estavam enfaixadas, e ao fundo da sala estava a enfermeira, de pronto e preocupado ele tentou se levantar, e a enfermeira correu para impedi-lo.

- Onde está minha mulher? O que aconteceu?

- Calma senhor. Respondeu a enfermeira. Você tem que permanecer deitado em recuperação.

- Eu não posso, preciso saber o que aconteceu com ela e com o nosso filho, preciso saber se estão bem. Falou gritando desesperadamente.

- Vou verificar como o senhor está. E se possível lhe acompanho até a sala onde eles estão. Falou a enfermeira tranquilamente.

De pronto a enfermeira buscou o seu estetoscópio, e o aparelho de verificar pressão, e assim o fez de maneira rápida.

- Como o senhor está se sentindo?

- Estou ótimo! Respondeu desesperadamente e com uma dor insuportável na cabeça.

A enfermeira tirou os seus acessos.

- Eu não poderia nem está fazendo isso agora, mas acho que sua esposa pode precisar de você.

Ele fez uma cara de mais assustado ainda, e colocou as pernas para fora da maca, a enfermeira veio lhe ajudar a sair, ele sentiu suas pernas cambaleando, mas fingiu está tudo bem, só queria ir de encontro para com a sua esposa. Ao sair da sala, percebeu uma correria dos funcionários do hospital, e um desespero para uns três leitos depois do seu. A enfermeira lhe dando apoio caminhou com ele até a janela do quarto de sua esposa, onde ela estava.

Infelizmente aquela correria era por causa dela e de seu filho, ele não podia entrar na sala, só conseguiu ver a face da sua amada desacordada, e envolta por dezenas de médicos e enfermeiras, todos correndo para lá e para cá buscando os mais diversos materiais, ele então começou a rezar, para que os dois ficassem bem. Nem se deu conta do que tinha acontecido com suas mãos, e nem uma dor forte no coração que passara a sentir desde então.

Ao observar durante poucos segundos, viu que o cirurgião havia começado uma Cesária para a retirada de seu filho da barriga de sua mulher, a aparência nos rostos dos profissionais não lhe passara nenhuma tranquilidade. Poucos minutos depois retiraram o corpo precoce de seu filho, que não se mexia, e viu os médicos fazendo animação para seu filho voltar a vida aparentemente, parecia que Brad não havia resistido. Ele grita fora da sala batendo no vidro desesperado e chorando ao ver aquela cena, quando menos esperava o pior, estavam fazendo o mesmo procedimento na sua esposa.

Quando a tontura e as dores de cabeça aumentaram e o zumbido no seu ouvido estava mais forte do que no nunca, sentiu seu corpo perdendo as forças desmaiando no corredor do hospital, sem ao menos saber o que acontecera com sua família.

O PODER DA MENTEOnde histórias criam vida. Descubra agora