— Lúcio é você? – Pergunta uma senhora alegre com a grata surpresa.
— John desconhece aquela mulher, mas ela insiste e pergunta sobre bananas.
— Bananas? – Ele se faz a pergunta.
Após alguns minutos de conversa John, descobre que é um vendedor de bananas daqueles que andam com suas carrocinhas pelas ruas oferecendo a quem quer comprar. Porém devido o código de postura implantado na época, toda e qualquer atividade deste tipo estava impedida de transitar nas ruas mais movimentadas da cidade, ao saber da sua situação pela boca daquela alegre senhora ele se despede e continua sua caminhada. Olhando o calçamento da rua com seus paralelepípedos encaixados perfeitamente e ao admirar as casas com seus azulejos, espantasse com o um sonoro som um tanto desconhecido. Era um bonde.
— Eu não bebo, não fumo, muito menos uso drogas. O que esta acontecendo? – Pergunta-se em voz alta.
Alguém de dentro do bonde grita pelo seu nome, é um homem aparentemente de uns 50 anos de idade.
— Lúcio, ah quanto tempo jovem?
— Sim, já tem um tempo – Ney responde prontamente sem dá muitos detalhes afim de buscar naquele homem mais informações sobre si mesmo.
Após um tempo de conversa o homem lhe dá um aviso.
— Não é essa a sua parada, amigo?
— Sim, claro, a conversa está tão boa que nem percebi — A verdade que nem ele mesmo sabia que teria que descer ali.
A parada que Ney ou seria Lúcio, desceu. Era na esquina de uma rua larga, porém não como as outras, está não tinha paralelepípedos, as casas eram mais simples. Faltavam cores, faltavam arvores, a verdade que faltavam muitas coisas, aquela rua dava acesso a parte da periferia da cidade. Lúcio dobrou a esquerda seguiu em frente e sentiu algo dentro de si que devia descer a ladeira. Alguns passos em falso por causa do chão pedregoso, contudo, crianças brincavam na área. De repente Lúcio, olha a sua esquerda, uma casa de madeira pintada na cor branca com detalhes verde bandeira chama sua atenção, entre uma janela e a porta esta o número da casa, número 63. Lúcio lembra-se do número que estava no bendito livro além disso sente algo o chamando para dentro. A porta na parte superior tinha vidros que substituíram a madeira, porém não se podia olhar para dentro, pois havia uma cortina com rendas que foi colocada ali justamente para impedir os olhares mais curiosos. A passos lentos Lúcio se aproxima da porta sem saber ao certo o que fazer. Antes mesmo de fazer qualquer coisa, é surpreendido por gritos saindo de dentro da casa, um casal de crianças, uma garotinha aparentemente de quatro anos e um garotinho de sete.
— Crianças deixem seu pai entrar — Disse a formosa morena de olhos puxados, cabelos ondulados e nariz esculpido. Cada frase que saia de sua boca, aquele homem fazia uma leitura e releitura para vê se entendia bem. Aquela mulher era Clara. Dona de casa, que devido a estatura chamavam de Clarinha. Com seus 21 anos de idade, tinha um olhar apaixonado por aquele rapaz. Rapaz?
— Oi querida — Responde meio sem graça, Lúcio.
— Deve está cansado, meu amor, a comida já esta a mesa. Se preferir tomar banho eu espero, se não já podemos almoçar, as crianças já comeram.
Lúcio decide apenas lavar as mãos, ali mesmo na pia da cozinha, não sabe nem onde é o banheiro! A esposa faz uma pergunta: "Como foi lá no banco?" Ao pegar a toalha para enxugar as mãos, o homem não tem tempo de responder ao se defrontar frente ao espelho.
Lúcio não se reconhece ou seria Ney ou nenhum dos dois. O homem que aparece frente ao espelho não tem a idade daquele que estava naquela sala cheia de livros. E sim um rapaz de 24 anos. Branco, de 1,78, cabelos e olhos castanhos, os cabelos penteados e arrumados para o lado. Lúcio parece confuso, parecia que estava preso há um outro corpo, mais jovem, mais formoso. Saindo dali senta-se a mesa para comer junto a esposa, chegando a cozinha, comida a mesa, prato cheio. A esposa vira-se com um refresco e o serve. Ele sorri, tenta passar tranquilidade, o rosto esconde o medo de alguma pergunta mais complexa como por exemplo...
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Caçador de Mim
General FictionUm homem de meia idade se vê confuso e perturbado ao ouvir uma misteriosa voz com frases desconexas e ao começar a leitura de um livro um tanto estranho na antiga biblioteca de seu avô é levado há dois mundos completamente diferentes. Questionando t...