XIII

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Já no carro, me virei de frente para ela, ela se envolvia com seus braços, como se pudesse se proteger de um inimigo invisível.
Eu não a toquei, eu queria vê-la a vontade, e para isso eu ia tentar não ser intimidante.

— Você parece surpresa principessa, eu disse que viria. Espero que esteja com fome, afinal você me deve um jantar, não é mesmo?

— Sim, e-eu terei que fazer sexo com você? – ela me olhou assustada

— Você fica adorável quando cora assim, mas que eu saiba eu apenas disse que vou te levar para jantar .

— E eu tenho outra escolha?

— Ellie você veio até mim, por mim eu teria resolvido o meu problema e ido embora com a sensação de dever cumprido.

— Matar pessoas é o seu dever?

— Não, eu não mato pessoas, a menos que alguém tente me matar ou traia a minha família.

— Eu eu ainda quero te matar durante o seu sono. – ela disse desafiadora me fazendo gargalhar.

— Senso de humor é uma qualidade em sua família pelo que vejo, mas como eu disse, adoraria vê-la tentar principessa.

Toquei seu rosto de novo e ela estremeceu. –inocente e perigosa –repeti várias vezes em minha cabeça como um mantra.

Fomos a um pequeno estaurante italiano, provavelmente o único da cidade, mas era aconchegante me lembrava a cantina da Federica na Calábria.
Era um lugar pequeno no máximo 15 mesas, mas as toalhas e as cortinas nas cores da Itália, deixava o local belo apesar da simplicidade.

Eu pedi um vinho nacional, não havia outra marca confiável,  um ravióli de camarão com molho Velours para dois, e canolli de sobremesa.

— Você está ainda mais bela do que antes princesa, gosto de vê-la um pouco mais relaxada.

— Não ter uma arma apontada para a cabeça faz maravilhas a uma mulher, ainda que ela tenha vendido a alma para o diabo.

— Espirituoso, adoro o seu senso de humor, que atrelada a sua beleza faz de você uma mulher irresistível.

— Gostaria de poder dizer o mesmo a seu respeito senhor, no entanto, o senhor não me faz rir e a sua beleza só te faz mais perigoso e repulsivo.

Ah! Linda e corajosa, exatamente como eu me lembrava, o que eu não faria com essa boca.

— Que bom que agrado aos seus olhos, minha querida, e quanto ao repulsivo veremos mais tarde, talvez quando você começar a implorar.

— Acho que o senhor não sabe até onde vai o seu controle senhor.– ela disse revirando os olhos com desdém, mas o pânico era visível ela estava apavorada, o ataque era a sua melhor defesa.

— Ah principessa, você não faz ideia.– eu beijei seus dedos um a um, torturando mais a mim do que a ela.

Após o jantar deixei  valor da conta e mais uma boa gorjeta e ofereci minha mão a ela.

— Vamos Ellie! Precisamos conversar. – ela se ergueu devagar, como se esperasse algo muito ruim, mas eu a tranquilizei com um leve sorriso.– relaxe eu não mordo pelo menos não fora do contexto sexual, mas acho que não faremos sexo no meio de um restaurante então acho que você está segura comigo senhorita.

Jullius abriu a porta do carro para ela, e ela agradeceu com um olhar de espanto, acredito que ele foi enfim reconhecido.
Ela passou todo o trajeto olhando pelo vidro escuro do carro, os braços ainda abraçavam o seu corpo, observa-la poderia se tornar o meu hobby.

Venni - Herdeiro da Vingança -  Série Detentores. - Livro 1 - CompletoOnde histórias criam vida. Descubra agora