- Estou surpresa... Eu esperava por alguém bem mais velho do que eu.
Viro-me quando ouço a voz da senhorita Sora.
- Não há erro algum, posso lhe assegurar que minhas habilidades são reais. Senhorita Sora, eu irei protegê-la.
No caminho para casa, noto que estamos sendo seguidos. Como ela pode querer ir a escola nessa situação?
- Assim que virarmos a próxima esquina iremos correr. - Digo sutilmente.
Pessoas comuns acham que lugares cheios são mais seguros, mas... não são.
- Senhorita Sora, se alguém está tentando matá-la, vai fazer isso seja em um lugar público ou em sua casa. - Digo friamente. - É bom ter isso em mente.*
- Sora! Ele é o guarda-costas que deveria vir hoje? - Um jovem loiro noa para na entrada da mansão.
Pela sua boa aparência logo notei que devia se tratar de Katayama Shiro, o filho caçula do professor.
- É um prazer conhecê-lo, Shiro-Sama. - O cumprimento.
- Sora... um cara, não é? - Ele ri de modo malicioso. - Não tem jeito de não te deixar ficar rondando pela casa, mas... Espero que você entenda que você não passa de um guarda-costas.
- É claro. - Aceno de maneira respeitosa.
- Shiro-san! Pare com isso! - Sora pede envergonhada.
- Sora não fique muito perto dele, me ouviu? - Ele pede. - Afinal, qual é o seu nome?
- Eu não possuo um. - Respondo friamente. - Pode me chamar de "Monster", é o meu codinome.
- Entendi. - Ele se afasta.
Observo-o correr até a casa, algo nele estava errado.
- Desculpe... Shiro-san não sai muito, então ele é um pouco desconfiado com pessoas que ele não conhece. - Sora diz se voltando para mim.
- Ele parece ter te aceitado bem. - Comento.
- Eu me pareço exatamente com sua querida irmã mais velha, afinal. - Ela suspira.
- Bem-vinda de volta, senhorita Sora. - Um trio de empregadas aparece assim que entramos na mansão.
- Rin-san, estou de volta. - Ela sorri para a empregada ruiva, ela tinha os cabelos amarrados em uma trança, seu corpo era magro e esguio, e seus olhos frios.
- I heard that security would be tightered but... I didn't think we'd be working for you. - Rin diz me olhando.
- Oh não, vocês chegaram antes de mim, então eu vou seguir as suas regras aqui. - Digo ironicamente, pelo visto, eu não fui o único a ser mandado para esta missão.
Isso vai ser divertido...
*
Fico imóvel no corredor do pátio, a porta entreaberta me permite ouvir bem a conversa entre Rin e Sora.
- Ele pertence a um grupo especial da nossa organização, chamado de "Anônimos". - Ouço Rin falar.
- Especial? - Indaga Sora.
- Ele é um demônio sem coração que nasceu e foi criado dentro dos privilégios da organização. - Rin explica. - Eu não imaginava que eles aceitavam trabalhos desse tipo... Talvez eu esteja exagerando, mas por favor não baixe sua guarda.
*Observo um pequeno pássaro azul em uma gaiola dourada no pátio quando Sora se aproxima. Ela tinha prendido os cabelos e trocado o vestido amarelo por um mais simples.
- Você gosta de pássaros? - Pergunta.
- Na verdade não.
- Entendo. - Ela suspira. - Pobres pássaros aprisionados, eles tem suas asas mas não podem voar a lugar algum.
- Para eles, estar em uma gaiola é normal, eu não acho que eles se sintam incomodados.
- O nome dela é Illiya. - Ela se vira para mim. - Como devo chamá-lo?
- Me chame apenas de "Monster", sem qualquer adicional por favor.
- Você realmente não tem um nome de verdade? - Ela pergunta. - Igual a mim. Katayama Sora é o nome da falecida filha mais velha do professor. Diga... Já que nós dois não temos nomes, que tal nos darmos um nome?
- Eu não preciso de um nome, então peça para outra pessoa. - Digo me afastando.
- Tem que ser você! - Ela me segura pelo braço.
- Por favor, me solte... - Peço tentando me soltar.
- Não! Por favor... - Suplica.
- EU NÃO PRECISO DE UM NOME! - Grito me soltando.
Me afasto ao ver seus olhos arregalados.
- Quando nos encontramos pela primeira vez eu pensei... Que você e eu éramos parecidos. - Ela diz ao caminhar até a gaiola novamente.
Na janela do segundo andar, vejo a tal Rin nos observando com uma expressão raivosa.
- Eu decidi pelo nome Namjoon. - Sora diz atraindo minha atenção. - Parece combinar com você. Por favor pense em um nome para mim, ok?
- Ok... - Concordo ao olhar pra janela mais uma vez, encaro a empregada ruiva por alguns minutos até ela se virar e sumir de vista.
Essa mulher com certeza tem alguma coisa. Para assegurar que ninguém ficará no meu caminho, eu acho que é necessário para mim ficar íntimo dessa humana artificial.
*
Já faz três dias que estou na mansão e ainda não tenho pistas do que pode ter causado o incêndio que matou o professor. Enquanto ajudo Sora a regar as flores no jardim quando ouço Rin e Shiro conversando discretamente.
- He really ingratiated himself smoothly.
- Nós temos que garantir que esses dois não fiquem sozinhos. - Shiro fala ao se afastar.
Interessante...
*
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Anônimos
FanficUma organização especial, conhecida como "Anônimos", cria crianças sem nome, sem sentimentos, sem almas, e as mandam para matar. Porém, as emoções podem conseguir penetrar o mais gelado dos corações...