Um conto de fadas moderno

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Era uma vez uma linda e inocente moça que morava com sua tia viúva e suas duas primas. A linda moça era uma Excepcional e tinha a habilidade da cura herdada de seu falecido pai. Sua tia viúva, interessada na herança monetária deixada pelo irmão resolveu cuidar da sobrinha órfã. Desse dia em diante a viúva administrava a casa com mãos de ferro. A menina que não ligava para dinheiro e sempre teve liberdade, não se abalou com a nova governanta da casa para desespero da mesma. Como seu pai, corria o mundo usando suas habilidades para ajudar os mais necessitados. Foi aos lugares mais inóspitos da Terra, onde pessoas não tinham acesso à saúde.

Essa tia viúva tinha duas filhas gêmeas dez anos mais novas que a sobrinha. Apesar do relacionamento complicado entre tia e sobrinha, as três primas se davam muito bem. Sempre que a linda moça chegava de algum lugar distante ela sempre trazia novidades do lugar. Brinquedos diferentes, roupas tradicionais... Seus gurdas roupas eram repletos vestimentos de praticamente todos os lugares do mundo, comidas, elas experimentavam desde o sushi dos japoneses ao baião de dois dos baianos.

E quando e prima mais velha estava em casa, Ah... Era o terror dos empregados mas, o paraíso para as duas meninas pequenas. A prima inventava brincadeiras malucas como pular da janela com o guarda-chuva ou fazer as escadas de pista de esqui. Quando iam ao quintal não era apenas bandeirinha. Era "Bandeirinha Maluca" onde só se ganhava se pegasse a bandeirinha e fizesse uma careta muito feia no final da corrida. O "Coelhinho sai da Toca" deveria ser igual a um coelho mesmo, não bastava só correr de círculo para círculo.

A garotada se aglomerava para brincar com elas, não só as do bairro nobre mas da parte mais humilde da cidade também. Muitas mães da vizinhança não concordavam com isso, diziam que não era certo, que isso poderia desvirtuar os filhos delas. Ela não ligava para isso. Fingia que não dava ouvidos, afinal eram crianças brincando.

A tia ficava louca com as maluquices da moça. Ao ver tudo aquilo se andava pelos corredores da casa se abanando e se benzendo e depois sentava-se em seu grande sofá vermelho praguejando sobre o dia que elas iriam deixá-la louca. As três primas riam baixinho quando viam aquilo. A tia era alta e esbelta deixando aquela cena mais cômica ainda.

Certa vez, depois de uma de suas viagens, a linda moça trouxe uma novidade que mudaria os rumos da casa, como sempre, as gêmeas gostaram e sua tia sempre implicando. Dessa vez, a surpresa era um belo e simpático plebeu. Se conheceram no Sudão. Um grupo de Excepcionais do país a convidou para ajudar em uma epidemia de Ebola nas aldeias, já ele, foi pela riqueza do ecossistema presente no deserto.

A tia viúva deu mais chilique do que se imaginava. O rapaz não era da mesma classe que elas, ele era pobre e elas da mais alta classe da sociedade não se encaixariam. A moça não ligava. Ela era livre e não se prendia a essas regras e ele também não.

O simpático plebeu era tão criativo quanto a linda moça. Porém desde que eles ficaram juntos, não paravam mais em casa. Quando não estavam em outro país, estavam em algum quarto alugado se amando ou desenvolvendo o projeto que tiveram na visita ao Sudão. Ele também era um Excepcional entretanto, sua área estava voltada para a Biologia.

O grande projeto que tinham em mente era juntar suas duas habilidades e criar um cura fácil para doenças. Pesquisaram e testaram em todos os elementos que puderam até que de uma maneira improvável, conseguiram que a areia tivesse algum efeito. Agora o principal era achar o lugar ideal para aprimorar a nova substância. Deveriam treinar com seus poderes também para que, na hora do uso nada saia errado.

Acharam uma ilha deserta no meio do Pacífico, onde poderiam treinar suas habilidades tranquilamente. Não contavam com chegada inesperada da minha tia que, com medo de perder seu ganha-pão seguiu a sobrinha até a ilha deserta. Então uma outra surpresa surgiu. Essa surpresa seria eu.

E é a partir deste ponto que a minha história começa. O fruto do amor de uma princesa e um plebeu. O fruto que nasceu dentro da mata virgem e não conheceu a civilização.

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