aquela noite.

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admirava as estrelas.

de vez em quando, olhava para seu rosto feérico que fazia a mesma coisa que eu. admirava as estrelas.

talvez eu encontrava-me presa demais a seus detalhes - porque admirar as estrelas era a última coisa que eu pensava em fazer naquele momento - admirava-os mais que ao próprio céu escuro que se alastrava em cima de nossas cabeças.

por incrível que parecesse, ele era perfeito.

"mas perfeição não existe."

pensava na minha cabeça.

"bem, talvez ainda não tinha vivido o suficiente para descobrir algo perfeito."

pensei logo em seguida.

quando olhei para ele novamente, apanhei-o de surpresa, com os seus grandes olhos curiosos colados em mim.
rapidamente desviou o olhar,corando.

"o céu está muito bonito hoje."

resolvi quebrar o enorme silêncio, que apenas não se tornava constrangedor graças ao sons da natureza.

"verdade. muito bonito."

disse simplista.

como poderia aparecer mais assunto? olhava para todos os lados, procurava algo para poder soltar as palavras que se encontravam atrofiadas na minha cabeça.

"o que tanto olhas?"

ele disse, aproximando-se discretamente de mim.

"procuro algo."

procurava assunto. algo que lhe chamasse a atenção, algo que me deixasse a vontade a seu lado.

voltei a olhá-lo. ele admirava-me. foquei em seus olhos escuros como o enorme céu, tão brilhantes como todas as outras estrelas, como as imensas galáxias.

"talvez já tenha encontrado demasiadas estrelas para poder contar."

disse e sorri.
ele fez o mesmo, por muito que provavelmente não tivesse entendido a que me referia.

eu estava perdida por amores por aquele rapaz, estava perdida nas imensidões de galáxias e estrelas que os seus olhos carregavam, estava perdida em tudo dele.

havia encontrado algo que — finalmente —definisse perfeição.

estrelas em seus olhos.Onde histórias criam vida. Descubra agora