"odeio minha chefe"

9. mais ameaças (Jakeline)

[Um mês antes]

  Acabo de descobrir que estou gravida, isso me apavora, sinto muito medo nesse momento, pois meu ex noivo me vigiava em todos os lugares em que ia. Andava, agora mais do que nunca, sempre armada, mas parecia que não era o suficiente.
  Estou no meu escritório, sozinha, quando sinto um certo calor entre minhas coxas, é desejo. Nesse momento eu chamo o meu amante que rapidamente aparece.

- O que deseja de mim?

- Quero que você me foda duro em cima de minha mesa.

- Tem certeza disso?

  Não respondo, simplesmente espalho no chão os papéis que estavam em minha mesa, e agarrei - o pelo colarinho. Ele imediatamente me obedece, me agarra, e me prende na mesa. Com um só impulso ele entra dentro de mim, com facilidade, pois já estou toda molhada para ele. Ele me fode duro, como eu pedi, logo chegamos ao clímax, juntos.

- Isso foi intenso...

- Quer mais alguma coisa de mim?

- Agora não...

  Ele sai, mas logo sinto desejo novamente, e acabamos fazendo sexo em todos os lugares da loja, inclusive no provador, tomando cuidado para não sermos vistos pelos clientes, e pelos outros três vendedores, Luan, Márcia, e Cecília, essas ultimas já deram em cima de Alex muitas vezes, o que me dava ciumes, pois eu já o amava muito.

[Dois dias antes]

  Estou em minha casa tomando uma xícara de chá em meu sofá quando tocam na campainha. Eu vou atender pensando ser Alex, e me deparou com Antônio, ele estava transtornado:

- Você tem exatamente 48 horas para deixar de ver esse tal de Alex; diz entrando em minha casa sem cerimônia - Caso contrário eu matarei vocês dois.

- Você não pode invadir minha casa dessa maneira e me fazer exigências!

- Posso fazer tudo que quiser com você; agarra meu braço com força - Você é minha!

- Me solta, você está me machucando - Ele me solta - Vai ficar roxo...

- Me desculpe... Será que você não percebe que eu a amo? Ou você larga esse tal de Alex, ou ele morre.

  Um dia se passou, e nada se passou, mas no segundo dia as coisas esquentaram, me enviaram fotos de Alex dormindo, e nessas fotos estava anexado um bilhete que dizia, "a qualquer momento posso mata - lo; de seu apaixonado, A", e as fotos me amedrontaram de tal modo que tive de vender minha loja, e despedir Alex, cortando todos os nossos laços. Eu pensava em viajar quando Alex bateu em minha porta querendo a qualquer custo falar sobre nós.

   [Atualmente]

- Alex?

- Quando ia me contar que está esperando um filho meu?

- Eu...

- Você não ia me contar nunca, não é mesmo?

- Quer discutir esse tipo de assunto num local público, cheio de gente?

- Eu vim avisar que a sala de ultrassom está pronta; diz o médico interrompendo a resposta de Alex.

  Na sala de ultrassom, o médico passa um gel, muito frio em meu abdome. Alex está ao meu lado o tempo todo, e vemos juntos as imagens de nosso bebê se formando na tela do monitor.

- Ouça as batidas dos corações...

- O senhor disse corações? - Pergunto confusa.

- Sim, são gêmeos.

  Alex fica calado durante o restante do exame, como se tivesse perdido a voz, ou algo o perturbasse, nem parecia o rapaz alegre que conheci há cinco anos.
  Ainda fiquei uma meia hora no hospital sem fazer nada de produtivo. Estamos indo para a minha casa no carro de Alex em absoluto silêncio. Está insuportável modo como ele está me tratando, então eu resolvo quebrar o silencio:

- Você poderia falar alguma coisa? Até mesmo gritar?

- Eu estou dirigindo...

- Não use essa desculpa comigo, não sou nenhuma garota ingenua.

- O que você quer que eu diga? Que eu solte fogos de felicidade? - Ironiza; você ia esconder os nossos filhos de mim, eu sou tão desprezível assim a ponto de você não me querer por perto?

- Não é isso...

- O que é então?

- Eu estou com medo...

- Medo de quê?

- De meu ex noivo Antônio Cavalcante, ele ameaçou sua vida, e...

- Você se importa comigo...

- Mais do que deveria, eu temo por nossa segurança, ele é louco...

- Conte - me sua história com ele...

  Contei - lhe tudo, não lhe escondi nada, quando acabei meu relato ele me abraçou ternamente:

- Você passou por tanta coisa, e eu te admiro pela mulher forte que você é.

- Isso não muda o medo que sinto constantemente, em todos os momentos de meus dias.

- Você não precisa ter medo...

- Por que?

- Por que eu estou do seu lado...

- Por quanto tempo?

- Para sempre... Começamos do jeito errado; pega em minha mão, e para o carro perto de minha casa - Mas agora eu peço com todas as letras, quer se casar comigo?

- Tem certeza que é isso que quer?

- Nunca estive tão certo, como estou agora, só que tem uma coisa...

- O que?

- Você precisa conhecer minha mãe.

                      ***

- Muito prazer senhora Selma, meu nome é Jakeline.

- Pode me chamar de você, logo faremos parte da mesma família; olha de soslaio para Alex - Quer fotos de quando Alex era bebê?

- Mãe ninguém quer ver essas fotos.

- Eu quero...

- Dois contra um, você perdeu meu filho; sai e volta com um grande álbum e abre - Esse menino gordinho, e rosadinho é o nosso Alex.

- Tão fofo...

- Eu pareço uma bola de sorvete roliça.

- Não exagere, você só era um pouquinho fofinho.

- Espero que nossos filhos sejam tão lindos quanto o pai; digo entusiasmadamente.

- Se depender de minha mãe nossos filhos serão robustos.

- Exatamente, vou encher meus netos de mimo, mas agora mostrarei fotos da adolescência de Alex.

- Meu Deus...

- Não comece querido, deixe sua mãe.

                        ***

  Conversar com a mãe de Alex foi alegre, e descontraído, eu sabia como era bom ter pais, os meus morreram quando eu tinha apenas dezoito anos, num acidente de carro. Estou em minha cama aninhada nos braços de Alex.

- Amei sua mãe...

- Dona Selma é uma mulher especial... Eu te amo Jake.

- Também te amo Alex, e te amarei por toda a eternidade.