Capítulo 2

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RUBY ANDOU ATÉ O CANTO DA SALA do chalé, onde havia um alçapão.

— O que é isso? — James perguntou, seguindo-a.

— Uma coisa que vi no meu sonho. Acho que leva ao porão. Quer dizer, tenho certeza.

Ele semicerrou os olhos e a seguiu escada abaixo.

O porão era exatamente como no sonho de Ruby, o que tornava cada vez maior a possibilidade de ele ser uma de suas "visões". E ela não tinha mais dúvidas sobre isso.

— Foi aqui que ela matou a Grace no meu sonho — a garota soltou, ao se aproximar a cadeira onde a loira fora amarrada pela mulher.

Ela observou as cordas caídas no chão, ao lado da cadeira, e sentiu uma lágrima escorrer pelo seu rosto. Ela a limpou rapidamente e voltou a olhar o porão.

— É, a Grace com certeza esteve aqui — James disse, ao apanhar uma mecha de cabelo loiro, amarrada com uma fita de seda azul, do chão e mostrar para Ruby.

Ela virou e se aproximou dele, observando a mecha por alguns segundos. A morena pegou a suposta evidência e a guardou na bolsa de couro que carregava no ombro. Eles olharam todo o porão, iluminado por suas tochas, mas não acharam mais nada interessante, até que Ruby, observadora como é, notou uma pequena caixa de ouro em uma das prateleiras empoeiradas. Ela pegou a pequena caixa e a abriu, logo avistando várias mechas de cabelos, todos amarrados com uma fita de seda azul, assim como o cabelo de Grace.

— James, venha ver isto — ela chamou e ele chegou mais perto, observando o conteúdo da caixa.

— Acha que são algum tipo de trofeu? — ele perguntou.

Ela assentiu, achava exatamente isso.

De repente, Ruby ouviu um barulho na casa. Alguém acabara de chegar.

— Temos que sair daqui — Ruby sussurrou ao ouvir o mesmo barulho vindo do alçapão.

James apagou sua tocha e ela fez o mesmo. Guardou a caixinha de ouro no lugar onde a encontrou e ambos se esconderam atrás da prateleira.

O barulho das cobras na cabeça da mulher ecoavam pelo porão e Ruby tentava manter os olhos fechados a todo custo, segurando firme a mão de James, que fazia o mesmo. Os passos soavam cada vez mais altos nos ouvidos de Ruby. A mulher parou em frente à prateleira e pegou seu rolo de fita de seda azul. Pegou um pedaço e usou-o para amarrar a mecha de cabelo ruivo que segurava, provavelmente de sua última vítima. Ela guardou-a na caixinha de ouro, junto com as outras mechas e saiu do porão.

Ruby suspirou, aliviada ao saber que não ira virar pedra, pelo menos não naquele dia.

— Vamos — James sussurrou.

Os dois se levantaram e saíram em direção ao alçapão. James estava prestes a abri-lo, quando Ruby o puxou pelo braço.

— Espere. Ela pode estar lá em cima, não podemos arriscar — a morena sussurrou.

— E como você quer sair daqui? — o loiro sussurrou de volta.

— Ela é uma assassina de milhares de anos, deve ter uma passagem secreta, para fugir quando necessário — ela disse e ele inclinou a cabeça, descendo as escadas.

Ruby andou até o canto da parede, onde havia uma estante.

— Não seria tão óbvio, seria? — ela perguntou, virando-se para James, que deu de ombros. — Vamos descobrir.

A garota se aproximou da estande e puxou um livro aleatoriamente. Alguns segundos se passaram, mas nada aconteceu. Ela, porém, continuava parada lá, encarando a estante. Ainda tinha esperanças de que algo acontecesse.

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