Economia

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O SIGNIFICADO E AS CONDIÇÕES DO EQUILÍBRIO MACROECONÔMICO

A macroeconomia trata do comportamento da economia como um todo – de períodos de prosperidade e de recessão. Trata das flutuações do produto agregado, das taxas de variação dos preços e dos níveis de emprego. Focaliza os objetivos macroeconômicos e as variáveis que os afetam. Trata de tópicos relevantes – é, assim, fascinante e ao mesmo tempo um desafio, à medida que reduz os complexos detalhes da economia a sua essência manipulável. Em macroeconomia, negligenciamos os pormenores do comportamento de unidades econômicas individuais e tratamos do desempenho geral. Há um custo nesta abstração: pormenores omitidos são às vezes importantes. Mas há uma vantagem: a compreensão das interações vitais entre os mercados agregativamente considerados.

O significado e as condições do equilíbrio macroeconômico, estão de tal forma difundidos, que sua percepção já não se limita mais aos círculos fechados do conhecimento econômico. Os meios de comunicação de massa dão alta importância aos indicadores do desempenho da economia como um todo. As taxas de crescimento do PIB, as variações dos índices de preços, os níveis de utilização da capacidade instalada, as taxas de desemprego e os saldos da balança comercial são assuntos constantemente destacados para a manchete principal. Menos difundidas, porém, são as razões pelas quais os objetivos macroeconômicos relacionados a esses indicadores de desempenho não são o tempo todo alcançados simultaneamente. E são também menos conhecidas as relações entre cada um desses indicadores.

Os efeitos produzidos pelo desempenho da economia como um todo são facilmente percebidos – eles afetam a vida dos cidadãos. O padrão de vida desfrutado pela sociedade, os efeitos políticos e militares, o poder da nação na comunidade mundial, o sucesso dos produtos nacionais em mercados externos e a imagem internacional do país são fortemente dependentes do desempenho macroeconômico. O desemprego crescente, a inflação alta e a persistente, os desequilíbrios agudos e crônicos no balanço geral das transações externas e as baixas taxas internas de crescimento são resultados que refletem de forma negativa em praticamente todos os aspectos da vida de uma nação – e projetam sua imagem no exterior. A economia é o termômetro. Os macroindicadores sinalizam padrões de desempenho, desequilíbrios cíclicos ou crônicos, êxito ou fracasso de concepções estratégicas e políticas. E mesmo o observador comum, exposto à comunicação de massa, percebe  diferenças essenciais em resultados macroeconômicos. Não são iguais os padrões internos de desempenho e as imagens externas do Japão, das economias industriais emergentes do Sudeste da Ásia, da Federação Russa, das nações nórdicas da Europa e dos países latino americanos do Cone Sul.

Já as causas de desempenhos historicamente tão díspares são menos percebidas pelo observador comum. E mais: entre os macroeconomistas elas são objeto de controvérsias. São também menos facilmente evidenciáveis as relações entre os vários indicadores do desempenho agregado e, principalmente, que tipos de conflitos dificultam sua realização simultânea.

As causas dos padrões desiguais de desempenho, as razões dos conflitos entre alguns dos objetivos da política macroeconômica, os meios que se podem mobilizar na gestão da economia como um todo, as igualdades fundamentais e as relações entre as principais variáveis que definem o macroequilíbrio são os temas centrais de que se ocupa a macroeconomia.

ROSSETTI, José Paschoal. Introdução à Economia. São Paulo, Atlas, 2000.

Os principais objetivos da política macroeconômica dizem respeito a quatro indicadores de desempenho:

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