O chefe aparece na televisão.

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Eu começo a suar frio, agarrando minha bolsa fortemente com as mãos. Carter olha para mim mais uma vez e pergunta: se eu estou bem de verdade? Por que eu estou muito pálida!

Barb- Sim, deve ser as luzes do elevador!- eu sorrio sem graça, pensando que se fosse em outro mundo eu poderia dizer " Na verdade estou pensando, se você não é o cara que me levou para as nuvens nesse elevador!"

Mas no mundo real, vou apenas me contentar em cotar os números dos andares passando, e rezar para que saíssemos logo daquele elevador. 


O motorista, um rapaz usando um terno bem alinhado e moderno, me cumprimenta. Seu olhar é franco, seus ombros largos e queixo, ornado com uma barba por fazer; sem muito capricho. Seus olhos castanhos me observam.

Carter- Eu lhe apresento o Stewart! Stewart, senhorita Parker, minha nova assistente.

Stewart- Boa noite senhorita!

Eu não sou muito extrovertida para novas pessoas, então, para não parecer mal educada eu dou o meu melhor sorriso. 

Depois de um aceno com a cabeça, ele abre a porta do carro, com um braço dobrado na frente do corpo! Quanta elegância.

Stewart- Por gentileza. 

Sinto o senhor Carter tocando minhas costa com delicadeza, me instituindo à entrar! Esse contato a pesar de não parecer malicioso me faz arrepiar. Será preciso, com certeza, que eu fique de olho em meus hormônios! O Stewart fecha a porta, dá a volta no carro e abre a porta para Carter, que está envolvido em seu celular. O interior do carro é bem espaçoso, eu nunca tive a chance de colocar minha bunda em um lugar tão confortável.

Carter se escorrega para minha direção, e o Stewart se coloca em seu lugar como motorista. 

Carter- Vou precisar de um bom plano financeiro e do seu bussiness plan, (Plano de negócios, também chamado plano empresarial, é um documento que especifica, em linguagem escrita, um negócio que se quer iniciar ou que já está iniciado.) para estudar o seu projeto.

Essa aproximação me deixa com muito calor, o tecido do seu terno, toca o meu braço e eu sinto o seu perfume masculino invadir o espaço. Eu já nem ouço mais o que ele fala, a angústia da dúvida toma conta de mim. E se for ele, o cara do elevador? Eu seguro firme os documentos, contra o meu corpo e junto meus joelhos. Sua mão está a alguns centímetros das minhas pernas, consigo sentir o calor subindo para minha face. 

Minha razão afirma que não! Ele não teria feito esse trato todo, teria me reconhecido logo na reunião. Ou então, ele não prefere dizer, e está brincando comigo. Mas, nesse caso, ele certamente teria proferido alguma coisa que o denunciasse. Portanto ele se mantém estritamente profissional.

Eu olho as luzes da cidade, tentando distrair minha mente de tais dúvidas. Prefiro acreditar, que eu fui capaz de conseguir essa vaga por merecimento, e não por causa de uma brincadeira medíocre do meu chefe.

O Stewart dirige com segurança e suavidade. Em nenhum momento ele olha para os passageiros, seu olhar está concentrado na estrada e às vezes no retrovisor.  Eu me lembro da entrevista, estou curiosa para ver o grande Ryan Carter em ação. Certamente é um homem que conseguiu desenvolver segurança sobre qualquer assunto.

Carter - O problema não é o financeiro, mas a sua falta de ambição... me envie os documentos até amanhã, eu retorno até essa semana.

Quando ele desliga, eu faço um som com a garganta para chamar sua atenção. meio sem graça! Seu olhar desconfiado se dirige a mim.

Carter - Stewart, que horas chegaremos?

Stewart - Em cinco minutos, senhor. - eu o vejo dedilhando mais uma vez em seu celular...

Carter- Fique tranquila você irá perfeitamente bem!

Barb- Perdão, você está falando sobre a entrevista.- ele me deu um sorrisinho bem sacana.

Carter- eu estou brincando, não sou tão cruel, ao ponto de lhe jogar de primeira na cova dos leões. - Ele solta um risadinha e coloca o telefone em sua orelha.  Me parece que seus olhos sorridentes encontram o de Stewart pelo retrovisor.



Nós entramos em um bar lougue muito chiques. Com sofás brancos, confortáveis, instalados em volta de suas pequenas mesas. Um lugar com a personalidade de Carter. O mesmo parece conhecer bem o proprietário, pois os dois apertam as mão amigavelmente.

Proprietário - Os jornalistas estão lá no fundo, a sua espera. Eu preparei um lugar calmo para você.

Carter - Obrigado Karl. 

Eu fico ao seu lado e avanço junto com ele até o local. Eu não gosto de seguir ninguém. Ele me dá um sorrisinho. Em um canto reservado, eu vejo uma jornalista e um cameraman se preparando. Quando Carter chega perto, eu percebo que a jornalista perde o uso da fala. Ainda bem achei que fosse só comigo. 

Jornalista- Senhor Carter... eu sou Miriam Jackman da Fox, e esse é o Scott nosso cameraman.

O Carter aperta a mão de cada um com firmeza. Ele se vira e sorri para mim.

Carter- Senhorita Parker, minha assistente, me acompanhará na entrevista.- a jornalista sorri para mim e aperta minha mão. o cameramen Scott, acena com a cabeça.

Por fora eu aparento estar calma, mas, por dentro eu estou a beira de um colapso, eu sempre quis aparecer na televisão. Imagina a cara da Lisa e do Matt. 

O Carter se vira e sussurra para mim - Observe e aprenda. - Ele arruma seu terno, e sua postura, põe uma cara tranquila, nenhum pouco preocupada. A segurança dele emana e eu me sinto bem melhor. 

Jornalista - Senhor Carter, obrigada por aceitar a entrevista. Você e sua trajetória dispensam apresentações. 



Ryan CarterOnde histórias criam vida. Descubra agora