Tulipas para nós

As Cartas

DEPOIS DE MIL ANOS ESTOU DE VOLTA!
CAP dedicado a Gi por ter feito aniversário entre o último cap e esse! Desculpa por tá muito atrasada BB!!

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Quando o relógio despertou naquela  manhã, Keith já estava sentado e vestido para sair em cima de sua cama. Com as pernas cruzadas como um índio sobre o colchão e com montanhas de cartas e bilhetes jogados ao seu redor, ele pescava vez ou outra uma enquanto se mantinha recostado tranquilamente na parede onde havia colocado um travesseiro para ler.

“Olá, Keith Kogane. Admito que eu estou extremamente nervoso de mandar essa carta, mas eu não consegui apenas não fazer isso.

Eu estou confuso… Seu guardanapo apenas havia seu nome e eu não sabia se isso era uma resposta afirmativa ao meu convite de trocar cartas ou você apenas disse seu nome mesmo… Verônica, minha irmã, a que trabalha comigo, disse que você  não teria nem mandado alguma coisa se tivesse me recusado. Eu fiquei o dia todo pilhado pensando nisso, até que, bem, aqui estou escrevendo essa carta morrendo de medo de incomodar você pela segunda vez no dia.

Mas… Foi uma afirmativa? você quer trocar cartas comigo? Eu sei que eu não vou conseguir nem dormir esperando sua resposta ou seu silêncio, mas eu prefiro uma noite mal dormida pensando em você  e na possibilidade de querer falar comigo do que ficar pra sempre com essa duvida. Mas se eu estiver incomodando, me desculpa!

Ok, eu estou me estendendo aqui. Me desculpa!

Atenciosamente, Lance McClain.

PS: Te enviei uma margarida rosa dessa vez porque ela significa amor inocente e gentil. Sabe...pra não assustar você …”

O sorriso no rosto de Keith ao terminar de ler aquela segunda carta que havia recebido de Lance era pequeno e doce. Seu peito tinha um sentimento borbulhante de doçura e ele olhou ao redor, para as várias cartas que Lance havia lhe mandado desde então.

Ele se lembrava de que havia respondido enviando um desenho que havia feito de Lance muitos meses antes de trocarem a primeira carta, onde ilustrava o dia em que ele ergueu uma flor para Keith pela primeira vez. Junto ao desenho, ele havia mandado um bilhete — dessa vez em um papel de verdade e escrito sem pressa — dizendo que gostaria sim de trocar cartas com o florista e explicando sobre as circunstâncias em que fez o desenho que enviava.

No outro dia, Lance havia lhe enviado um buquê de flores variadas enorme com um único bilhete.

“Todas elas significam amor.”

Já haviam se passado muitas semanas desde a primeira carta. Eles não conseguiram se conter e trocavam várias cartas ou bilhetes durante o dia. Geralmente com as amigas de Keith ou Veronica fazendo o trânsito delas. Lotor uma vez havia chamado atenção sobre aquilo, mas até mesmo os clientes acharam fofo o relacionamento deles, indo ao café quase todos os dias apenas para ver Keith receber flores e alguns até mesmo se ofereciam para entregar os bilhetes.

O barista sentia que seu romance com Lance havia se tornado uma atração especial do café e da floricultura, que todos estavam ansiosos pelo novo capitulo da historia de amor que viviam, mas ele realmente não estava achando de todo ruim. Mesmo que sentisse que tinha mais olhos sobre si, ele podia falar com Lance o dia todo, suas flores ficavam expostas no balcão principal, ao alcance de sua visão o dia todo e ele estava feliz, principalmente, por aquilo ajudar Lance com a floricultura.

E se ele um dia pensou em reclamar, depois de uma carta de Lance, ele apenas passou a achar graça da situação.

“Cariño, eu imagino que você esteja se sentindo invadido por tanta gente estar acompanhando nosso romance, e eu sinto muito! Eu sei como você odeia isso. Mas… nos falamos cada vez mais agora! E eu amo falar com você tanto quanto amo minhas flores. Talvez mais. E eu sei, eu estou abarrotando o café de flores. Diga ao Lotor que eu vou me conter agora a três flores por dia, juro!