Olhando para a tranca do cadeado de seu armário escolar. Um olhar negro e vazio assim como se sentia nos últimos dias, numa escuridão sem fim, está Simon. Simon é um adolescente comum de 17 anos, com cabelos negros e curtos, bem bagunçados, seus olhos grandes e negros, e uma expressão vazia. Ele põe a mão no cadeado de insere a seguinte senha: 2705, que foi um número aleatório que escolhera. Ao abrir a porta se depara com livros, fotos, seu skate, e restos de doces e salgados que deixara por ali. Sempre foi bem desorganizado.
Com os olhos fixos em algumas fotografias na porta do armário, ele abre sua mochila. É o último dia de aula, último dia do terceiro ano do ensino médio para Simon. E ele tem de recolher suas coisas pessoais do armário. Primeiro pega um livro de História que é sua matéria preferida. Logo depois pega um relógio de bolso dado pelo seu avô Walter.
Simon lembrara de sua infância com seu avô, por ser um menino órfão de pai, este que havia morrido a dezessete anos de um ataque cardíaco embora fosse um homem jovem e saudável, Walter sempre esteve com ele, brincavam na infância de Simon, ajudava nas lições de casa e coisas que geralmente os pais fazem, Walter era um dos melhores amigos de Simon. “Meus melhores amigos...” pensou Simon, olhando mais à esquerda da porta do armário, onde vira a foto de seu amigo Marcos, um garoto loiro de olhos castanhos bem claros que sempre esteve ao lado de Simon o ajudando em brigas na escola mesmo que Simon quase nunca se envolvia em uma a não ser que alguém resolvesse mexer com Laura, sua melhor amiga. E assim Simon olha mais à direita da porta e vê uma fotografia sua, onde ele se encontra ao lado de Laura. Estavam felizes aquele dia, tinham ido cinema assistir um filme de terror do qual ambos estavam bem ansiosos para assistir. Depois pararam e tomaram sorvete, Simon de Creme e Laura de Baunilha. Tinha sido um dia bem agradável para ambos. Na volta pra casa, Simon e Laura se deparam com um grupo de garotos da escola que sempre implicavam com Simon e Laura. Simon logo os olhou franzindo a testa. Os garotos valentões começaram a implicar com Simon e Laura que não deram atenção a eles até que um dos garotos, que era bem alto, ruivo e tinha muitas sardas em suas bochechas cor-de-cenoura, se aproximou de Laura que era uma menina baixa e magrinha, e arrancou de suas mãos uma bolça de cor preta que seria um presente de seu pai. Simon logo perdeu o controle, partiu pra cima deles e socou a cara do menino de cabelos ruivos com seu braço direito, quando de repente sente um soco em sua costela esquerda vindo de outro garoto, este que era mais baixo e ao mesmo tempo bem forte, Um terceiro garoto que aproveita o momento de dor de Simon e parte pra cima do garoto quando um grito de desespero quebra o clima tenso daquela covardia...
- Paraaaa – Grita Laura com sua voz que sempre fora tão suave e doce, mas agora agressiva e furiosa. – Parem vocês! Não mexam com ele, seus brutamontes covardes. Vocês não veem que estão em maior número, fazendo essa covardia!
- Laura, corre, saia daqui agora! – Diz Simon, com a voz rouca e sem folego.
- Não! Você acha que eu irei te deixar aqui com esses brutamontes estúpidos? Nunca!
Quando na hora certa por ali passava um garoto de estatura média, com uma jaqueta preta e calças jeans de cor clara, um garoto solitário que estudava na mesma escola que Simon e Laura, este apesar de ser um garoto muito misterioso e quieto aparentava ter um senso de justiça muito forte pois ao ver a situação de Simon corre logo para ajudar.
- Vão embora, seus covardes! Disse o garoto com uma voz amedrontadora. – A não ser que queiram se machucar feio!
- E quem vai nos machucar? –Disse o garoto ruivo usando um moletom cinza enquanto se aproximava do garoto de jaqueta preta.
O garoto misterioso acerta um soco tão forte em seu rosto que acerta bem em seu nariz fazendo assim um corte horrível.
- Vamos...vamos embora galera – Disse o valentão mais de menor estatura enquanto o outro levantava seu amigo ruivo – não queremos problemas com esses idiotas.