Capítulo 1: Na Sombra da Morte

2 2 0
                                    

(Sarah)

Eu sei o motivo de estarem aqui. Ou lhe obrigaram ou buscam uma aventura. Mas relaxe. Ainda não chegamos ao que realmente importa. Estas são as memórias de uma garota quase comum como outras. Seu nome, Sarah.

Meu nome é Sarah. Perdão; eu me chamava assim quando tudo começou. Era branca como a neve (não que eu já tenha visto neve de perto); olhos acinzentados e cabelos negros como a escuridão. Tinha quinze anos quando tudo começou. Minha mãe, Maria Lúcia; uma mulher de 36 anos parecida comigo que com o tempo se tornara o exemplo de como não ser mãe. Mas isto havia motivos que justificavam suas ações.

Era verão; o ano era 2014. Mamãe ainda tinha amigos; e foi assim que tudo começou.

- Pedro – ela dizia ao telefone – é relevante que o Henrique conte a Amandha o que ele sente. Não, isto não é ser idiota. É verdade sim que...

Neste instante; tudo começou. Papai esbarrou nela. Seus olhares; que agora se cruzavam pela primeira vez iniciou esta grande história.

- OLHA AONDE ANDA SEU IMBECIL! – ela – com toda razão – gritou. Mas não gravara bem o rosto do rapaz; e o reencontro não demoraria ocorrer.

Seis anos haviam se passado; Maria então simplesmente reencontrara Luís e ambos se apaixonaram um pelo outro. Ela agora vestia um vestido branco e ele um terno negro e gravata vermelha. Amandha e Henrique compareceram a casamento juntamente com o filho de aproximadamente dois anos de idade. Pedro e Tereza estavam lá com suas duas filhas loiras.

Após o casamento; a lua de mel se iniciara. Eles reservaram um cruzeiro para todos os familiares e amigos. Porém; de algum jeito; eles voltaram e a paixão resolveu ficar para trás.

- Eu sinto muito mesmo Senhor e Sra. Santos. Mas seu filho; Heitor Emanuel desenvolveu osteogênese imperfeita.

- Como você sabe? – perguntou papai.

-Podemos ver pequenas fraturas em seus ossos nos últimos meses; demonstrando que ao tentar mudar de posição acabou fraturando ossos. Temos que fazer mais exames; mas tudo indica que estamos lidando com o tipo três. Normalmente os desse tipo não sobrevivem há um ano após o nascimento. Mas...

Desde então mamãe não era a mesma. De certa forma ela morreu com meu irmãozinho.

- Normalmente o tipo três sobrevive apenas alguns meses no útero. Mas existem casos relatados sobrevivem após segundos do parto. – complementou o médico. – Mas seu filho possui risco de fratura das costelas; comprimindo os pulmões e o coração.

*****************************************************************************************

- O que faremos? – perguntou papai. Mamãe já estava com ele; na sala de espera; apenas aguardando a hora de assinarem os papéis.

- Ele será morto e então enterrado. – mamãe disse – Como fazem com os mortos.

Mas papai fugiu do parto. Mamãe então saiu do hospital e foi atrás dele. Mas não foi correspondida. Apenas um mês depois ele havia conseguido um emprego na LIVE'S; conseguindo montar seu próprio negócio. Mas o que não sabia era que sua filha havia nascido e que ele não iria vê-la tão cedo. Acabou se casando com Valéria; que já possuía dois outros filhos; Penélope e Jonathan; e acabou grávida de Alexandra. Mamãe se casara com Piter; um homem chefe da delegacia do Rio.

Agora; finalmente iremos prosseguir.

Era natal; ano de 2033. Morávamos em Rio de Janeiro. Mamãe e seus amigos nunca mais se reencontraram. Não sabia como eles se chamavam; sabia apenas que ela era infeliz. Amargurada; severa e estressada; não era o tipo ideal de mãe. Mas enfim; era época de visitar a Vovó Amélia. Ela morava no asilo; mamãe fez questão de coloca-la naquele lugar; sofria de Alzheimer, doença herdada da bisa Marieta; que faleceu aos 102 anos. Vovó tinha 98 anos; cabelos grisalhos; pele enrugada; mas com o amor que mamãe nunca teve. Claro que ela me chamava de Mônica; mas não importa quem ela era. Eu tinha que aproveitar o amor que tinha.

A Nefasta Memória de SarahOnde histórias criam vida. Descubra agora