O primeiro passo para o fracasso

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Você já teve uma história de amor que te fez sentir muito boba contando?

Bom, essa é minha história de amor boba.
Traduzindo: não era amor, é claro. Era cilada, Bino.

E eu só estou contando para você porque minha psicóloga achou que seria uma boa ideia fazer isso. Eu ainda não entendi porque minha psicóloga queria que eu me humilhasse desse jeito, mas não vou questionar uma profissional no assunto.

E fique tranquil@, não foi essa história que me fez procurar por terapia (apesar de ser, realmente, uma narrativa que provavelmente vai me fazer parecer doida).

Eu não lembro o dia exato que eu conheci a pessoa que é o motivo de eu escrever. Eu sei que era dezembro de 2012, eu tinha tido um ano de merda no que diz respeito à "amor" (ou o que eu pensava que era amor quando tinha 16 anos), estava na dúvida se dava uma nova chance para um menino que, mais tarde, virou meu namorado, na dúvida do que fazer depois que terminasse a escola já que eu estava chegando no final do Ensino Médio e, segundo os maias, o mundo estava acabando também. Me pareceram boas desculpas para meter o famoso louco e cair de cabeça na bagunça que você vai ler a seguir.

No dia que eu dei meu primeiro passo para o fracasso, eu estava conversando pelo Facebook com minha melhor amiga, Gabriela, e ela resolveu me apresentar um colega da escola dela, pelo Facebook mesmo. Acho que toda melhor amiga em algum momento da vida vai tentar te empurrar algum menino completamente X quando você estiver de coração partido - ou é isso, ou ela realmente me achava encalhada porque, no caso, ela fez isso umas 15 vezes durante nosso tempo de escola. E daquela vez, como das outras, eu deixei o "esquema" acontecer, via internet claro (minha mãe sempre me alertou para não sair com estranhos, afinal). Eu só não sabia que aquela vez seria diferente.

(Aaaah, se eu soubesse. As pessoas deviam vir com um preview, né? Devia existir resenha de crushes. A pessoa que criar esse serviço vai ficar RIQUÍSSIMA).

Mas voltando ao meu problema, vou chamá-lo de Victor, porque não quero ser processada. Afinal, eu não sou Taylor Swift para poder expor os boy na cara dura e nem tenho o dinheiro dela, né gente?

Victor era bonito, bem do jeito que eu sempre tive uma queda: meio magricela, cara de inteligente, loiro. Não dava para ver tanto na foto, mas ele claramente ainda tinha o porte de um pré adolescente e eu já era bem mais desenvolvida (todo mundo achava que eu já tinha mais de 18 quando eu tinha 16), mas mesmo assim, achei ele um jovem beeeeeem do promissor.

Se parasse por aí já estava bom. Mas então minha amiga me contou mais dele. Victor nem brasileiro era - sejamos honestas, isso chama atenção; inteligentíssimo, dava monitoria de Física (QUEM ENTENDE DE FÍSICA??!!); gostava de Harry Potter (desculpem, na época isso era muito importante para mim); e era piloto. Sim, você leu certo: piloto. "Ta aí, não tem isso na minha ZL não, gostei", eu pensei. Adicionei o tal do Victor e começamos a nos falar.

Vou te dizer que foi um belo nada nossa primeira conversa. Sempre fui muito ruim para puxar papos, ainda mais com desconhecidos, e toda essa situação de ser descaradamente empurrada para uma pessoa sempre me deixou desconfortável. Mas meus amores, eu estava com um coração partido, como falei lá em cima. Quando você está se sentindo um lixo, você agarra qualquer oportunidade de se sentir um pouquinho melhor consigo mesma. Mas essa história do meu coração partido eu conto depois, senão você vai se perder (é sério).

Meu papo com o Victor foi aquele básico "o que você gosta?", "onde mora?", "que músicas escuta?". Eu queria falar de tanta coisa, mas sempre tenho receio de me acharem maluca logo de cara. Aí pensei, "não, deixa ele descobrir que sou doida só depois, né?".

Falamos sobre nossa amiga em comum, o que queríamos fazer depois da escola (como se eu tivesse alguma ideia), sobre nossos Natáis em família, da minha tia que estava na Suíça e como eu deveria mandar um cartão para ela para conseguir um lugarzinho para passar uns dias na Europa. Coisas superficiais e muito "kkk" para um monte de piada que, na verdade, nem tinham graça.

Eu achei que tinha sido um fiasco mesmo e nem puxei mais papo. Ele parecia que não tinha curtido o papo também. Um mês depois, em janeiro de 2013, o Victor voltou de viagem (na Europa, claro) e eu fui curtir as fotos que ele postou. Ele tinha trocado a foto do perfil e eu senti uma coceirinha no coração quando vi, pela primeira vez com clareza, aqueles olhos e o sorriso dele. Olhinhos que diziam "eu sou bom moço" com um sorriso que completava "...mas nem tão bom moço assim". 

(Isso foi muito brega, eu sei, mas eu estava começando a ter uma paixonite e, infelizmente, vocês ainda vão ler esse tipo de frase muitas vezes aqui, já aviso).

Vendo aquele rosto e sabendo que estava voltando a me envolver com o garoto que era o motivo do meu coração partido no ano anterior, eu OBVIAMENTE tomei a atitude mais esperta: DEI UM BELO DE UM LIKE NA FOTO. É que na época o "amei" não existia, senão teria sido "amei".

Então, meu Messenger apita.

O Victor disse "Olá :)".

E eu sorri igual uma boba, assim, de graça.

"Ai, meu Deus. Isso vai dar ruim...", pensei.

E deu.

Todos os erros do mundoWhere stories live. Discover now