Capítulo 3 - A suspeita
Narrador
Ed acabara de acordar quando desceu as escadarias de sua casa e foi preparar seu café da manhã.
Ligou a TV por costume e começou a escutar o Jornal que passava.
- A polícia ainda procura o assassino. A vítima aparenta ter sido morta por armas brancas como pedaços de ferro e facas. - A jornalista falava e Ed escutava com atenção - No local do crime, foi escrito com o sangue da própria vítima na parede: "O Seu Tempo Acabou". O assassinato ocorreu próximo a faculdade "Mais Vida". - Ao ouvir o nome de sua faculdade ser mencionado, o ruivo virou-se para a TV e o local ali passava. - O corpo da vítima foi encontrado já sem vida pela polícia.
-A polícia suspeita que os responsáveis pelo crime sejam adolecentes estudantes. No local foram encontrados duas canetas e uma borracha na cena do crime. A delegada Lindicen se recusou a gravar a entrevista, mas disse que fará o possível para descobrir quem são os homicidas. - O outro jornalista disse em seguida.
Leo também assistia ao jornal naquela manhã.
"Nossa, logo de manhã? Mas Escules emprestou ontem uma caneta... bastante semelhante a essa. A não, eu devo estar imaginando coisas."
O relógio já marcava 9:45am e Leo saiu apressada, vendo que estava atrasada para seu primeiro dia.
Ed, já na sala de aula, escrevia sobre as partículas do cirpo humano, para finalizar seu trabalho de ciências que seria entregado as 10:30am.
Natalie apareceu e sentou-se ao seu lado. Suas calças rasgadas com correntes o chamavam atenção por serem tão estilosas. Mas desceu o olhar e viu algo vermelho chamar sua atenção na barra da calça da morena.
"Manchas de sangue..? Pergunto o que aconteceu? Ela pode ter se machucado..."
Leo e Diana estavam já sentadas juntas. Leo não sabia se era só impressão ou qualquer coisa, mas pareciam ter simpatizado.
Se sentou ao lado da colega na sala do auditório onde teriam a primeira aula e passaram a conversar.
- Escules? O vi sendo levado pela polícia mais cedo, estavam na direção da diretoria.
Então Leo olha para a porta e vê seu amigo que parecia cansado ali. E foi até lá.
- O que 'tá fazendo aqui, Ed? Sua sala é no outro corredor!
- Viu a reportagem do assassinato hoje mais cedo? - disse, ofegante.
- Vi sim, e estou pensando em algo. Vamos lá fora e te explico.
- Também tenho algo. - Foram sair e se assustaram com Natalie parada os olhando, abraçando os cadernos em seu tronco.
- O professor vai entrar na sala. Vim te procurar. - disse, sem expressão no rosto e voz.
Leo saiu como um foguete da sala, mesmo sabendo que seu professor já entraria e acabaria com uma advertência por entrar atrasada.
[...]
O intervalo havia começado e Leoni procurava Ed para dizer o que tanto pensava.
Enquanto isso, Natalie observava Diana com as duas amigas que a acompanhavam na mesa do refeitório, enquanto estava encostada num dos grandes pilares de lá.
Diana se sentia observada, só não sabia exatamente pelo que.
Então virou para o lado acidentalmente e viu a garota ali encostada, de pé, os braços cruzados e os óculos de sol não tão escuros, possibilitando de ver seus olhos, que não deixaram de encará-la por menos um segundo.
Reconheceu-a. Lembrou-se de que era a menina que estava com Edward no dia anterior.
Na diretoria, Escules foi interrogado pela delegada na própria diretoria. Disseram que não tinham tempo e cada minuto era precioso.
Descobriram na cena do crime que a vítima era um garoto chamado Billy, de dezenove anos. Estudante daquela mesma faculdade.
Pediram para olharem as coisas do garoto. Averiguaram seu armário e, ali, havia um diário escrito desde seus sete anos.
Se sentiram obrigados a ler a privacidade do garoto, em busca de pistas ou qualquer sinal que tivesse a ver com o assassinato do jovem.
A partir das notas de maio do ano de 2010, onde o garoto tinha seus dez anos, as notas descreviam momentos horríveis, como cenas de bullying, ameaças e agressões leves e pesadas, tanto físicas como psicológicas. Auto-mutilação também estava presente em sua vida.
" Skin, 23 de agosto de 2013 - 2h15am
Cá estou de novo.
Eu não consigo pregar os olhos pensando no que Escules disse;
Foi algo como "Se isso não estiver pronto até o dia de entrega e eu reprovar por sua causa, eu te pego na saída e você não vai se lembrar nem do próprio nome!"
Eu tenho muito medo dele. Sei que para um garoto de 13 anos, ele é muito ruim como pessoa.
Eu não consigo terminar o trabalho dele até hoje de manhã, e eu não quero apanhar de novo.
Da última vez eu mal consegui andar.
Desculpe molhar suas páginas assim, mas eu não consigo mais segurar! A Alice disse que eu estou com início de depressão.
Eu não aguento mais socos e chutes. Não aguento mais tanta pressão psicológica, muito menos olhar na cara dele.
Eu comprei as pílulas ontem. Meu pai tem bebida em casa então isso não foi problema.
Se realmente acontecer, amanhã você terá sua última nota. Talvez eu deixe uma carta aos meus pais e a Alice, mas eu não posso mais ficar pensando assim nos outros...
É melhor eu ir agora. Eu já sei que não vou terminar essa merda mesmo... "
[...]
"Skin, 26 de agosto de 2013 - 18h37
[...]
Eles me bateram tanto que eu desmaiei. E dessa vez não foram só os dois.
Eles chamaram mais dois caras, e ao menos me disseram o motivo...
E eu terminei aquela merda de ciências dele!
Ah, sim. Eu tentei, sim. Escrevi as duas cartas.
Acordei no hospital a algumas horas. O médico disse que eu poderia ter morrido. E eu tive uma overdose forte. Meus pais devem ter me achado.
Eu esqueci de trancar a porta.
Burro.
Mas Alice me fez prometer chamá -la da próxima vez que eu me sentir tão mal.
[...] "
Como a causa das várias tentativas de suicídio tinha a ver com Escules, era tentativa de um homicídio indireto.
Escules já não tinha contato com os meninos que eram seus amigos da época, e eles não tinham os nomes mencionados em qualquer momento.
Billy eram um garoto de aparência normal. 1.74 de altura, cabelos lisos castanhos que geralmente eram bagunçados e geralmente usava jaquetas.
Seus braços foram encontrados com marcas de retaliação, mostrando as várias cicatrizes de cortes.