Prólogo

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O gemido de dor do homem se fez presente no cômodo escuro e úmido, deixando o local com um aspecto asqueroso e sombrio.

- Ainda não vai falar? - outro presente no local, aparentando ser um líder, gritou furiosamente com o homem, amarrado em uma cadeira de madeira. - Porra! Tragam-me a garota. - Gritou para seus comparsas ao redor e se virou com um olhar macabro para o homem amarrado, que o olhava de volta com o semblante assustado. - Você vai desejar ter cuspido cada palavra, herói.

A porta de ferro fez um barulho tremendo quando se abriu, e por ela passou uma garota de estatura média, cabelos longos, em suas mãos estavam grandes algemas de ferro que cobriam todo o palmo, nos tornozelos correntes ligando um ao outro a impedindo de dar passos longos e, para completar aquela visão terrível, seu rosto inteiro era coberto por um capacete de ferro que parecia pesar, o que a fazia ter grandes dificuldades até para se manter em pé.

- Você quer comer hoje a noite, não quer sua pirralha? Então é melhor descobrir o que quero. - o líder, alto e musculoso passou por ela, sussurrando alto o suficiente para que a mesma pudesse ouvir.

Todos se retiraram daquela sala, deixando apenas a garota, o homem amarrado e um servo.

- Tira o capacete. - ordenou, de fora do cômodo. Os que estava do outro lado, observavam através de uma janela temperada.

O servo se aproximou receoso da menina desnutrida e com a chave em suas mãos trêmulas, abriu a fechadura daquele capacete que fez estrondo ao tocar o chão. O rosto fino da garota finalmente fora revelado, seu pescoço estava todo marcado de dedos e também por conta do aperto do aparelho de ferro. Ela olhou profundamente para o herói a sua frente, como se pedisse desculpas pelo que viria a seguir e depois olhou para o servo que abriu a fechadura das algemas em suas mãos e se retirou rapidamente do cômodo, assustado.

Seguinte a isso, só se ouvia gritos em agonia do rapaz enquanto a menina continuava parada em sua frente sem demonstrar remorso nenhum, sem mexer músculo nenhum. Até que, de repente, o corpo da garota se esticou todo, sentiu a cabeça latejar de dor e seus olhos se revirando e, enfim, teve acesso a todas as memórias do jovem herói que desmaiou depois de tanta dor.

Suas mãos agarraram com força o lápis em cima da mesa, começando a escrever freneticamente tudo o que via até que parou, não tinha mais o que sugar.

- Perfeito, garota. Agora mate-o! Não preciso de vermes vivos para servir de testemunha depois.

Endireitando a postura e soltando o lápis no chão, a menina não leva mais de cinco segundos para fazer a cabeça do homem explodir naquela mesa e, antes que pudesse perceber, um dardo com sedativo se alojou em seu braço e sua visão se tornou turva. Sabia que iria voltar para sua cela e ser amarrada novamente, não podia deixar de pensar em o quanto o homem morto a sua frente era sortudo.

·end·

Não tenho muito o que dizer aqui, só quero saber sobre a opinião de vocês.

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