CAPÍTULO 2

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— Pai, não! — despertei deitada no piso do quarto. Meu coração estava a mil; meu corpo tremendo; minhas mãos, assim como meu corpo, estavam suadas. — Foi apenas um sonho... Foi apenas um sonho... Foi apenas um sonho... — repeti várias e várias vezes, me sentando ao lado da cama.

A campainha tocou e, mesmo apavorada, caminhei até a porta. Lancei-me nos braços de um desconhecido. Precisava apenas me sentir protegida.

— O que está acontecendo aqui? — Felipe se aproximou e então tirei minha cabeça do peito de um homem que nem sabia quem era. Nem olhei em seu rosto, me jogando na direção de Felipe. — Meu Deus, Isabella. Você está tremendo. O que aconteceu, cara?

— Não sei. Você me pediu para avisá-la para te encontrar lá embaixo, ao abrir a porta se lançou em cima de mim nesse estado.

— Pode ir. Obrigado. — apertei Felipe como se fosse meu porto seguro. — Vem, vamos entrar. — Felipe falou, mas não me movi. Com delicadeza me afastou para olhar nos meus olhos, estava apavorada e comecei a soluçar como se o sonho fosse se tornar real a qualquer instante. — Vai ficar tudo bem. Agora, me ajude e ande comigo para dentro do seu quarto.

Após me colocar para dentro, Felipe me fez beber um copo de água, assim como no avião, ficou resmungando baixinho ao me abraçar.

— Por que você vive falando baixinho?

— Estou orando por você.

— Obrigada. Isso me acalma. — afastei-me dele. — Está sendo um amigo que nunca tive — declarei e ele abriu um lindo sorriso. Joseph escolheu um espião errado ou podia ser paranoia minha. O que menos importava era quem ele era, contanto que não me deixasse sozinha.

— Nem todos os dias são bons, mas podemos fazer a diferença na vida de alguém. — sorri rápido com sua declaração, olhando para o espelho a sua frente.

— Ai que horror. — levantei, olhando meu estado deplorável. Rosto todo amassado, os fios estavam levantados, como se nunca tivessem conhecido um hidratante. Havia um roxo abaixo dos meus olhos como se tivesse levado um murro. Ninguém mandou ser tão branca.

— O que foi? — passei correndo para o banheiro, ignorando sua indagação.

— Merda! — afirmei ao lembrar que não tinha roupa para vestir além da que já estava usando. Lavei o rosto, arrumei o cabelo em um coque e sai do banheiro para fazer algo que nunca fiz na vida.

— Preciso de um favor seu. — Felipe juntou as sobrancelhas.

— Me diz primeiro por que estava naquele estado?

— Não quero falar sobre isso. Foi apenas um sonho ruim. Preciso de roupas e de forma alguma posso sair daqui desse jeito. Vou te dar dinheiro e necessito que compre pra mim. Por favor.

— Nem pensar. Não sou bom nisso e odeio fazer compras. Espera aqui, eu  já volto e por favor, escove os dentes. — saiu do quarto, me deixando extremamente vermelha e soprando na minha mão em frente a boca para ver se realmente estava com bafo. Entrei no banheiro novamente e agradeci pelo hotel fornecer produtos de higiene bucal.

***

— Espero que isso resolva seu problema. — Uma mulher ruiva de olhos castanhos e com sarnas, sorriu me entregando uma sacola de uma marca caríssima.

— Desculpe, mas você é quem? — fiquei sem jeito ao perguntar, entretanto, a mulher sorriu descontraída.

— Evelly, sou cunhada de Felipe. Noiva do homem que você agarrou, mas desculpo você.

Ele Nunca EsqueceuOnde histórias criam vida. Descubra agora