Regras 4, 9 e 8

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Andando de um lado para o outro, foi como fiquei na sala durante esse tempo todo; inquieto. Acho que talvez tenham sido uns trinta ou quarenta minutos que levaram para que aquele homem asqueroso saísse do quarto de Eric, passando pelo hall do apartamento sem nem mesmo olhar para minha figura parada por ali perto. E eu só esperei até que ele sumisse completamente do meu campo de vista para, enfim, correr até Eric e ver se ele estava bem, mas a imagem dele nu, encolhido em sua cama e chorando, foi muito mais dolorosa de ser vista do que eu imaginava poder ser. Não sabia se podia toca-lo, se ele se sentiria confortável com isso ou se me afastaria, então apenas sentei na ponta do lado oposto do colchão, e desviei meu olhar para não ficar o vendo nesse estado.

- Ele te machucou? - foi tudo o que consegui perguntar, era a maior dúvida rondando em minha cabeça. Minha voz saiu baixa e um tanto rouca, talvez até um pouco fria, assim como meu sangue parece estar em minhas veias: frio, frio por causa do tamanho medo que tenho da resposta.

- Não... ele nunca faria isso.... Ele não faz nada além de conseguir o que quer... – foi só o que disse, tentando engolir o choro e fungando um pouco. – Você... pode me abraçar?... Por favor...

Ele está completamente sem roupas agora, o que seria enlouquecedor para mim, se o momento não fosse tão frustrante. Sei que não deveria ter pensado nisso, mas foi a primeira vez na minha vida que um cara como ele me pediu para toca-lo estando nu, reparar foi inevitável. Mas deixei minha empolgação/nervosismo de lado e me preocupei apenas em o confortar como podia, envolvendo-o em meus braços pela sua cintura fina e o aconchegando no meu peito.

- Sei que não deveria me meter, sei que é a sua vida e que não tenho o direito de opinar. Mas seria melhor quebrar esse contrato, Eric.... Assim como você disse eu não merecer estar perto do meu pai, você não merece sofrer nas mãos de um cara como esse.

- Eu... ainda tenho esperanças... de que ele volte a ser o homem maravilhoso que era quando o conheci. Não sei o que o fez mudar tanto, mas... eu espero muito que ele volte ao normal. Eu o amo tanto! Ele já foi tudo pra mim... e... agora apenas me fode e vai embora.... Ele nem me olha mais nos olhos, Dylan... não sei o que fiz de tão errado. E me dói muito ser usado assim... eu me sinto sujo - se eu pudesse voltar no tempo agora, teria arrumado um jeito de jogar esse nojento do Johnson através daquela parede de vidro da sala, ver Eric chorando tanto e até tremendo assim me deixou furioso, como alguém pode ser capaz de fazer algo assim com esse loirinho??!

- Tenho certeza que você não fez nada de errado! Ele é o único que tem algum problema aqui. Você é perfeito, Eric.

Sim, eu sei, fazem apenas dois dias que o conheço, mas minhas palavras foram totalmente verdadeiras. Se Eric tiver algum tipo de defeito em sua personalidade que desconheço, não mudara em nada, porque seu físico também é absolutamente perfeito. Sua pele é como uma pétala de rosa que acaba de fornecer; lisa; macia; suave; sem marcas nem manchas; sem pelos e no tom de uma flor clara da peônia levemente rosada. E de fato, realmente nenhum pelo fora de suas sobrancelhas, cílios ou cabelo. Chega a ser surreal tamanha perfeição e beleza, é como se ele fosse uma versão em carne e ossos aqueles personagens de manhwa.

- Acha mesmo isso, Dylan ...? Que sou perfeito? – perguntou-me olhando em meus olhos com esperança em suas pupilas dilatadas. Graciosos são seus cílios úmidos pelo resquício de lágrimas do recente choro, e adorável é a ponta de seu nariz tão rosada quanto seus lábios belamente atrativos, com mais seu cabelo loiro quase branco despenteado de um jeito lindo. Queria poder congelar o tempo nesse instante para que eu pudesse fazer um desenho dele agora, capturando cada mínimo detalhe de sua perfeição até nos menores traços, para que ele pudesse ver eu como eu o vejo.

- Muito mais do que imagina...

O lado bom, é que ele parou de chorar; e o melhor ainda, é que ele me beijou mais uma vez nesse conturbado dia. Um beijo que de início foi bem doce e lento, até começar a ficar mais profundo e desesperado.

9 Regras Para Ser Um Sugar Baby Gay (Livro 1)Onde histórias criam vida. Descubra agora