11• Mentirinha

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JeongIn estava se preparando para ir à escola, infelizmente já era segunda, porém tinha uma coisa boa nisso, veria Yuha, a garota que, talvez, estivesse apaixonado. Não era uma certeza, afinal fazia um tempo que sentia isso de paixão ou amar.

Trancou a porta e foi em seu trajeto, o bom é que dessa vez Felix o levaria, estava um dia frio e nublado, um dia "triste", para ser exato, mas para JeongIn, tudo parecia bem quando estava perto de seus únicos e importantes amigos. Era como uma luz no fim do túnel que ele tinha conseguido alcançar.

Ao chegar na escola, se despediu de seu amigo, que observou a entrada do mais velho no lugar e sorriu, vendo o quanto seu amigo, a qual considerava um filho, estava crescendo.

JeongIn se sentou na cadeira, por sorte, a primeira aula de segunda era artes, finalmente veria seu professor favorito entrar pela aquela porta, fazia um tempo que não via o mesmo, talvez ele estivesse doente ou algo do tipo. Pegou seu caderno de desenho, e então escuto a explicação da aula.

•••

Eram quase meio dia, a hora do almoço, a barriga de Jeong roncava tanto, que pareciam os trovões do lado de fora. Estava ventando muito, isso era visível por causa das árvores que se mexiam de forma forte e violenta, foi quando o diretor da escola anunciou por algum microfone que ficava escondido em cada sala, que seriam liberados mais cedo por conta dos ventos que estavam muito fortes, e isso poderia prejudicar ou dificultar a ida de alguns para casa, de noite.

JeongIn respirou fundo, por um momento isso era bom, não queria estudar mesmo, mas por outro lado era ruim, não tinha praticamente nada para fazer em casa até que sua mãe chegasse, então passaria a tarde toda deitado vendo ou lendo algum desenho ou gibi. Pegou sua bolsa e saiu da sala, junto com seus colegas de classe, andou até a saída, procurando Kyung Won, pensou melhor, e talvez essa poderia ser a hora de por o plano horrível em ação, mesmo não sendo de noite e de manhã era muito menos preocupante andar na rua.

Quando finalmente a achou, deu um sorriso gigante, tão gigante que até ele mesmo estranhou, achava ridículo ver pessoas sorrindo daquele jeito por causa de alguém. Ou talvez ele achasse porque não teve uma chance de sentir como era sorrir como um bobo.

Andou rapidinho até chegar nela, não sabia muito como chamar sua atenção, então, apenas fingiu que estaria apenas andando por perto e que ela o visse:

—Eai, Jeongin. — bingo! Tinha dado certo, e ela sorria, com o mesmo doce sorriso de sempre.

—Olá, Yuha. — a cumprimentou sem saber muito bem como continuar essa conversa sem parecer estranho ou desconfortável, então lembrou do que seus amigos tinham dito, foi como se uma lâmpada tivesse brilhado em cima de sua cabeça. — Você viu que tem uns homens estranhos por aqui? Vi que eles machucam garotas e depois sequestram... — tentou convencer o máximo que conseguia.

—Sério? Não vi, não vejo muita TV, preciso passar a ver. — Jeongin apenas soltou um "eh". — Quer ir pra minha casa? — perguntou animada.

Por ter sido de repente, Yang olhou para ela meio confuso e envergonhado.

—Que?

—Sua barriga ronca mais alto que um trovão, minha casa fica mais perto que a sua se formos por um atalho, posso cozinhar, você come e lava a louça e assim ficamos quites. — fez um joinha com a mão.

Jeongin apenas concordou em ir, estava morrendo de fome praticamente e não recusaria uma boa comida, por mais que tivesse que ter uma troca nessa história. Os jovens chegaram ao lugar que Kyung morava, não parecia muito grande por fora, mas ao entrar, se via um cômodo grande e com um pouco de estilo tradicional. O garoto olhou para tudo antes de tirar seus sapatos e entrar, depois, colocou sua bolsa do lado do porta casacos:

—Sua casa é bonita. — elogiou, em seguida sorrindo ao ver um gato com pelagem negra.

—Obrigada, e essa é a Lua. — pegou o avental rosa claro e pegou as coisas que precisava para preparar o almoço.

—Ela é bonitinha. — Yang observou também que tinha mais de um quarto, então teorizou que poderia ser da família da garota, seria um pouco estranho se ele perguntasse sobre isso. — E o que vai fazer?

—Estou pensando em Bibimbap, o que acha? — perguntou como se precisasse de resposta.

Jeong concordou, se sentando na cadeira com o gato no colo. Não sabia muito bem se ajudava ela a cozinhar, ou se só olhava, na real, só sabia fazer doces então se pensasse em colocar a mão em alguma colher de madeira, iria colocar fogo na casa inteira.

Ficou observando atentamente o preparo da comida, ela parecia concentrada e séria enquanto preparava, coisa que o moreno nunca tinha visto. Seu primeiro pensamento, era que cozinhar para ela era algo sério, mas depois de alguns, a mesma passou a fazer caretas enquanto provava o gosto da comida, o fazendo rir alto das expressões:

—Jeong você ri de tudo? — perguntou em tom de risada.

Yang acabou confirmando com a cabeça, antes de ouvir a porta de entrada bater com força, e o gato sair correndo com o susto.

—Ta ventando pra caralho do lado de fora, desculpe o barulho. — um garoto de voz grossa falava de forma séria enquanto entrava e ia direto para seu quarto, sem dizer nada além disso ou olhar para trás.

—Tudo bem. — Yuha respondeu com um sorriso, como se o garoto tivesse feito o mesmo.

Arrumou os pratos na mesa e tirou o avental, se sentando na cadeira e agradecendo pelo almoço. Yang estava um pouco incomodado com o jeito que o cara falou, mas não sabia se era certo perguntar ou coisa do tipo, mas da mesma forma o fez, depois de colocar comida em seu prato:

—Aquele garoto mora com você? — como se não fosse óbvio, ele perguntou.

—Sim, moramos juntos. — colocou a comida na boca.

—E ele é... Seu namorado? — fez outra pergunta, esperando ficar chateado com a resposta.

—Claro que não, é meu primo, Kang Daniel. — olhou para o quarto de Daniel. — Seria estranho, acha não? - riu irônico.

Jeongin fez um sorriso meio sem graça, se sentiu meio desconfortável por perguntar daquela forma, então passou a comer, tentando fingir que aquela conversa sem sentido tinha acontecido.

Tinha sido um almoço bom, fazia tempo que não comia aquilo, e como estava bom, também estava satisfeito. O garoto colocou os pratos na pia, tinha concordado em lavar, então o faria:

—Ah, sabe aqueles caras que você disse que machucam e sequestram as pessoas? — perguntou.

—S-sim. — gaguejou.

—Por que mentiu?

JeongIn colocou um dos pratos no escorredor, antes de se explicar de forma dramática, fazendo com que a garota risse igual uma matraca.


•••

Seis tão bem? Espero que sim viu, boa leitura

1,74Onde histórias criam vida. Descubra agora