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A noite havia sido tranquila. Yoongi conheceu seu parceiro, que se chamava Jungkook e lidava com as plantas da casa, segundo ele quase nem tinha trabalho, já que a senhora Kim gostava muito de cuidar também. Era um cara engraçado e fácil de conseguir uma amizade simples, foi com ele que Yoongi riu pela primeira vez e gostou de não ser forçado. Teria ficado mais para conversar, porém estava acabado, cheio de seu dia. E olha que aquele era apenas o primeiro.  Colocou o celular para despertar bem cedo e então, assim que deitou a cabeça no único travesseiro disponível da cama, apagou.

No dia seguinte, com aquele som gritante e de um ritmo chato, Yoongi acordou preguiçoso, querendo por tudo que era mais sagrado virar para o lado e dormir outra vez. Mas ele não estava mais na casa de seus pais, deveria levantar,  lavar-se, vestir-se, arrumar as coisas do crianção, vulgo Taehyung, e então acordá-lo com uma expressão menos feia.

O que deveria fazer de café da manhã para o homem? Um sanduíche e um suquinho seria o suficiente? Não queria e nem poderia errar mais uma vez, por Deus. Yoongi então lembrou-se de um sanduíche super gostoso que sua mãe preparava para si, iria fazer para Taehyung e também uma pequena porção de salada de frutas. Em ações cuidadosas para não quebrar nada, Yoongi fez tudo direitinho, já bem vestido e arrumado, com a mesa posta, ele subiu correndo para acordar Taehyung.
Após o homem enrolar e fazer toda sua rotina matinal, ele tomou o café da manhã e nada disse, nem mesmo um obrigado. Yoongi o esperava em um canto do quarto, bem arrumado mas naturalmente preguiçoso.

— Melhore essa sua cara.

Taehyung comentou rude, sem nem olhar para o garoto que suspirou.

— Sim, senhor. — Mas essa é a única  cara que eu tenho, pensou Yoongi entre um suspiro.

Os dois saíram do quarto, desceram as escadas e foram para o carro que já estava em sua espera. O motorista respondeu o cumprimento de Kim e ignorou o de Yoongi, que sentou bem distante do patrão. Eles dirigiram por poucos minutos até uma segunda casa, de onde veio um homem muito bem vestido e alegre logo naquela hora da manhã. A porta do carro foi aberta pelo motorista e ele entrou, deixando Taehyung no meio, ao lado de Min.

— E então? Para onde vamos? Quem é esse?

— Já está assim nessa hora da manhã, Hoseok? — Taehyung riu.

— Eu nunca paro.

Hoseok inclinou-se para frente e olhou mais atentamente para Min, que não se virou ou demonstrou nenhum interesse em se aproximar. O garoto riu e tocou o joelho de Yoongi, que o olhou assustado.

— Qual seu nome?

Yoongi, antes de responder, olhou para Taehyung e esperou alguma reação do mesmo. Como não viu nenhuma, julgou que poderia dizer seu nome.

— Min Yoongi, senhor.

Hoseok sorriu. Era bonito.

— Que educado.

Taehyung riu de modo debochado e tirou o dedo de Hoseok do joelho de Yoongi.

— Você não faz ideia do quanto.

Seu tom sarcástico fez com que Yoongi sentisse vergonha de estar ali, e o garoto transformou isso em uma expressão emburrada que não passou despercebida por Kim.

— O que eu falei sobre essa cara? — Kim aumentou o tom de voz, atraindo a atenção de Yoongi e Hoseok.

— É a única que eu tenho!

O silêncio tomou conta do veículo. Hoseok olhava para qualquer canto, sabendo que Taehyung deveria estar muito próximo de um ataque, e o Kim olhava furiosamente para seu empregado igualmente irritado.

— Pare o carro. — A ordem clara foi dada e atendida prontamente pelo motorista. O Kim esticou-se por cima de Yoongi e abriu a porta do carro, ajeitando-se em seu lugar novamente.

— Desce e volta pra casa, eu não aguento ficar perto de você por nenhum segundo mais.

Antes que Yoongi pudesse abrir a boca para pedir desculpa, Taehyung lhe alcançou um cartão que constava o endereço da casa.

— Isso é tudo. Desce.

Yoongi, sem saber como reagir ou o que falar, desceu do carro relutantemente e o assistiu ir embora. Estava sozinho e não sabia onde, visto que não conhecia o lugar. O jeito era seguir reto e boa sorte.
Limpando o rosto vermelho e choroso o garoto começou a caminhar devagar, olhando em volta para ver se reconhecia algum ponto de referência que pudesse seguir e chegar em segurança na casa.
No carro, o clima pesado poderia ser pego e posto num pote caso alguém tentasse. Kim estava com raiva.

— Cara...

— Calado.

— Eu não sou um empregado.

— Não quero saber, Hoseok.

— O que você fez foi errado.

— Olhe como ele me respondeu!

— Pois olhe o que você disse antes, Taehyung! Ele ainda tem sentimentos!

— Não é problema meu.

— Nunca é porque você sempre foi um mimado.

E o próximo a sair do carro foi Hoseok, que pelo menos sabia onde estava e como voltar para sua casa.

(Des) ApegoOnde histórias criam vida. Descubra agora