Acordo com os raios de sol invadindo o quarto pelas frestas da cortina, me virando para o lado oposto ainda grogue. Suspiro, o perfume suave de Bradley preenchendo minhas narinas, e abro os olhos lentamente apenas para encontrá-lo ao meu lado, ainda dormindo. Sorrio com a vista, aproveitando ao máximo cada detalhe dele, sabendo que isso não vai durar muito.
É inegável que estou me apaixonando por ele, mesmo sem conhecê-lo direito. Atração seria a palavra certa a ser usada aqui, mas me conheço muito bem para saber que atração sempre vem com o bônus de me apaixonar, uma das desvantagens de ser sentimental. Bradley, por outro lado, não me parecia ser do tipo sentimental, mas isso é uma impressão. O homem à minha frente é um enigma, e eu criei a nota mental de tentar decifrá-lo, seja como for.
É sábado, e sou grata por isso. Fico mais um pouco na cama antes de olhar o relógio marcando 10h07 da manhã, e me espreguiço para me levantar, tentando não acordar Bradley, para conhecer sua casa. Uma caminhada por aí não faz mal enquanto ele ainda descansa.
Não me surpreendo ao descobrir que sua casa é bem decorada, com diversas pinturas espalhadas. Algumas de minhas obras favoritas estão ali em sua parede, o que me faz sorrir. Quando passo por um espelho na sala de estar, paro por alguns segundos para me olhar, vestindo a mesma blusa social que ele estava ontem, antes do nosso "segundo round."
— Confortável? — ouço Bradley perguntar atrás de mim, avançando até o campo de visão do espelho.
Ele dá uma olhada nada discreta para a minha bunda, depois olha pra mim pelo espelho. Eu me viro.
— É óbvio assim? — digo rindo.
— Fica bem em você. — ele diz, sério, e limpa sua garganta. — Tem café da manhã na mesa.
— Ah, obrigada. — Passo por ele enquanto prendo meu cabelo em um coque, levantando os braços o suficiente para que a sua camisa suba e mostre mais um pouco da minha bunda, provocando-o.
— Ah, Stefani... — Ele murmura me segundo enquanto vou até a cozinha.
Nos sentamos e comemos em silêncio, e penso no fato de que não há nenhum funcionário ali, o que significa que ele preparou a mesa para mim. É um bom sinal, certo?
— Então, Bradley... — Digo depois de mastigar uma torrada. — Você... Já foi casado?
Disfarço uma risada enquanto ele engasga levemente depois da minha pergunta.
— A ideia de matrimônio não me agrada muito. — Ele diz, se limpando. — Você acha que eu faço esse tipo?
— Só acho que um homem como você não devia estar sozinho.
Ele pausa por um momento, e então me olha sério.
— O que você quer dizer com isso, Stefani? — Ele me olha como se eu tivesse dito algo absurdo, e eu de repente não sei porque falei aquilo.
É claro que a ideia de estar com ele me agrada, e eu sou definitivamente uma mulher do tipo que namora, mas... Bradley? Não, ele era muito pra mim. É apenas óbvio.
— Nada. — Digo e continuo a comer.
Ficamos em silêncio pelo resto da refeição, e Bradley sequer olha na minha direção.
— Acho melhor eu te levar em casa. — Ele diz se levantando assim que terminamos. Olho pra ele sem entender.
— O que, você achou que ficaria aqui até quando? — Ele diz, me olhando.
— Puta merda, eu não sabia que você era tão cretino assim. — Digo rindo forçadamente, me levantando também.
— Qual é, Stefani, nós só transamos. Fica fria. Cada um segue seu caminho, fingimos que nada aconteceu. — Ele diz rindo, indo em minha direção, e eu dou um passo para trás pra impedir que ele se aproxime mais.
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often
FanfictionBradley, professor universitário de História da arte, sempre teve aura de mistério e era de pouca comunicação com os alunos por sua seriedade. Isso muda quando uma aluna novata chama sua atenção.