Capítulo um:

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Toni Topaz Point Of View

Acordo mais uma vez com o som do despertador ecoando pelo quarto. Me sento, desajeitadamente, na cama e esfrego os olhos, para tentar acostumar com a claridade que entrava através da janela.

- Desliga essa merda logo, Toni. - Sweet Pea grita da cozinha.

Reviro os olhos e levanto, caminhando até o despertador, apertando o botão e acabando com o som. Entro no banheiro e tomo um banho morno. Coloco uma roupa simples, um short jeans, uma regata branca e um coturno preto.

- Bom dia - digo estressada assim que chego na cozinha.

- A gente tem que conversar. - ele fala sério e se vira pra mim.

- O que tá rolando? - sentei na cadeira e ele me acompanhou.

- Estamos precisando de grana. - disse enquanto brincava com os dedos - Só o meu emprego não está dando conta. - me olhou nos olhos - Se não resolvermos isso, perdemos o trailer.

- Não, não, não. - me levantei e comecei a andar em círculos, pensando em uma solução.

- Se acalma, Toni. Daremos um jeito. - suavizou a voz.

- Eu vou trabalhar no Wyrm Whyte.

- Toni, Você só tem 17 anos. É muito nova para trabalhar. Principalmente lá. Sabe que só gente da pesada frequenta lá.

- Estamos precisando de grana, não estamos? - ele assentiu receoso - Certo. Hoje mesmo, depois da escola, passo lá ver se tem vaga. - respirei fundo e me sentei ao seu lado - Não vamos perder o trailer, Sweets, okay?

- Okay - suspirou e apoiou a cabeça em meu ombro.

Terminamos o café em silêncio. A notícia de que temos chances de perder o trailer, nos faz ficar calados. Este lugar sempre foi nossa casa. Sweet é dois anos mais velhos que eu, ou seja, ele mora aqui desde que nossos pais se mudaram pra cá. Quando fiz 12 anos, Thomas e Katy nos abandonaram. Simplesmente sumiram e nunca mais deram sinal de vida. Foi aí, que o Pea entrou para a gangue SouthSide Serpents. Desde então, ele consegue nos manter, com o dinheiro que ele ganha fazendo alguns trabalhos que eu nunca soube o que é.

- Hey, pequena. - ele chamou assim que terminou de comer. - Não fique assim. Calada. Vamos conseguir sair dessa. - me abraça.

Pego o que faltava e caminhamos até o colégio.

Cheryl Blossom Point Of View

- Vamos garota. Acorde. - ouvi minha mãe gritar com aquela voz irritantemente assustadora.

Abro os olhos e respiro fundo. Às vezes eu só quero acabar com tudo isso. Sair daqui. Daqui eu me refiro ao mundo, e não a minha casa. Tomo banho, ponho uma calça jeans, uma camiseta simples e um all star preto. Peguei minha mochila e desci.

- Não vai tomar café da manhã? - a ignorante da minha mãe pergunta. Até parece que se importa.

- Vou comendo uma maçã no caminho. - respondi indiferente e peguei a chave do meu carro.

Entro no veículo e meu celular começa a tocar, logo ponho no viva voz.

Ligação on

- Hey, Cher. - ouço a voz da Betty, minha prima e uma das minhas melhores amigas, a outra é Josephine McCoy.

- Como vai, Sunshine? - pergunto tentando ser simpática.

- O que ela fez? - perguntou como se soubesse o motivo do meu mau humor. Óbvio que ela sabe, todos sabem.

A Garota Do Bar Onde histórias criam vida. Descubra agora