CAPÍTULO DOIS
O sinal tocou e os dois seguiram pelos largos corredores, cheios de alunos que entravam em suas próprias aulas. No meio da bagunça, existia uma sala chamava a atenção com gritos agudos e risadas histéricas como hienas. Provavelmente apagadores e bolinhas de papel seriam lançados dali a alguns minutos juntamente com penais e outros objetos.
Talvez algum aluno fosse jogado também... Brincadeira, bem, talvez com um fundo de verdade. E sim, essa era a sala de Edith. Quem nunca teve sua sala considerada a pior da escola não sabe como é ser o centro das atenções.
Primeira aula segundo o horário: Biologia. Assim que entraram na sala, Edith e Nathan perceberam que o professor já estava lá. Ela bateu na porta com o nó do dedo indicador e o professor Luiz acenou para que entrassem com pressa.
Nathan foi até ele enquanto Edith se sentava na primeira fileira de carteiras duplas ao lado da parede. Dava para ouvir pouco da fala do professor com o novo aluno, por causa da conversa dos alunos que falavam tão alto que quem estivesse do outro lado da cidade poderia ouvir.
O professor de meia idade murmurou algumas palavras com Nathan e então bateu palmas para chamar a atenção dos alunos. Nesse momento, o silêncio se formou. Todos observavam não o professor, mas o belo garoto de cabelos pretos e olhos verdes em frente ao quadro negro. Era impossível não ficar hipnotizado com a beleza que ele possuía.
— Este é Nathan Blake, ele estudará nesta sala de agora em diante até o final do ano, por favor, o recebam bem — disse o professor Luiz em um tom que poderia ser ouvido do outro lado do colégio.
— Eu iria recebê-lo bem na minha casa — falou alto uma garota fazendo com que alguns alunos rissem como hienas.
Edith percebeu que foi Elizabeth quem soltou este comentário dispensável. O sorriso maroto que Nathan deu a ela fez a menina ficar com o rosto incrivelmente vermelho. Edith sentiu um desconforto, mas sorriu ao ver a expressão de Elizabeth.
Encontravam-se poucos lugares vagos e ao lado de Edith era um deles. O garoto não pensou duas vezes antes de caminhar até ela e se acomodar na carteira nova. Alguns resmungos surgiram na sala, principalmente vindos de Elizabeth, Laura e das outras meninas. Nathan percebeu que todas o queriam. Ele riu mentalmente, afinal, era algo normal ser desejado, mesmo sendo tão egocêntrico.
— Que assunto vocês estão aprendendo? — questionou ele em voz baixa a Edith.
— Genética — respondeu Edith mostrando o caderno de espiral que exibia a letra delicada da menina, marcada aqui e ali com uma caneta marca-texto amarela.
— Eu também estava aprendendo isso — disse Nathan.
— Vou passar as folhas do exercício avaliativo, alguma dúvida me pergunte. — O professor falava enquanto entregava as folhas. — Qualquer dúvida sobre o assunto é só falar comigo, apesar de eu achar que em sua outra sala esse também era o assunto abordado. — Luiz comentou com Nathan e o mesmo assentiu com a cabeça.
Edith observava a folha recém-entregue pelo professor e então deixou que o parceiro de prova a lesse também.
— Sim era isso mesmo que eu estava aprendendo. — A expressão de Nathan demonstrava certo desânimo, o que fez Edith sorrir.
Os dois concluíram o exercício rapidamente sem muito esforço. O professor Luiz corrigiu na hora e lhes concedeu uma boa nota, sem espanto para Edith, já que era a aluna exemplar.
— Achei que era assunto de colegial, não de fundamental — comentou Nathan com um sorriso maldoso sobre a prova.
— Acredite, vai ter muita gente se ferrando por causa dessa prova. — Edith retrucou. — Não seja maldoso!
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Asas e Dentes - DEGUSTAÇÃO
FantasySINOPSE E quando você simplesmente não sabe em quem confiar? Quando todos ao seu redor escondem segredos obscuros? Edith acreditava que todos tinham seus segredos, mas alguns eram muito além do comum. Sabe-se que o destino sempre prega peças e em se...