CAPÍTULO TRÊS
Depois que saíram da sala da diretora, Edith e Elizabeth voltaram para a sala de aula. No entanto, os alunos já estavam no final da última aula, e quando o sinal tocou para a saída, e Edith e Elizabeth quase foram atropeladas por um bando de rinocerontes e outros animais do Zoológico que se chamavam colegas de classe.
Nathan olhou para Edith de forma diferente, ele a viu em ação e achou incrível a forma como ela soube se defender, sim, a violência não era o forte dela, mas ele sentiu algo a mais, uma força interior vinda dela, um tipo de aura diferente. Ele guardou o material de Edith para que ela não precisasse perder mais tempo e simplesmente ir para casa. No corredor, Laura saiu esbarrando em Edith. Agora ia encontrar-se com John, e caso isto não acontecesse provavelmente descontaria tudo em Edith como se tudo o que acontecesse fosse culpa dela.
— Obrigada mesmo, Nathan. — Edith sorriu para o garoto enquanto ele se afastava para a porta jogando a mochila por sobre os ombros largos.
— Não achei que fosse de briga — disse ele, e Edith apenas o encarou.
— Como?
— Você parece ser uma pacifista — explicou ele soltando um risinho. Edith estava mais vermelha que qualquer tom da cor.
— Eu não gosto de briga. Nunca briguei — respondeu ela e ele sorriu de canto de boca.
— Não me pareceu. — provocou ele.
— É sério. — riu Edith. — Hoje não sei o que me deu.
— Ela mereceu.
— Ela me deixa louca há anos, mas hoje foi demais.
— Tudo bem, eu acredito em você — disse ele olhando em seus olhos. Ela fitou rapidamente o celular, para ver o horário. Seu rosto ainda estava ruborizado.
— Como? Se nem me conhece direito. Como sabe que não estou mentindo? — Ela desafiou.
— Eu sei quando as pessoas mentem, e você não consegue.
— Tem razão, não sou uma boa mentirosa — Ela concordou, nunca soube mentir direito. — Mas agora eu preciso ir — falou ela.
— Eu também, até logo, falsa pacifista.
Nathan deu uma risada alta e saiu da sala e Edith colocou a sua mochila nas costas indo em seguida pelo caminho contrário ao dele. Enquanto a menina seguia de volta pela quieta rodovia passou pela capela perto da sua casa, uma bela capela pode-se dizer.
Havia um grande carvalho de cada lado como uma recepção, com as folhas esparramando pelo chão de tão abundantes, com o tronco áspero e escuro sustentando toda aquela beleza. A capela dispunha de lindos e antigos vitrais como janelas, a cor da capela era verde-claro e a porta de madeira escura exibia, esculpido e pintado no mesmo tom de verde, arabescos ramificados.
No topo havia um grande sino de bronze que convocava os fiéis para a missa todos os dias. A capela também tinha belas colunas dóricas dispostas à frente da porta, sendo base para uma pequena extensão de telhado.
Na soleira estava um senhor de idade avançada com uma túnica branca e uma estola dourada e verde com desenhos delicados sob o corpo avantajado. Usava óculos redondos e as rugas da idade lhe cobriam o rosto. Era o Padre Joaquim. Edith não sabia dizer desde quando conhecia aquele homem, talvez desde que nasceu, sempre o via com a aparência de idade avançada, entretanto sua mãe disse que ele não era tão velho quanto aparentava ser.
— Edith, querida, venha cá. — Ele chamou com sua voz esganiçada.
— Sim?
— Gostaria de falar com sua mãe, será que poderia passar o recado? — perguntou ele quando Edith estava próxima.
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Asas e Dentes - DEGUSTAÇÃO
FantasySINOPSE E quando você simplesmente não sabe em quem confiar? Quando todos ao seu redor escondem segredos obscuros? Edith acreditava que todos tinham seus segredos, mas alguns eram muito além do comum. Sabe-se que o destino sempre prega peças e em se...