A Face Do Coração | Trilogia: Faces | Livro II

Capítulo 10 - Direita Ou Esquerda?

LEONARDO OLIVEIRA

- Senhor, o seu caso é grave, eu preciso que tenha certeza, realmente quer acusar sua esposa de ter assassinado a própria irmã?

- Eu tenho certeza disso - o homem sentado à minha frente disse - Ela tinha suspeitas de que eu estava sendo infiel com a irmã dela

- Continue, por favor

- Então ela brigou comigo, também com a irmã, e disse que mataria nós dois

- Ela os ameaçou - refleti - Pode me dizer, por gentileza, as palavras que sua esposa disse? Tente dize-las em sua total integralidade

- Minha esposa - ele pigarreou - Ex esposa, disse que queria nos ver mortos, "minha irmã será a primeira", ela gritou, "aquela traidora"

- A sua "esposa" - se não estão divorciados, então ainda são casados - Já se demonstrou violenta? Em algum momento no casamento, ela mostrou sinais de que se tornaria uma assassina?

- Sim - ele assentiu veementemente - Ela já me atacou com uma faca, em uma briga simples

- Simples? Defina simples nesta ocasião

- Ela achou que eu estava sendo infiel

Essa cara hein!

- A situação é parecida com a do presente - pensei - O senhor entende, que se quer ser meu cliente, deve sempre me dizer a verdade?

- Entendo - ele balançou a cabeça positivamente

- O senhor alguma vez, já traiu sua esposa?

- Bem...

- Seja íntegro, por gentileza, Sr. Miranda

- Uma única vez, e... Foi com a irmã dela?

- A moça assassinada?

- Exatamente - ele suspirou - Mas ela não precisava ter matado a mulher

- Concordo plenamente - assenti - Entretanto, eu irei averiguar a situação, preciso de mais detalhes para preencher as lacunas que estão em aberto, necessito de um certo tempo para decidir se aceito ou não o caso, eu gosto de trabalhar com a verdade, por esse motivo não lhe darei minha reposta neste momento, compreende?

- Sim, te dou o tempo que precisar

- Obrigado pela compreensão, começarei a investigação o mais rápido possível, irei lhe passar minha resposta em breve

- Posso ir? - o homem levantou

- Claro - assenti

- Obrigado - ele me deu um aceno de cabeça e saiu da minha sala

- Caramba! - suspirei - Que história... Preciso ver se... - não consegui completar a frase, pois o telefone tocou, eu o tirei do gancho e atendi

- Alô - falei simplesmente

- Tudo certo aí, Léo? - a voz me confirmou que era o Lucca

- Tudo certo, por que está ligando no meu escritório? - relaxei na minha cadeira

- Quero fazer um convite

- Estou escutando

- Que tal jantar com a gente, hoje?

- Por que eu iria querer isso? - suspirei

- É só um jantar, quem sabe não consegue se animar, depois de ontem...

- Não gosto dessas coisas, Lucca e você sabe disso

- Você precisa estar lá - ele disse

- E por quê?