Capítulo 2

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Narrador - Vancouver

Quando Anna acordou no outro dia, ela estava em um cama em seu quarto, o sol que entrava pela janela a incomodou. Ariel estava ao seu lado, segurava uma de suas mãos e na outra a boneca Barbie. Foi quando a mais velha lembrou, havia ido ao pátio atrás do brinquedo, mas não lembrava de ter voltado, nem como o achou. Tudo era um grande borrão, uma nuvem preta em sua memória. Ela se mexeu e algo em seu pescoço ardeu, ela colocou a mão no local, mas não havia nada, estranhou.

- Ariel? - Anna a chamou, tocando as suas bochechas rosadas.

- Anna? - Ela abriu os olhos lentamente, um olhar um pouco confuso, mas feliz ao ver a mais velha. - Que bom que você acordou, dormiu por um tempão. - Anna riu pelo jeito que a mais nova falava. - Parecia até a branca de neve. - Anna fez um careta.

- Não seria a bela adormecida? - A morena perguntou. - É ela que dorme por um tempo. - Explicou.

- É. - Ariel concordou risonha. - Mas você é branquinha igualzinha a branca de neve. - Respondeu ela. Se havia algo que a mais nova gostava além das bonecas, eram os livros sobre princesas.

Anna riu concordando com a loira, ajudou ela deitar ao seu lado na cama e perguntou o que havia acontecido noite passada.

- Você estava demorando muito. - Começou ela. - Então eu chamei a Dona Olga para ir ver, ela disse que você estava deitada na grama, que tinha desmaiado. - Ela fungou, os olhinhos encheram de grossas lágrimas. - Eu fiquei com medo, fui eu que pedi pra você ir lá fora. - Ariel abraçou a morena, os braços agarrados em seu pescoço, ela chorava baixinho. Anna a abraçou de volta, passando a mão por seus cabelos loiros. - Me desculpa, Anna. - Murmurou ela.

- Está tudo bem, Ariel. - Ela passou as mãos pelas bochechas rosada da mais nova, onde as lágrimas ainda escorriam. - Devo ter desmaiado porque estava muito cansado, não foi sua culpa. - Ariel sorriu e a abraçou de volta.

Já eram oito horas quando as duas desceram para o café da manhã no orfanato, não haviam muitas coisas sobre a mesa, apenas algumas jarras com café e leite além de pães recheados com manteiga e geleia, mas Anna sabia que aquilo era o suficiente, muitas crianças na rua não tinham nem a metade daquilo.

Depois do café, Ariel e as outras garotas mais novas seguiram para o terceiro andar, onde elas tinham aula básicas como matemática e português. Nenhuma garota frequentava as escolas fora do orfanato, era uma regra. Já Anna subiu para o segundo andar, onde ajudava na limpeza dos quartos. Saindo de um dos cômodos, ela encontro Olga, uma senhora de cabelos brancos e pelo morena. Era um das mais antigas do orfanato e uma das mais amorosas também. Seus traços suaves e seu sorriso doce lembravam as mães que ela via na Tv, o que parecia um pouco cruel pois Olga não podia ter filhos. Foi esse um dos motivos que a fez ir trabalhar para o orfanato, ela poderia não filhos de sangue, mas tinha muitas de coração.

- Como está se sentindo? - Perguntou ela para Anna, seu olhar era preocupado. - Você me assustou ontem, querida.

- Estou bem, deve ter sido o cansaço. - Respondeu ela sorrindo para a mais velha. - Ando trabalhando muito ultimamente.

- Ah querida. - O olhar de Olga era doce. - Sei que está juntando o seu próprio dinheiro, mas não acha que se esforçando demais? Você ajuda nas tarefas do orfanato e trabalho a noite, isso pode ser um pouco demais pra você.

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