Deslocados

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- Tudo passava como um vulto, na minha mente permanece o rosto dele, mascarado...

...

- Quem é você? - X estava na sala de vigilância, ele dizia quase que em um sussurro, olhando pela janela esfumaçada, podia se ver que era dia.

- Falando sozinho? - Sasha tira ele de seus devaneios. - Você está bem?

- Sim, diferente dela ...- Seu tom de voz era sério e preocupado, a palavra "cobaia" ecoava em sua mente. - Seja o que for que injetaram nela, a está destruindo de dentro pra fora.

- Vamos achar uma solução!...- Silencio, ele continuava pensativo. - Sei que você se identifica com ela, mas tem que relaxar.

- Ela tem que viver. - Sasha o olha com preocupação, ela sabia do ocorrido pois leu o relatório que X fez do dia anterior - Eu só não quero que essas torturas se repitam! - X sai da sala, com sua mente atordoada, cheia de dúvidas, fazia tempo que não ouvia essa palavra, principalmente se referindo à uma pessoa.

Ele passa pelo refeitório, tudo é calmo, Mack está escorado perto do corredor principal que levava a saída. Era notável que X e Mack não iam um com a cara do outro. Ao cruzar com ele o clima é de como se um ignorasse o outro. X só queria sair da Base, e aquele era o principal caminho.

- Vai a algum lugar? - o Loiro de olhos castanhos, decide se pronunciar.

- Não te devo satisfação Mack. - X continua andando, mas Mack o segue.

- Sabe eu acho que você deve sim, como um futuro líder da equipe 7, você deve me respeitar. Além do mais não se pode sair a hora que quiser - A equipe 7 se referia a equipe principal de todas as bases, seu número vem dos anos que o projeto de restauração e proteção do mundo tem, as 34 bases espalhadas pelo mundo.

- Eu realmente - X se vira - Não acho que você possa ser um bom líder. E como supervisor, eu posso sim sair a hora que quiser. - Os dois passam a se encarar. X tinha razão, ele era o supervisor, um dos melhores agentes, tinha autoridade na base, mas Mack também tinha o posto de supervisor, título que o fazia ficar se gabando por aí.

- Por que? Por um acaso você seria melhor? - Mack diz com tom de deboche.

- Só sei que você não merece, não tem coragem, um líder da a vida pelos seus companheiros, e você, só pensa em si próprio. - Eles continuam se encarando, até que X continua o caminho de onde parou, podiam se ouvir os seus passos pesados em direção a porta do primeiro corredor, graças ao silencio que fazia no refeitório, todos ficavam tensos quando X e Mack estavam no mesmo lugar.

- Não sou eu que tenta fazer tudo sozinho! - X ao parar olha de canto de olho para Mack, e solta o ar em um riso falho, e volta a andar. Quando a porta se fecha, o silencio é quebrado e começam os burburinhos. "Achei que eles iam brigar", "Aquele X é misterioso", "Não gosto do Mack ele se acha de mais", "Queria ter visto uma briga", "Não confio naquele X" "Não sabemos nada sobre ele" "Eu confio", "Ele já me salvou uma vez". Mack fecha os punhos, fazendo força para conter a raiva que sentia, e sai do local.

X volta ao beco onde encontrou a garota, estava completamente abandonado. Ficou se perguntando de onde ela poderia ter vindo. Tentava encontrar pistas, mas não havia conseguido muita coisa, além de uma pulseira com um número (0298). Ele não lembrava de ter visto a garota usando, mas imaginava que podia ser dela. Sentia raiva de saber que experimentos ainda acontecem aqui em Arret. O comunicador toca.

- Onde você está?

- O que foi John? - John era o comandante capitão da base, acima de X só havia ele, a muito tempo ele resgatou X, e deu sentido para sua vida, O ajudando em sua pré-adolescência complicada.

- Temos um problema, volte pra base.

- Estou a caminho.

Base 34.1...

- O que ouve? - X diz já entrando na sala, onde todos os lideres estavam.

- Ok já podemos começar. - John começa a reunião. - Grand consegui-o escapar, ao que parece recebeu ajuda.

- De quem? - Mack pergunta.

- É o que eu quero que você e X descubram, vão ao local onde o Grand supostamente despistou os guardas. Localizado na zona leste distrito 9. - John mostra no mapa que aparece na grande tela que está atrás dele.

- Posso fazer isso sozinho. - X se pronuncia, podia ser qualquer um menos ele.

- Eu quero que os dois vão para lá, é uma área perigosa. O resto das equipes vai investigar uma série de crimes, que anda acontecendo em toda a cidade. Tragam-me respostas.

- Sim senhor! - Todos os agentes do local falam em uníssono, média de uns 50 homens e mulheres todos profissionalmente treinados .Foram se dispersando, ficando parados X e Mack, os dois se encaram e assentem e partem para o local da missão. Eles não se davam bem, mas eram profissionais demais para ficarem com alguma richinha de colégio.

Chegando lá só viram um lugar deserto e malcuidado, algo comum naquela cidade. Os dois não trocaram uma palavra, eram somente acenos e olhares. Eles reviraram tudo não havia nada lá que pudesse explicar como Grand escapou. Nada além de entulho.

- Não tem nada aqui. Eu vou voltar - Mack se pronuncia.

- É parece que sim, mas eu vou ficar e procurar mais. - Mack dá de ombros e sai do local. Ele volta pro 34.1 a quase ninguém lá. X continua a busca mais aprofundada, debaixo dos destroços encontra uma porta, ela estava na vertical próxima do chão. Era toda revestida de ferro, não conseguia abri-la, ao lado dela havia um bloco de identificação, que de repente começou a piscar vermelho. Ele chegou mais perto olhava com atenção. Mas seus pensamentos foram interrompidos.

- Olá pequeno X, ou devo dizer Jack? - a voz rouca e grossa surge por detrás de X

- Grand???

- O que acha de terminarmos o que começamos sozinhos. HaHaHa

Grand ataca...

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DestemidosOnde histórias criam vida. Descubra agora