Chloe, a primogenita

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Os raios solares batiam nos meus olhos, acabando assim por me acordar. Levantei-me da cama e fui fazer as minhas necessidades e tratar da minha higiene, mais uma vez surpreendi-me com o facto de eu saber precisamente como se fazem certas coisas humanas e o quão curioso o corpo dos humanos é, mas eu sabia precisamente para que servia cada parte.

Assim que me olhei ao espelho pela manhã, não pude deixar de me voltar a surpreender com o me novo aspecto, parecia que ainda não me tinha habituado ao meu magro e não muito alto corpo, aos meus cabelos negros que de momento se encontravam extremamente despenteado e aos meus tracos orientais.
Eu não me enquadrava naquela família branca, loira e aparentemente perfeita, eles provavelmente diriam que eu era um estudante de intercâmbio ou algo assim parecido.

Desci a cozinha, e só aí me apercebi de uma coisa.

Eu estava sozinho em casa.
Parte de mim ficou extremamente feliz, não teria de me preocupar em lidar com eles, mas por um lado eu senti um enorme peso ao estar sozinho em casa. O que era suposto eu  fazer agora?

Na cozinha, colado ao frigorífico encontrei um bilhete que dizia:

Nós fomos tratar de um assuntos relativos a ti e os miúdos estão na  escola, aproveita este dia porque segunda feira também irás para lá. Hoje para te entreteres podes assistir televisão. Tem um bom dia
Assinado:Harry

P. S-Tens bolo no frigorífico e comida congelada para a maior parte do dia

Pelo tom gelado que senti enquanto lia o bilhete, nem era necessário assinar pois eu, assim que o comecei a ler já sabia que tinha sido escrito por Harry.

Sentei-me na mesa da cozinha a saborear um bolo de chocolate que tinha de restos.
Assim que o acabei, decidi ir ver se estava a dar algo interessante na televisão. Fiquei a ver um filme que se passava num barco, mais tarde vim a descobrir que se chamava Titanic, mas então comecei a ouvir um barulho, que instintivamente associei ao abrir da porta, vinha aí alguém.

Eles tinham regressado. Mas então lembrei-me do bilhete que estava no frigorífico, eles tinham-me deixado comida para o almoço, o que significava que eles só voltavam à  tarde, o que significava que quem quer que estivesse a abrir a porta de momento, não era da família.

Comecei a entrar em pânico, pensando no que devia fazer, mas nada me ocorreu, a única coisa que me veio à cabeça foi levantar-me do sofá e ficar à frente da porta, sem saber minimamente como reagir caso a pessoa que estava neste momento a rodar a chave me tentasse atacar.
 

Mas não foi necessário pensar muito, pois assim que a porta se abriu, os meus receios ganharam a forma de uma linda rapariga, à qual eu nem precisei de perguntar o nome de tanto ter ouvido falar dela ontem à noite.

_ Deves ser a Chloe _ cumprimentei_ Eu sou o Mark.

Ela olhou-me de cima abaixo.

_Supões bem. Tu é que és o E.T?_ perguntou-me calmamente.

_Perdão?_aquela palavra não me era estranha, mas parecia que o seu significado estava de alguma forma bloqueado na minha mente.

_Estás perdoado_ ripostou ela_ Mas sim, calculo que sejas tu o extraterrestre_ então era isso que aquele termo significava_ És bastante diferente do que eu pensava_ tinha um ar desanimado ao dizer aquilo, mas afinal de que é que ela estava à espera, de uma criatura horrível e com várias cabeças?

Ela atirou-se para o sofá e só ai é que eu parei para a observar melhor, os cabelos dela eram loiros assim como os da mãe e da irmã e os olhos eram verdes, bastante brilhantes, assim como os dos irmãos, apesar de terem fisionomias diferentes e cores de cabelo diferentes, não pude deixar de reparar que os três possuíam algumas características em comum, a mais notória era os lindos olhos verdes, mas também tinham todos a pele um pouco bronzeada e algumas sardas à volta do nariz, os mesmos lábios carnudos e traços bem definidos e apesar de nunca ter visto nem Darren nem esta miúda sorrir, poderia apostar que tem um sorriso semelhante, o sorriso que transparece confiança e que desafia qualquer um sem medo das consequências.

Meu querido alienOnde histórias criam vida. Descubra agora