KiraAs pessoas dizem que as vezes é melhor esquecer o passado, mas para mim isso é impossível.
Digamos que você ganha na loteria, fica feliz da vida, compra carros de luxo, uma casa enorme, compra bebidas caras, janta em restaurantes de luxo todos os dias e etc.
Aí, vem alguém e diz "ei esse dinheiro que você ganhou é falso, teremos que tirar tudo de você".
Improvável? Correto, mas foi como eu me senti naquele dia.
Eu estava voltando sozinho para casa depois de um dia de aula longo e cansativo, indo pra casa sem amigos, afinal, quem vai querer ser amigo do cara que não tem nada além de um barraco para morar.
Isso foi algo que aprendi nesse mundo, se você quer ter amizades, você precisa ter algo, um dom, um bem que os outros não tem ou até quem sabe uma mãe gostosa que os moleques usam a desculpa de ir passar o dia com você pra ver ela.
Aí está, eu não tenho nenhum dom, eu não tenho nenhum bem, eu não tenho uma mãe, nem um pai, somente uma irmã, e eu não contaria a ninguém sobre ela, eu usaria qualquer coisa pra ter uma amizade apenas, mas não minha preciosa irmã.
Rose, foi o nome que minha mãe dera a ela antes de morrer, desde aquele dia, eu cuidei de Rose sozinho, protegi ela, ensinei ela, cuidei dela, fiz tudo por ela.
2136, foi o ano que ela nasceu, eu tinha 8 anos, 9 se passaram desde então, ela se tornou uma linda garotinha, um doce de pessoa, e minha única alegria na vida, um garoto de 14 anos cuidando de uma pequena menina de 9, não sou de me gabar, mas acho incrível.
Eu estava incrivelmente feliz, pra alguém que a vida tirou a mãe, o lar, as coisas, tudo que eu podia ter e perdi.
Rose era tudo que eu tinha, minha força, minha felicidade, minha esperança, minha vida.
Mas...
Nem eu nunca imaginei que podiam tirar até isso de mim...
– mano, volta logo, não gosto quando você demora demais pra voltar.
Ela me disse, com aqueles olhos rosas meigos e cheios de inocência.
– não se preocupe, eu volto logo, e então vamos brincar de pega-pega.
Foi o que eu disse, sorrindo pra ela, ela então sorriu para mim, uma última vez... Uma última vez...
Horas depois
– Rose, voltei, eu achei uma bolinha na rua e... An?!
Aquele barraco onde morávamos, sempre foi sujo e nojento, mas, estava pintado de vermelho, pintado todo de sangue.
Quando eu percebi eu não sentia mais minhas pernas, eu estava apavorado, sem reação, mas eu entrei, eu entrei no que viria a ser meu tormento.
Eu passei pela sala, olhando em volta, estava tudo quebrado, mais que o normal, as poucas coisas que tínhamos, jogadas no chão, espalhadas por todo canto.
Eu caminhei e virei no final do corredor da entrada e vi uma figura robótica, um dos robôs que se via nos dias de hoje, alto, robusto, pintado nas cores verde e preto, ele segurava uma espada em uma mão, e na outra...
Minha irmã, desacordada e ensanguentada...
Eu imediatamente me senti fraco, minhas pernas amoleceram, eu cai sentado, atordoado, ofegante, meu coração parecia estar na minha garganta, aquilo não era real, devia ser um pesadelo, tinha que ser!
O robô olhou para mim e mostrou o corpo esfaqueado e coberto de sangue de Rose pra mim e olhou para mim como se dissesse "quer terminar assim também", eu cai no chão sentado, atordoado.

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F.A.R : FORÇA DE ATAQUE ROBÔ
Science FictionEm um ano longínquo as pessoas se vêem em um mundo repleto de máquinas e seres híbridos, nesse mundo muitas pessoas surgiram usando tecnologia com más intenções, criando guerras, revoltas e caos, por isso a F.A.R foi criada. Uma força de ataque rob...