O justiceiro do aço branco, Kira!

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Kira

Aquele que acabei de matar era Golden Mack, um bandido que inventava o fato de ser um guarda costas pessoal que cobrava barato para proteger as pessoas de bandidos, que grande mentiroso, essa área pobre é altamente monitorada pela polícia então é difícil ter bandidos aqui mesmo sendo um local de alto índice de pobreza, bom, na verdade não é pela polícia, é por causa minha mesmo, os bandidos tem medo de serem pegos por mim.

Eu me pergunto como vim parar aqui... Ah, verdade, depois que perdi tudo tive que me virar sozinho, indo atrás de delinquentes e os entregando para a polícia e ganhando uma recompensa, as vezes pequena, mas dava pra comprar comida e alguma roupa depois que a minha antiga não servia mais ou era totalmente rasgada.

Bom, os delinquentes juvenis não dão muita grana, mas quando são robôs, aí sim eles dão grana, mas como capturar (ou matar) um robô sendo só um garoto humano e sem um braço, eu não sabia naquela época, mas...

Um dia eu fui até uma área mais funda da zona pobre, e conheci vários mecânicos que consertavam e montavam de tudo e mais um pouco, eu fiz alguns bicos lá.

Um dia quando estava fazendo um bico fui entregar peças a uma casa pequena entre dois grandes prédios residências, lá morava uma senhora e sua neta, a senhora era uma especialista em próteses mecânicas de combate, mas como não haviam mais guerras e já existiam especialistas nesse tipo de prótese nas áreas ricas os clientes eram escassos ou só queriam uma prótese normal.

Esse não era o meu caso, juntei todas as minhas economias e pedi para ela me fazer uma prótese de combate, forte o suficiente para estraçalhar a cara de um robô.

A velha se negou no início mas eu insisti e ela disse.

– está bem moleque! Mas se realmente for fazer isso faça bem feito! Estou cansada desses jovens sem rumo que preferem ferrar com a vida dos outros! – a senhora disse batendo com seu braço mecânico e enferrujado na mesa, a neta dela ria ao lado, uma garota uns três anos mais nova que eu, bem fofa.

– vovó não consegue dormir por causa das festas deles, a última vez ela jogou um gamba lá dentro. – disse a menina loira rindo divertida, seu nome é Alexia, mas ela prefere Alex, ela é apaixonada por mecânica e tem um grande talento pra isso.

– e eu faria de novo, na próxima eu jogo dois! – a velha batia na mesa de novo e aquela era uma das poucas cenas que me fazia sorrir, e era difícil não sorrir, o clima era contagiante, eram pessoas muito boas ali na minha frente.

Dito e feito, a vovó colocou a prótese para mim, o processo demorou um bom tempo, e conectar os nervos foi a pior parte, imagina você ter inúmeras agulhas presas ao seu ombro de uma vez, agora imagine que jogaram suco de limão no lugar, foi essa a sensação.
Tirando a dor, o trabalho foi perfeito, a vovó sabe mesmo fazer uma boa prótese, os movimentos eram fluidos e respondiam bem, era realmente como se meu braço tivesse voltado ao meu corpo, mesmo não sentindo dor ou qualquer coisa que tocasse nele, mas estava lá, o braço que eu usaria para quebrar a cara de vários robôs, e um dia achar o desgraçado que matou a Rose.

Passei anos atrás da lata velha, agora tenho 21 anos, realmente faz muito tempo, mas é difícil esquecer.

Caminhei pelas ruas cheias de pessoas simples, pessoas sem muito dinheiro, mas que viviam felizes e animadas mesmo com pouco, não é engraçado como o rico está sempre sério e carrancudo e nunca está feliz e sorrindo? A falta de humildade e o excesso de dinheiro deve fazer isso com eles.

Algumas dessas pessoas acenavam para mim, contentes, com sorrisos animados no rosto, eu era conhecido por ali como "o menino de aço, herói do povo de Velha Mechanica" Velha Mechanica é o nome dessa zona da cidade, digamos que essa cidade colossal nasceu aqui, aqui é onde o povo original da cidade vive, pessoas de bem que vivem simples e felizes.

F.A.R : FORÇA DE ATAQUE ROBÔ Onde histórias criam vida. Descubra agora