8° dia pt.2 🔖

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Eu nunca fui de me isolar totalmente do mundo, tipo, ignorar até mesmo os meus pais.

Bem, pra tudo tem uma primeira vez.

"Gi, querido... -minha mãe suspirou- Abra a porta, por favor."

"Filho, estamos preocupados. Abra para nós, vamos conversar... -meu pai disse."

Eu apenas puxei o cobertor até que cobrisse a minha cabeça e abracei o travesseiro.

Não queria deixá-los preocupados, mas eu estava arrasado. Não conseguia disfarçar e não queria conversar com ninguém.

Eu só queria o Taehyung.

Meu celular começou a tocar e eu dei um pulo na cama, pegando-o rapidamente, esperançoso de que fosse meu namorado -isso é, se eu ainda podia chamá-lo disso.

Argh, era o Jimin.

Não estava afim de levar bronca, então desliguei e voltei a me enfiar debaixo da coberta.

Meu celular começou a tocar novamente e eu desliguei novamente. Isso se repetiu por umas cinco vezes até que eu desliguei o aparelho mesmo.

"Não se pode nem sofrer mais em paz. -murmurei."

Achei que enfim teria sussego, porém fui trollado. Eu quis morrer quando ouvi a campainha e a voz de Jimin.

"MIN YOONGI"

E é claro que meus pais deixaram alguém que aparentemente queria me matar entrar.

"Sai daqui, não quero conversar! -bufei."

"Abre essa maldita porta, não to de brincadeira não."

Resmunguei e me levantei, logo abrindo a porta e dando espaço para ele entrar.

"Achei que eu teria que entrar pela janela. -ele disse, invadindo o cômodo e sentando em minha cama- Okay, o que aconteceu entre vocês? Taehyung não sai do quarto nem pra comer e aparentemente você também não."

"Nós brigamos. Feio."

"É, acho que da pra perceber. Brigaram por quê?"

"Por causa disso. -peguei o papelzinho do bolso- Aliás, tenho que botar fogo nessa merda."

"Brigaram por causa de um papel?"

"Um papel com o número do garçom da pizzaria que estava tentando flertar comigo."

"Ta, okay. Deixa eu ver se eu entendi. Taehyung achou o papel e ficou com ciúmes?"

"Ele acha que eu traio ele, que não sinto nada por ele e que nosso namoro é uma brincadeira pra mim. Eu tentei explicar, mas ele é tão cabeça dura e não me escuta! -suspirei- O que eu faço, Jimin?"

"Primeiramente joga fora esse papel. Depois o que te resta é dar um tempo pra ele. Quando o nervoso passar, tenho certeza que Taehyung irá te escutar."

"Ai é que ta, eu vou embora amanhã. Não tenho tempo e não quero ir brigado com ele."

Caminhei até minha comoda e tirei de lá um isqueiro, logo botando fogo no papel e jogando na lata de lixo.

"É, complicado. Então tenta falar com ele mais uma vez amanhã, se não der vocês se falam outro dia."

Suspirei e voltei para minha cama, debaixo da coberta.

"Deve estar sendo difícil para você, mas não o culpe. Taehyung já passou por tanta coisa por culpa daquele idiota do ex dele e isso o deixou muito inseguro quanto as pessoas gostarem dele, sabe? Até hoje, as vezes, ele tem seus momentos de crise em que acha que eu não ligo para ele. -Jimin comentou."

"Não o culpo, mas queria que ele me escutasse. Eu não consigo parar de lembrar dele chorando, isso está doendo tanto."

Jimin suspirou e me abraçou.

"O que raios você ta fazendo? -arqueei a sobrancelha."

"Te consolando. Cala a boca e aproveita."

Okay, aquilo foi muito estranho, mas achei fofo.

"Obrigado por tentar. Agora, se me da licença, preciso voltar para debaixo da coberta e chorar muito."

"Ta, vou te deixar em paz. Mas não ignore minhas ligações de novo, idiota. E eu só vou sair agora porque tenho medo de Taehyung ficar muito ruim, então vou lá encher o saco dele. Qualquer coisa me mande mensagem, okay?"

Assenti com a cabeça.

"Cuide dele."

"Pode deixar."

Jimin levantou-se e bagunçou meu cabelo minimamente antes de sair do meu quarto.

Nove dias em Daegu ໒ kth + mygOnde histórias criam vida. Descubra agora