Ah, que saudades de casa.
"Vamos, Yoongi. Acorde. Está quase na hora e você ai dormindo. -minha mãe reclamou, me chacoalhando para acordar."
"Ta bom. -resmunguei."
Peguei o travesseiro e coloquei em frente ao meu rosto, tampando-o.
"Se você não acordar o seu pai já disse que vai pegar os presentes tudo pra ele."
Revirei os olhos e esperei ela sair para, ainda sonolento, me sentar e bocejar.
Eu não me lembrava exatamente em que momento havia dormido, só me lembrava que eu estava com o celular na mão, desbloqueado, esperando por uma ligação ou mensagem de Taehyung.
Ele disse que ia ligar, certo? Então por que estava demorando tanto?
Talvez tenha encontrado outra pessoa. Talvez tenha esquecido de mim. Talvez eu não fosse tão importante.
Jesus, ele havia se sentido dessa forma?
Peguei meu celular e chequei se não havia nenhum sinal dele. Nada.
Acho que, ao vê-lo pessoalmente depois de tanto tempo desejando-o, intensificou mais ainda o sentimento.
Meu deus, eu estava muito pior. Eu realmente estava viciado. Eu precisava dele.
Mas ele, pelo jeito, deveria ter pego meu número para se vingar.
É, Taehyung poderia ter feito isso mesmo.
Ah, como sou idiota. Foi tudo um teatro, ele não sentiu minha falta de verdade.
Realmente frustado e me sentindo culpado, me levantei e tratei de colocar uma blusa moletom antes de descer as escadas e ir para a sala, onde meus pais me esperavam.
"Você já está com fome, bebê? -minha mãe perguntou, me analisando- Podemos comer antes da meia noite, eu não ligo."
Eu em meus plenos vinte e sete anos ainda tenho que aguentar minha mãe me chamando de bebê. Então, vocês que são literalmente bebês, não reclamem.
"Que isso, nosso filho aguenta. -meu pai ri levemente- Vem cá, gi. Você nem me cumprimentou quando chegou."
"Eu estava cansado, desculpa."
Me sentei no sofá e suspirei, olhando para qualquer canto.
Reparei que meus pais olharam um para o outro e voltaram a me encarar.
"Ok. -minha mãe quem disse- Quem foi?"
"Hum?"
"Quem está te deixando desse jeito?"
"Sabemos que tem alguém no meio. -meu pai me encarou- Na última visita você parecia nas nuvens, nessa, parece querer morrer. O que houve, gi? Sabe que pode contar pra gente."
"Não é nada demais."
Meus pais suspiraram e permaneceram me encarando, agora em silêncio.
Isso é chantagem.
Sério, é a pior forma de me fazer contar algo. Droga, eles sempre conseguem.
"Está bem! -soltei o ar que nem sabia que estava segurando- Eu conheci um cara."
Ouvi meu pai murmurando um finalmente e os olhos da minha mãe brilharam.
"Sério? Por que ele não veio com você? Qual é o nome dele? Ele tem quantos anos? -ela perguntou."
"Ele se chama Taehyung. -sorri fraquinho- Agora, 22 anos. Nós não namoramos, por isso ele não veio. Sequer somos amigos, eu acho. Ele deve estar com raiva de mim. -dei de ombros- Nos conhecemos ano passado, no avião."
"Vocês estão brigados?"
"Tipo isso."
Meu pai assentiu, parecendo entender agora o porquê do meu comportamento.
"Não gostamos de te ver triste, então, façam as pazes logo. -foi o que ele disse, abrindo um sorriso sincero para mim."
Eu sorri de volta, e dei um pulinho assustado quando minha mãe bateu uma palma na outra e anunciou:
"Okay. Querem abrir os presentes já?"
"Pode ser. -praticamente corri até a árvore e peguei o presente- Vou abrir."
Ta, as vezes eu também sou uma criança.
[…]
Meia noite em ponto e já estavamos comendo. Sério, pensa num povo com fome, era eu e meus pais.
"Da próxima, traga o seu menino. -meu pai disse- Queremos conhecê-lo."
Eu ri.
"Pai, eu nem sei se vou vê-lo novamente. Como disse, estamos brigados. E ele mora aqui em Daegu."
"Então trate de fazer as pazes e vê-lo novamente. Simples."
Revirei os olhos ainda rindo e voltei a comer.
Meu celular começou a tocar a minha música favorita do Cypher -a que eu ouvi com Taehyung e sentia saudades dele sempre que a ouvia- e, por mais que meus pais não gostem que nada interrompa nossa refeição, eu não me importei e simplesmente atendi, um pouco afobado quando li o contato.
"Alô? -lambi os lábios, nervoso."
A linha ficou em silêncio por uns segundos, até que eu ouvi-o:
"Oi, hyung. Feliz natal."
"O-oi. Pra você também."
Não consegui conter um sorriso. Meu deus, era ele. Taehyung havia me ligado. Nós estavamos conversando. Ele não havia esquecido de mim.
Oh, meu coração estava acelerado novamente.
"Está tudo bem? Já jantou?"
"Sim. Estou jantando agora."
"Oh, desculpa. Eu não sabia. Posso te ligar mais tarde..."
"Eu não me importo. Mas se preferir, podemos conversar depois."
"Acho melhor depois. Eu estou com saudades. Caso você não esteja cansado, claro. Senão, posso ligar de tarde."
"Eu estava dormindo até quase agora, você pode me ligar. -ri- Você está ofegante, ta tudo bem?"
"Jimin estava me fazendo dançar com ele. Melhor jeito de passar o natal."
"Tem razão."
"Hyung, não quero parar de falar com você, mas vou desligar. Te ligo mais tarde então, okay?"
"Okay, Tae. Até depois."
"Até mais tarde, lindo."
Abri um sorriso bobo.
Eu pude imaginá-lo sorrindo daquela forma sedutora enquanto ele falava aquela frase.
Af eu sou muito apaixonado por ele.
Desligamos e eu continuei sorrindo meio bobo, até me tocar de que meus pais me encaravam querendo rir e corei.
"Era o Taehyung. -murmurei, voltando a comer."
"É, percebemos. Que bom que fizeram as pazes."
"Sim."
Eu terminei de comer rapidamente.
Agora, o que eu queria mais que tudo, era terminar ali e ir para meu quarto para poder falar com o Tae.
Realmente, Min Yoongi agindo como um verdadeiro adolescente apaixonado.
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Nove dias em Daegu ໒ kth + myg
Fanfic[CONCLUÍDA] O que vocês esperavam de mim? É claro que eu não liguei ou mandei mensagem para o Taehyung! E, bem, eu só não esperava encontrá-lo no aeroporto de Daegu depois de um ano. [Cont. de nove horas com Kim Taehyung] || sem revisão ©shibuyc