TRÊS DESEJOS.

Capítulo 2

Quarta-feira

Acordei por volta das onze horas da manhã, depois de muito tempo acordando tão cedo isso parecia ser a coisa mais gostosa do mundo. Muito tempo que não tinha uma boa noite de sono, com tantos show's eu quase não dormia, havia noites em que dormia somente duas horas. Extremamente cansativo!

Ainda estava em meu apartamento, ontem com toda correria pós-show, acabei vindo pra cá e não para casa da mamãe.

Me virei na cama e peguei meu celular com quinze chamadas perdidas de mamãe, meu whatsapp cheio de mensagens e ligações. Eu não entendia o que estava acontecendo até responder no grupo da família.

[11:30] Eu: O que aconteceu? Por que está todo mundo atrás de mim?

[11:31] Luisa irmã: Sua assessora anunciou que você está doente e vai tirar um tempo pra se cuidar. Você tá bem? Por que não nos contou?

[11:31] Eu: Estou bem. Só queria um tempo pra mim, tenho trabalhado muito estou cansada.

Liguei para Maria...

—  Por que você disse que estou doente?

— Você me disse tantas vezes que não estava bem, que pensei em dizer isso e ajudou porque diminuíram a multa de quebra de contrato já que você está doente.

—  As pessoas estão achando que estou doente, minha mãe estava me procurando desesperada.

— Conte-a verdade.

Depois de passar alguns minutos com minha mãe no telefone comecei arrumar minhas malas para passar um tempo em sua casa, na fazenda.

Vir para o Rio de Janeiro foi um surto de ansiedade, de expectativas sobre meu futuro na música, foi um erro deixar minha família toda na fazenda, mas não pude fazer muito por eles, já que meus pais nunca quiseram sair de lá.

Eu não nasci para ficar presa em um apartamento fazendo coisas de pessoas desocupadas, eu gosto é de estar descalça, de sentir o cheiro de terra, de correr atrás das galinhas ou até correr delas.

Enquanto arrumava minhas coisas, memorias felizes de momentos com minha família me invadiam, eu podia sentir cada momento e a felicidade única só de estar ali com eles.

Cheguei por volta das seis horas da noite, ao adentrar a fazenda pudi ver ainda de longe meus irmãos e minha mãe já me esperando. Enquanto o carro adentrava devagar pelo caminho de terra até a entrada, meus olhos já estavam lagrimejando só de vê-los.

— Não chora. Você está bem minha filha? — Minha mãe já abrindo a porta do carro me abraçou.

— Estou bem mamãe. — Eu respondi abraçando-a forte.

— Também estamos aqui. — Disse Luisa

— Estávamos com saudade irmãzinha. —  Disse Vitinho meu irmão mais velho.

— Você já não deveria estar casado? — Eu disse cutucando Vitinho

— Você e esse senso de humor não é Emma? —  Ele disse irônico

—  Não é brincadeira, você sabe que estou falando sério. — Revirei os olhos

—  Eu disse que estava com saudade? Eu retiro o que eu disse. — Ele disse entre risos enquanto me abraçava.

— Amo ver vocês brincando. — Minha mãe disse entre risos

— Não era brincadeira! — Eu gritei adentrando a porta e os deixando para trás.

— ALGUÉM LEVA ELA EMBORA! —  Gritou Vitinho.

Subi até meu quarto e coloquei minhas coisas no chão e me sentei na cama.