Capítulo 2

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Sinto uma dor terrível em minhas costas– que me faz despertar- e por isso, tento me mover para mudar de posição, mas algo me impede. Algo pesado.

Ao abrir os olhos vejo um braço ao redor da minha cintura– um braço masculino- e é isso que me faz dar um pulo para fora do sofá, ao qual eu passei a noite. O estranho que estava de bruços com o braço ao redor meu corpo resmunga algo indecifrável. E a cada segundo que passa começo a entrar ainda mais em pânico.

Puta merda. Eu dormi com um completo estranho. Será que a gente...?

Não. Não. Não.

Dirijo-me a cozinha, e nesse mesmo momento começo a sentir pontadas em minha cabeça e um peso terrível, e concluo que isso se chama ressaca. Abro o armário à procura de um remédio que alivie a dor intensa.

Depois de engoli-lo decido preparar um café. Quando ele está quase pronto me estico para pegar uma xícara no armário superior, o que acaba sendo uma tarefa difícil devido a minha baixa estatura.

O que me resta é pegar uma cadeira...

- Precisa de uma ajudinha aí? – ao me virar deparo-me com um homem de estatura um pouco acima da média e cabelos castanhos claros, o homem com quem eu dormi.

Devido a minha falta de resposta ele aponta em direção ao armário- o que me faz raciocinar por um momento- e se aproxima de mim.

- N-não- gaguejo e depois de trinta segundos de silêncio prossigo – A gente... você sabe... trans...

- Não. Claro que não. – ele diz franzindo a testa e logo percebo uma certa semelhança em sua aparência com a de Megan – Não iria me aproveitar de uma menina totalmente bêbada e inconsciente.

- Ah! – consigo dizer – E por que a gente dormiu junto?

Ele estica seu braço e pega duas xícaras brancas no armário. E vai em direção à cafeteira. Ele enche um dos copos, e outro ele...

- Sabia que ia me perguntar sobre isso. – ele diz abrindo a geladeira e pegando uma caixa de chá gelado.

- Sabia? – pergunto enquanto ele enche a sua xícara de chá.

- Sim. Você acordou com um estranho ao seu lado. – ele diz com um sorriso nos lábios.

- Deitado em cima de mim. – corrijo e seu sorriso se alarga ainda mais.

Ele pega as duas xícaras no balcão e me entrega uma das – a de café – em minhas mãos.

- Verdade – ele diz dando um gole em sua bebida – Então, basicamente você estava desacordada no meio da cozinha... Aí a Megan entrou em pânico e mandou me chamar...

- Você é alguma coisa dela?- questiono o interrompendo, deixando minha curiosidade vencer-me.

- Infelizmente. Sou tio dela. – ele diz simplesmente.

Ele não é muito novo pra isso?

- Tio?- ela não me contou nada sobre ele.

- É. Sou irmão do pai dela. – ele diz como se fosse algo óbvio. O que claramente não é para mim.

- Como assim? Você parece ser tão jovem. – me aprofundo na conversa.

- E sou. Ou pelo menos é o que dizem aos 22 anos. - ele é bem humorado. E divertido. Mas de um jeito maduro e responsável.

Recosto minhas costas no mármore e apoio meu cotovelo lá, e ele faz o mesmo no balcão. Quase como um reflexo.

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⏰ Last updated: May 11, 2019 ⏰

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