O som de um tiro ecoa em seus ouvidos, acordara sobressaltado, nervoso com tal barulho sem entender de onde poderia ter vindo. De início ao abrir os olhos, teve dificuldade de enxergar o ambiente em que estava, porém com o tempo sua visão foi clareando e conseguiu ver onde estava e como estava. Seu corpo repousava em uma maca em um quarto de hospital, com uma janela de frente para si mostrando lhe o sol da manhã desejando-lhe um bom dia, mas por algum motivo, sentia que não teria nada de bom em seu dia.
Ainda estava nervoso com aquele ruído, que ainda parecia ecoar em seus ouvidos mesmo não havendo barulho nenhum no quarto, aos poucos foi se acalmando e o coração desacelerando. Enganou-se a pensar que não havia nenhum som no quarto, mesmo que quase inaudível, era possível ouvir o ronco de uma pessoa que repousava no pequeno sofá no canto do quarto, como ela conseguia dormir ali ele não sabia, o sofá era daqueles tons de verde musgo escuro, que além de dar a impressão do sofá ser velho, dá ainda a de ser desconfortável e péssimo para dormir.
Como e porque estava ali não sabia, não conseguia pensar em nenhum motivo que o fizesse estar ali e com isso suspirou depressivamente, porém se soubesse não teria suspirado, porque a figura que estava acomodada no sofá se mexeu, bocejou, acordou e se sentou, primeiramente esfregando a mão nos olhos e no cabelo, como qualquer pessoa logo após acordar, abrindo então seus grandes olhos negros em direção a ele.
O pobre garoto deitado na maca, não conseguia entender o porquê da expressão de felicidade no rosto do outro, uma cor vermelha e uma expressão de timidez se formaram em seu rosto, o menino do sofá percebendo a clima tenso que se criou diz:
-Já estava na hora de acordar né Percy.
-Percy? Este é o meu nome?
Verdade, não se lembrava de seu próprio nome, esqueceu se de se perguntar quem era, não conseguia lembrar-se de nada nem de ninguém, nem de seus pais ou irmãos, isso se tinha irmãos.
-Ah, esqueci que o médico disse que você poderia ter uma perca na memoria, não sabemos direito qual é a extensão disso, nem quanto tempo pode durar, mas se quiser eu posso te ajudar pelo menos a se lembrar quem é.
-Tudo bem, então...me diga quem sou eu.
-Seu nome é Percy Jackson, você nasceu e mora em Chicago, tem 17 anos, bem, quase 18 na verdade, sua mãe se chama Sally e seu pai Poseidon.
-E por que não estão aqui?
-Não acha melhor descansar um pouco?
-Acho que já dormi demais pelo que percebi. Me diga, por que não estão aqui?
-Não sabemos onde está seu pai, você está aqui há uma semana apagado e desde que veio para cá não tivemos nenhuma notícia do paradeiro dele.
-Que ótimo. Uma das poucas pessoas que poderiam me ajudar nesse momento está sumida, e a minha mãe?
-Sua mãe...ela...morreu.
-Que? Como assim?
-Ela foi encontrada morta na sala da sua casa com um ferimento no peito, parece que foi de bala, exatamente no mesmo dia que te encontraram desacordado na sala de casa com um ferimento de tiro que por sorte foi de raspão.
-Tiro? Isso explica muita coisa.
-Explica o que?
-An, nada. E quem é você?
-Ah sim, esqueci de me apresentar, eu sou Nico Di Ângelo, seu primo, meu pai é irmão do seu pai e bem, tenho 14 anos.
-Pelo visto deveríamos ser bem ligados.