Capítulo 1 - First contact

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Gyeongju – Coreia do Sul

Eu estava batucando os dedos na madeira escura a minha frente, e balançando meu pé direito, inquieta. Era assim que eu ficava quando chegava certa hora do dia. Os últimos docinhos acabaram de serem vendidos e isso deixou vovó um tanto sorridente.

Conseguimos vender mais do que precisávamos, mas, isso não me surpreende. Levando em conta que, vovó faz os melhores docinhos da região, e, com a feira livre, as vendas não seriam ruins.

Ainda batucando os dedos na madeira do pequeno balcão que fora montado especialmente para as barraquinhas da feira, continuei inquieta. O motivo? Ah, é a minha imensa curiosidade.

O motivo da minha inquietação é a curiosidade e ansiedade de vê-lo. Falando assim parece até um namorado ou um amigo, mas, não. Está longe disso, bem longe.

Sempre que vovó e eu estamos nos arrumando para irmos embora, depois da feira acabar, ele aparece. O homem misteriosos no qual, o observo a um bom tempo. Não sei seu nome, origem ou onde mora, e o porquê de parecer estar sempre perdido. Mas minha curiosidade em descobrir é grande.

Sua feição é sempre de uma pessoa perdida, assustada e confusa. Está sempre olhando para todos os lados, como se estivesse procurando algo que conheça ou alguém, mas, parece nunca encontrar o que quer.

A vontade de descobrir sobre o homem misterioso era de longe, grande. A curiosidade a cada dia crescia dentro de mim, e minha grande dúvida continuava em minha mente.

Quem era ele?

Meus devaneios perdidos continuavam a todo momento. Sempre que eu o via, mil coisas se passavam em minha cabeça, mas nada parecia ser o certo.

Vovó e eu não tínhamos mais nada para vender ou fazer ali, então, saí de meus devaneios e fomos em direção a nossa casa não muito longe dali. E só assim, eu consegui tirá-lo de minha cabeça por alguns minutos. Vovó estava animada com a venda e contava seus novos planos para a barraquinha de doces. Eu gostava de vê-la animada, e isso me deixava ainda mais contente.

Chegamos exaustas em nossa pequena casa, e vovó queria adiantar os docinhos do dia seguinte e assim, eu fique livre para descansar.

Tomei um banho bem lentamente, deixando a água quente tirar grande parte do cansaço de meu corpo e depois de lavar meu cabelo e me ensaboar com as novas essências que vovó comprou, me retirei do banheiro andando até meu quarto. Me vesti com meu pijama de frio e me enrolei na coberta grossa que havia em cima da cama. E ao olhar a janela, me lembrei de que, estava quase na hora do homem misterioso passar.

Me sentei em frente a janela, fechando a cortina e abrindo uma pequena fresta, para que apenas meus olhos ficassem ali.

Confesso que meus dotes de camuflagem vem melhorando a cada dia que passa, a qualquer momento ele poderia olhar em minha direção e eu poderia muito bem disfarçar perfeitamente.

Fiquei ali por alguns minutos, até que, o avistei de longe. Andando devagar olhando as casas e a rua. Tudo a sua volta, como se fosse algo novo, mesmo que ele passe por ali quase todos os dias. Sei disso pois estou sempre o "esperando" mesmo que eu não diga nada, ou faça algo.

Ao passar em frente minha casa, impulsionei meu corpo para frente tentando ver a todo custo todo o seu rosto, e por um pequeno desequilíbrio ou coisa do destino, eu acabei tendo um encontro indesejável com o chão.

– Ah!! – Gritei pelo susto ao sentir o impacto dos meus joelhos no chão. – Ai. – Sussurrei para mim mesma. – Sua idiota! – Me martirizei pelo descuido. Agora, com certeza ele já havia ido embora e eu não poderia vê-lo.

Kisu, PJOnde histórias criam vida. Descubra agora