Capítulo 3 - Sadness

122 21 2
                                    

Esse era o meu desejo, eu queria que todos o vissem. Queria que todos conhecessem o garoto que eu conheci. O garoto de olhar perdido, porém, com um sorriso lindo no rosto. Seu caráter era de um príncipe, e eu, com toda certeza, queria que tudo desse certo, queria encontrar a resposta de todo esse mistério que o rondava.

Logo depois da troca de olhares através de uma das grandes poças de água da rua, fomos até minha casa, agora, em silêncio. Um silêncio bom, como se nossas mentes estivessem pensando, a mesma coisa. O sentimento que aparecera era reconfortante, e isso me fazia querer ajudá-lo ainda mais, ajudá-lo a ser visto por todos como eu o via.

Ao terminar a caminhada em silêncio e com sorrisos tímidos contornando ambos os lábios, Jimin não disse mais nada, e minhas falas sumiram de vez. Talvez fosse minha vergonha, ou eu tenha travado ao ter os olhos tenue de jimin em minha direção, me deixando ainda mais tímida.

Chegamos ao portão de minha casa e, sem a menor ideia do que dizer naquele momento para, tentar dissipar o clima que havia criado, lhe entreguei rapidamente o guarda chuva tomando coragem em beijar sua bochecha. Ao ter a coragem, o fiz e em seguida obriguei meus pés a correrem até a porta de minha casa, sem ter a coragem de olhar para trás.

Ao entrar em casa, vovó não perguntou onde eu estava até essa hora da noite. Ela já havia me visto diversas vezes com a cara nos livros. Então, talvez ela tenha imaginado onde eu estava, mas, ela não imaginava que eu tinha certa companhia, na verdade, ninguém sabia.

O frio da noite pareceu piorar, o vento, junto com gotículas da chuva movimentava a cortina fina do meu quarto. Corri até a janela pretendendo fechá-las, porém, estagnei no lugar ao ver a imagem causadora de um aperto enorme em meu coração. A visão de um Jimin cabisbaixo, com ombros caídos me deixou chorosa. O guarda chuva escuro sobre si o protegia da chuva, mas, infelizmente não o protegia da tristeza e amargura. Seus passos calmos ao decorrer dos minutos o deixaram longe de minhas vistas, até não poder vê-lo mais.

Vê-lo ir embora, sozinho, me deixou deprimida. A confiança que ele colocou em mim pode ter deixado-o mais esperançoso e ao ver que nada estava acontecendo, resolveu desistir. Como se eu fosse o seu último fio de esperança, ele se agarrou nisso, e eu pretendo continuar deixando-o esperançoso até conseguirmos o que queremos. Eu não iria desistir tão facilmente.

Ao me deitar, tive uma rápida reflexão sobre tudo. Pensei nas maneiras possíveis e impossíveis para reverter à situação, mas infelizmente, nada muito certo, e nada me deixava de certa forma, motivada.

Jimin havia me contado sobre a magia que o rondava, o poder imenso que havia sobre ele, impossibilitando qualquer pessoa a vê-lo, exceto eu. E a pergunta novamente vinha à tona:

Por que eu?

O que sabíamos era que a magia vinha de uma bruxa japonesa. Uma bruxa antiga com um grande poder em mãos, um feitiço forte e muito perigoso em mão erradas. E Jimin pagou o preço de alguém totalmente imprudente.

Tentei o máximo puxar de minha péssima memória, contos e histórias que vovó costumava contar para mim na hora de dormir, e às vezes na hora de acordar, caso eu estivesse disposta a encher o saco da mais velha para conseguir suas belas palavras totalmente coerentes e bonitas aos meus ouvidos. Vovó gostava de lendas e histórias populares da vila, gostava de contá-las. A intensidade que ela usava nas palavras eram impressionantes e vivas, eu amava.

Em meio a inúmeros pensamentos sem resposta, acabei me aprofundando no cansaço e em sono profundo. Sabendo que no dia seguinte eu me sentiria péssima por não ter uma resposta. Vê-lo daquela forma me fez ter pensamentos reflexivos e um tanto tristes.

Kisu, PJOnde histórias criam vida. Descubra agora