Capítulo 2 - Legend

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A
quele homem, era um enigma em pessoa, seu passado era indecifrável, e seu futuro incerto, as partituras em minhas mãos, escritas por redatores, não diziam o certo sobre aquele garoto em minha frente, nada se encaixava na sua existência que era invisível aos olhos de outros — exceto aos meus — queria saber o motivo por trás dessa misteriosa loucura, mas também queria descobrir o passado dele.

Ele me provou que ninguém o via: no outro dia, ele me acompanhou em um passeio, tentou interagir com os aldeões, ou qualquer coisa que atraísse os olhares de pessoas curiosas, mas ninguém o notou, Jimin era realmente imperceptível ao restante, e naquele mesmo momento, percebi que eu devia ajudá-lo. Algo nele me atraia, algo irreconhecível, que chegava a se igualar sobre a invisibilidade do mesmo.

Por algum motivo, meu coração o aclamava.

E com esse sentimento de busca, tanto sentimental, quanto racional, ficamos nessa procura por uma semana. Os sorrisos do garoto, denominado, Jimin, era lindo no começo, um sorriso na qual me deixava confortável e segura, só com aquele gesto simples e singelo. Era tão bom e animador de se ver, mas infelizmente, aquele sorriso radiante foi se diminuindo, e sua face se tornando uma vasta tristeza, me deixando desatenta a qualquer coisa e fazendo que eu pensasse só nele.

Respirei fundo e foquei no livro em minhas mãos, tentava ler mais um parágrafo sobre uma das lendas que era conhecida pela aldeola, em busca de alguma solução para o garoto perdido em minha frente, e conseguindo me concentrar, comecei a minha leitura:

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Em uma época bem distante, uma garota se perderá de seu irmão mais novo, em uma floresta densa perto de seu vilarejo, a menor se sentia inquieta e com medo que algo sobrenatural aparecesse em sua frente, mas isso logo aconteceu. A menina se encolheu e pediu aos deuses ajuda, mas para o seu agrado, era um ser bom, uma alma boa, o espírito a acolheu e a levou de volta até sua casa, naquele mesmo dia, mesmo com poucos anos de idade, sentiu algo irreconhecível em seu peito, e logo sentiu saudades daquela alma bondosa, depois que ele desapareceu. Porém, a menina não queria que aquela fosse a última vez que ela o visse, queria contempla-lo mais, mas do que seu coração desejasse. Decidida, no outro dia, foi na floresta e encontrando-o novamente, no mesmo lugar. A alma ficou surpresa ao ver a presença daquela humana, mas pela primeira vez, se sentiu eufórico por ter uma companhia, e a recebeu de bom grado.

Os dias se passaram, e a interação entre os dois se tornaram em um laço forte, uma linha os interligava. Ambos não imaginavam, mas já se interligavam até antes mesmo de se conhecerem, mas o obstáculo estava por vir, um amor entre um ser sobrenatural e uma humana? Era algo admissível! Os familiares da garota, descobriram as viagens da menor e a proibiram de vê-lo, isso a entristeceu, fazendo que aquele corpo, que antes era cheio de vida, se tornasse vulnerável. Já a alma, a esperava sempre naquele mesmo lugar, ele ansiava em vê-la, esperava em tê-la por perto, mas parecia que isso não era possível, seu entristecimento rondava em sua alma, e fazendo que ele desaparecesse aos poucos, aquele ser não tinha mais motivos de rondar naquele lugar, porque ele mesmo sentiu quando sua amada deu seu último suspiro...

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— Haneul?

Sobressaltei, ao ouvir meu nome ser pronunciada, ergui meu rosto, me deparando com o garoto com um olhar preocupante em minha direção, seus orbes negros me analisavam, me deixando constrangida, abaixei meu olhar, e suspirei tristemente.

Que história triste, um amor proibido...

— Você está chorando? — Jimin, perguntou, e me surpreendi ao levar minha destra em minha bochecha e sentindo aquela área úmida.

Kisu, PJOnde histórias criam vida. Descubra agora