Seven

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Nymphomaniac

Seven

Escrita por MrsEloi.

A quadra de esportes do Colégio Particular de Konohagakure provavelmente se comparava ao oceano perante os orbes esmeraldinos de Sakura. Certamente em seu antigo colégio, a legislação estudantil não era tão rigorosa. Ela observou as garotas se alongarem no centro da quadra de vôlei. Camisetas com a logo do colégio muito bem estampada na altura dos seios, enquanto o tecido que revestia a gola em formato de "v" optava por uma tonalidade verde musgo; as bermudas da mesma cor, que para Sakura assemelhavam-se a calcinhas no qual delimitava muito bem as nádegas. A Haruno, porém, preferiu a calça de moletom.

— Muito bem, aos garotos: Arquibancada! — o professor Guy apontou o dedo indicador para as cadeiras enfileiradas no qual circundavam a quadra. — Uma semana de castigo, após a brincadeirinha de vocês.

O mestre de sobrancelhas grossas se referia à explosão de bomba química caseira no dormitório da divisão masculina. Tsunade decretou expulsão imediata aos rapazes envolvidos, no entanto, sua decisão fora sucumbida pelos poderosos responsáveis de seus alunos, onde além de arcar com todos os gastos, o colégio ainda recebera uma doação bonada em dinheiro privilegiando os bons costumes didáticos do estabelecimento estudantil.

— Qual é, sobrancelhudo-sensei, estamos sendo injustiçados! — o loiro gruiu enraivecido.

— Eu não faço parte dos monarcas, por que diabos estamos sendo punido? — Sasori gritou.

— Castigo coletivo.

— Eu já falei que foi aquela ratazana rosada que explodiu a nossa casa! — Kiba não se conformava em ser mártir. Por mais que todos afirmaram a culpa da Haruno, a diretora do colégio insistiu que, de acordo com seus históricos, estavam cometendo bullying com a aluna nova e que vários colegas já haviam presenciado o ato.

— Ancore essa chama da juventude, Inuzuka ou não praticará esporte dia nenhum.

Sakura torceu a lateral dos lábios em um sorriso gentil, agradecendo silenciosamente ao mestre por defendê-la.

— Agora tenho uma reunião com a diretoria, portanto, os rapazes permaneçam de bunda colada nestas cadeiras até eu retornar. Apreciem uma disputa passiva com essas lindas jovens e aprendam que nada se resolve com violência. — o homem finalizou um discurso, insinuando em um gesto rápido que estava de olho em todos eles.

— Já que não posso jogar, nada me impede de ser o juiz. — Sai se levantou, acenando em gestos leves para que as meninas se organizassem.

— Sakura, você pode fazer parte do meu time. — a ruiva agarrou o pulso da Haruno, arrastando-a até a posição de bloqueio. — Eu sou a capitã do time e após a Temari ser expulsa das aulas de Educação Física, estávamos necessitadas de uma nova integrante. Seja bem vinda.

A rosada concordou em mudez.

— Eu aposto cinco mil ienes que o time da loirinha ganha. — o Uzumaki berrou e Ino o agradeceu colocando as mãos na cintura e rebolando. Alguns rapazes assoviaram. Sasuke cruzou os braços e revirou os olhos.

— Vai te ferrar, seu loiro babaca. — Konan gritou, gesticulando com os dedos uma mímica de xingamento.

— Eu arrisco dez mil que minha prima faz o primeiro ponto. — Neji jogou as notas na barriga de Naruto.

— Façam seus lances, bando de maricas. — o rapaz sorria ainda mais quando os colegas animaram-se a realizar suas apostas. — E você, Teme?

— Vê lá se vou rasgar dinheiro com tuas asneiras, idiota.

— Acho que tem alguém de mal humor. — Gaara implicou o amigo.

— Acho que ele está torcendo pela Sakura. — Kiba provocou ainda mais, se divertindo com a fúria nos olhos do Uchiha.

— Vai ser o único. — Naruto escreveu o nome do amigo no papel. E falha-te Deus, aquela era a caligrafia mais ridícula da face da Terra.

Aposto meu Civic que ela vai surpreender.

Aturdir era um dos muitos feitos de Uchiha Sasuke, no entanto, naquele instante, ele com toda certeza havia passado dos limites.

Naruto expeliu todo o líquido que estava prestes a engolir. — Surtou, cara?

Os amigos se encaravam perplexos.

— Fecha essa maldita boca e assiste a porra do jogo.

No time de Sakura, estava acompanhada de Karin, Konan, Karui, Pakura e Shion. Enquanto o time adversário era composto por Ino, Hinata, Tenten, Matsuri, Yukata e Yugito.

Yugito iniciou a partida com um saque esplendoroso, o chocar dos dedos contra a bola provocou um zumbido intimidador, no entanto, a rosada saltou, colidindo a palma em uma cortada eficaz, realizando o primeiro ponto. Karin saltou no pescoço de Konan, comemorando o primeiro passo para a vitória. Entretanto, o que acabara de acontecer era que Karui errara o saque, fazendo a bola parar na rede do próprio time. Isso fora o suficiente para o time adversário reestabelecer as energias e massacrar a equipe de Karin. Por fim, Sai berrou finalizando a partida, enaltecendo o time vencedor.

Matsuri, no qual passara todo o jogo encarando Sakura, ridiculamente com o pirulito na boca, finalmente teve coragem para destilar o veneno preso na garganta.

— Uma perdedora, sempre será uma perdedora.

Sakura deu de ombros, envolveu a bola entre a axila prestes a sair dali e guardá-la na sala de Educação Física. Decidira se afastar de encrencas.

— Pare com isso, Matsuri. — a rosada ouviu a voz de Ino repreender a colega com um beliscão.

— Aqui não é seu lugar, sua pobretona. Na real, isso tudo é para chamar atenção da mamãezinha?

Sakura migrou por três escolas diferentes em toda sua vida. A primeira, fora bem jovem enquanto seu pai ainda não havia abandonado ela e sua mãe. Mebuki não conseguiu arcar sozinha custeando o colégio, onde por fim, restou-lhe apenas as paredes pichadas do pior colégio de Konohagakure e nas horas vagas, o odor de cigarro, álcool e sexo na própria casa. A Haruno presenciou dia pós dia sua mãe cair na perdição; foi quando tomou coragem para competir pela bolsa de estudo e garantir um ótimo Ensino Médio. Sorte a dela que ao ser expulsa e ganhar uma tornozeleira de monitoramento municipal, recebera a ligação em que havia ingressado em Konoha High School.

Tudo que conseguira até aquele dia, fora um merda de depositor de esperma e uma mãe viciada que desistira de si mesma e consequentemente, da filha, por um verme pseudo-nomeado homem.

Sakura desvencilhou-se da bola no ar, rotacionando o corpo e acertando um bicudo certeiro na mesma. A bola atingiu em cheio o rosto de Matsuri, expelindo toda a ira no qual ela mesmo proporcionou. A garota caiu no chão, inflando o peito em agonia.

— Ela engoliu o pirulito, gente! — a Yamanaka desesperou, enquanto a face de Matsuri se tornava cianótica. — Socorro!

A rosada permaneceu imóvel, os olhos, hodiernamente em tonalidade cinzenta, acorrentada pela própria mente.

Sasori abraçou a menina por trás, pressionando o apêndice xifoide com o dedão quando o pirulito voou pelo chão da quadra, quicando algumas vezes.

— Sakura, foi só um acidente. — Sasori tentou acalmá-la de longe. Percebendo-a presa em um transe. Matsuri se recuperava em seus braços. — Você não teve culpa.

— Eu sei. — foi tudo que ela disse até se retirar dali às pressas, afim de esconder-se de todos os olhares.

— Caralho, mano, essa mina é louca. — Kiba ainda permanecia com a mão sobre os lábios. Perplexidade jamais definiria aquele momento.

— Eu não vou mais mexer com ela não, dattebayo. — o Uzumaki ainda tinha os olhos esbugalhados.

O moreno pegou o dinheiro da mão do amigo, suspirando ao se levantar: — Ganhei.

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