[Ano 2148 – Seul, Coreia do Sul]
O sol nascia no horizonte quando Baekhyun acordou. O despertador tocava enquanto as persianas se abriam automaticamente e a luz inundava o cômodo. Byun se levantou com calma, pegou suas coisas e dirigiu-se ao banheiro para começar a se arrumar para o trabalho.
Quando pronto, saiu, deixando para tomar café no caminho para o laboratório. O dia parecia perfeito, o sol brilhava tão radiante no céu que parecia quase irreal. E então aconteceu o inesperado – ou melhor, o já esperado.
Um grande clarão tomou a visão de Baekhyun, sendo seguido por uma escuridão sem fim. Por um momento, chegou a achar que tinha morrido, mas ao ouvir gritos desesperados e pessoas perguntando sem parar o que havia acontecido, percebeu que era algo ainda pior.
— Merda! — disse, largando seu café ali mesmo e correndo para o único prédio iluminado na cidade.
Assim que chegou no edifício, suado e ofegante, abriu as portas com força, fazendo elas baterem na parede. Entrou no seu setor do mesmo jeito, assustando os estagiários ali – que, aparentemente, já estavam bastante assustados.
— Por favor, me digam que eu estou errado e não aconteceu o que eu acho que aconteceu. — Baekhyun nunca errava, mas dessa vez, rezava para ser o maior erro de sua vida. Contudo, ele não estava equivocado mais uma vez. — Merda!
Levou as mãos aos cabelos, puxando os fios tingidos e tentando raciocinar no pouco tempo que tinha. Alguém havia errado os cálculos, o evento mais fatídico da existência não aconteceria dali a 5 anos como previram, ele estava acontecendo agora.
O sol, aquele mesmo que brilhava radiante há poucos minutos atrás, havia morrido. Todo o hidrogênio havia sido transformado em hélio por fissão e a grande estrela que dava vida ao planeta havia morrido. E logo levaria a todos consigo.
— Quanto tempo nós temos? — perguntou, colocando-se atrás de um dos rapazes, olhando a tela do computador com atenção.
— Cerca de uma semana, senhor, depois disso a Terra será engolida — respondeu sem olhá-lo, estava tão focado quanto Byun.
— Precisamos começar a evacuação o quanto antes — disse, virando-se para um funcionário do outro lado da sala. — Me coloque na linha com o presidente, nós precisamos ir. Já!
Baekhyun andava de um lado para o outro, ligando para todos que conhecia, avisando para irem até a zona das cápsulas, o inevitável havia acontecido e eles tinham pouco tempo para fugir. O consumo da Terra pela explosão do astro era impossível, mas Byun tentaria de tudo para tirar o máximo de pessoas dali antes de haver uma grande tragédia.
[...]
Cerca de uma hora depois, a população mundial estava avisada, o sol não nasceria novamente e todos precisariam deixar o planeta o mais rápido que pudessem. Devido ao erro nos cálculos, todas as cápsulas de escape ainda não haviam sido construídas, tendo apenas metade do número esperado e necessário para a evacuação. Porém, por conta da situação de prioridade máxima, foi decretado o compartilhamento de veículos com apenas um passageiro.
Apesar de não lhe agradar nem um pouco, Baekhyun aceitou, afinal era por um bem maior e, acima de tudo, ter companhia em uma viagem de cerca de 7 anos não seria tão ruim assim. Ou pelo menos ele rezava para que não fosse.
[...]
Em um intervalo – muito longo, na visão de Byun – de 3 dias, cerca de 90% do planeta foi esvaziado. Deixando na Terra apenas os Governos mundiais e a equipe de pesquisa de Baekhyun, além de mais algumas pessoas que partiriam em poucas horas.
Sua cápsula seria lançada no dia seguinte, então resolveu aproveitar sua última noite naquele planeta azul que nunca mais veria em toda a sua vida. Chamou seus melhores amigos e companheiros de trabalho, o grupo de homens bebeu e comeu como nunca antes naquela noite, deixando para observar o céu como desfecho da noite.
Todo o país estava apagado, com exceção do prédio onde as últimas cápsulas estavam, deixando a noite mais visível. As estrelas tomavam o céu, mas já não havia mais lua. No lugar do grande satélite natural da Terra, haviam pequenos pontos luminosos que pareciam se aproximar a cada minuto – e de fato estavam –, eram os fragmentos do antigo sol.
Mesmo diante daquilo, Baekhyun não conseguia entender o porquê de algo tão belo quanto seu próprio "astro-rei" ser tão destrutivo. Como poderia aquela grande bola de luz que lhe dava calor diariamente ser a causa da morte de seu planeta? E pensando assim, ele dormiu profundamente, tanto pelo cansaço de dias de trabalho e muito estresse, quanto pela alta dose de álcool em seu sangue.
Quando acordou, ainda estava escuro, porém seu relógio já marcava sete horas da manhã. Estava sozinho, deitado na grama do seu prédio, no mesmo lugar onde havia passado a noite anterior. Resolveu, então, levantar-se, sacudir as roupas para tirar as folhas e subir para seu apartamento para enfim se preparar para sair.
Em duas horas, já estava de volta ao prédio de lançamento, carregava uma pequena mala em uma das mãos e a outra segurava a coleira de Mongryong, seu melhor amigo e companheiro de vida. Pegou sua pulseira de numeração e seguiu para a zona de embarque, procurando na grande lista seu número e de seu parceiro.
— Noventa e nove e vinte e um, oitenta e oito e doze, noventa e quatro e um, dez e oito, quatro e... — murmurou, parando para ler melhor o número ao lado do seu. — Sessenta e um?
O homem não fazia ideia de quem era aquela pessoa, ao contrário dos demais que ele reconhecia pelos números escolhidos no começo do estágio, o usuário de número meia um lhe era totalmente estranho. Deu de ombros, seguindo para dentro da nave com Mongryong, passou sua pulseira no leitor e passou pela porta, não ficando surpreso com o design de dentro da cápsula. Tudo ali havia sido feito para parecer sua própria casa, para que não ficasse desconfortável naquele ambiente por tanto tempo – ainda mais quando planejava ir sozinho com seu cachorro.
Faltavam poucos minutos para o lançamento da nave e nada ainda de seu 'companheiro de quarto', por assim dizer. "Talvez tenham se enganado e o meia um tenha ido em outra cápsula" pensou, esticando-se no grande sofá e levando uma das mãos para o topo da cabeça do pequeno cachorro que agora repousava em seu colo.
Tudo parecia perfeito, até que a última coisa que Baekhyun queria aconteceu. Da porta da cápsula, uma voz foi ouvida, aquela mesma que ele odiava e o fazia revirar os olhos sem qualquer esforço.
— Perdão pelo atraso, senhor. Número sessenta e um, senhor! — O homem ouviu minutos antes da porta ser aberta e o altão desengonçado passar por ela.
Chanyeol entrou da mesma forma que Baekhyun: com uma mala em uma das mãos e um pequeno cachorro na outra. Os dois se olharam, a tensão podia ser sentida no ar. Aquilo só podia ser uma grande brincadeira do universo, não havia outra explicação. De tantas pessoas na Terra, o Byun teria que viver por tanto tempo justo com ele.
— Tinha que ser você? — disseram em uníssono e antes que pudessem reclamar, o som da cápsula sendo fechada foi ouvido, assim como a contagem regressiva para o lançamento.
Agora não tinha mais volta, Byun Baekhyun e Park Chanyeol teriam que conviver um com o outro, confinados naquela cápsula no espaço, durante sete longos anos.
[N/A]: Depois de 84 anos estou de volta! Queria agradecer a Nath pela betagem e a Caci (de novo) pela capa e desejar um feliz aniversário para a bebê. Essa é a primeira vez que eu me arrisco no gênero SYFY e espero muito que gostem, ela também está sendo postada no spirit, o link está no meu perfil. Beijos e até a próxima.
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O dia em que o mundo acabou
Science Fiction[ CHANBAEK | SCI-FI!AU | DISTOPIA | HATEXLOVE | EXO ] Era só mais um dia normal quando um grande clarão tomou o céu e logo depois a escuridão se fez total. O maior temor de todos havia chegado: o sol havia morrido e agora suas particulas vinham em d...