Three

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Baekhyun acordou, o torço nu subia e descia calmamente enquanto saia lentamente do mundo dos sonhos e entrava na realidade, sentindo os lençóis e os tecidos finos da cama envolvendo seu corpo. O rapaz de bruços não queria levantar, sentia vontade de ficar apenas em sua cama e ter um dia sem qualquer tipo de obrigação no laboratório, recusando-se até a abrir os olhos como uma tentativa – falha – de voltar a dormir. Contudo, o cheiro de café recém feito já invadia suas narinas, fazendo-o sorrir inconscientemente. Antes mesmo de acordar, sua casa sabia que seu cérebro havia voltado a função desperta.
— Bom dia, senhor Byun — Kris disse, como fazia todas as manhãs. — São, exatamente, oito horas, dez minutos e quatro segundos. O senhor tem uma reunião com o comitê de evacuação às dez horas e trinta minutos.
O homem suspirou, era ótimo ter uma inteligência artificial que lhe lembrasse das coisas pela manhã, mas naquele momento, suas obrigações eram a última coisa que queria pensar. Manteve-se imóvel na cama, afinal, alguns minutinhos a mais na cama não faria mal algum, certo? Porém, antes mesmo de abrir os olhos, sentiu algo estranho acontecendo. Byun tinha total certeza que havia escutado o som das cortinas sendo abertas, mas onde estava a luminosidade que sempre entrava pelas janelas até mesmo em dias nublados?
Abriu os olhos, não encontrando seu quarto de verdade, mas sim sua réplica, e, do lado de fora da janela, o cosmos dominava o ambiente onde costumava estar a cidade de Seul, sendo uma visão ainda mais bela de ser apreciada. Não demorou muito para que sua ficha caísse e logo lembrasse de tudo o que havia acontecido no dia anterior, desde a chegada na nave até a discussão com Chanyeol na noite anterior.
Não havia surpreendido nenhum dos dois que o convívio continuo de apenas sete horas havia sido mais que o suficiente para que já não suportassem mais olhar a face um do outro. O Byun já estava irritado o bastante com a conversa que tivera com o irmão e a presunção do rapaz em sua nave de que poderia fazer o que Beom havia dito. O Park, por sua vez, não estava muito diferente. A arrogância de Baekhyun o tirava do sério e a ceninha na sala de controle havia sido o suficiente para acabar com toda a paciência que havia prometido a si mesmo que teria.
Os dois tentaram se evitar ao máximo, fosse através do isolamento completo em outro quarto com a desculpa de precisar falar com a equipe de fora, fosse com alguns dos joguinhos de realidade hiper aumentada que tinha o costume de jogar. Mas, no final, todo aquele esforço pareceu ser em vão.
Talvez fosse pelo fato de trabalharem juntos há muito tempo – mesmo que em setores bem diferentes –, talvez fosse por pura coincidência do destino, mas os homens pareciam conectados, na verdade, parecia que seus estômagos estavam conectados. Somente o fato de ter as duas barrigas roncando em sincronia foi o suficiente para levar os planos de não se verem naquele resto de dia por água abaixo. Aquela pequena necessidade fisiológica fez com que, além de terem que se encontrar na cozinha para buscar suas respectivas comidas, Baekhyun e Chanyeol se vissem obrigados a comer juntos na quase-copa da nave.
As luzes do cômodo onde estavam começavam a baixar ainda mais, indicando o fim daquela tarde e início da noite. Baekhyun suspirou em alívio, logo o dia chegaria ao fim e seria um a menos até o fim de toda aquela tortura. Finalmente se livraria do (des)prazer que era a companhia do outro. Um silêncio quase incômodo começava a tomar o local quando os dois terminaram de comer, sendo quebrado pela voz de Chanyeol, que resolveu tirar uma dúvida depois de muito ponderar:
— Quantos quartos tem aqui? — perguntou, levando o olhar até o homem do outro lado da mesa.
— Além desse e da sala, mais três.
— E quantos têm uma cama? 
— Acho que — parou para pensar e fechou os olhos com força quando enfim chegou à conclusão que não queria. "Merda, merda, merda!". — Só um.
— Você tem essa nave enorme com cinco cômodos, mas só um quarto para dormir?
— Não é uma réplica perfeita da minha casa, Park. Além do mais, quando foi construída, não foi pensado que eu precisaria dividir com alguém além do Mongryong.
O Byun deu de ombros, afinal, aquilo era verdade, o que fez o mais alto revirar os olhos e levar uma das mãos ao rosto, acariciando o espaço entre os olhos, antes de voltar a falar:
— Então quer dizer que tem só um quarto — disse, engolindo em seco antes de continuar. — Para nós dois?
— Ei, como assim "para nós dois"? — perguntou, uma expressão incrédula começava a tomar seu rosto.
— Não espera que eu vá dormir no chão, não é? — O mais velho assentiu, deixando o outro incrédulo. — Baekhyun, são sete anos de viagem. Não existe a menor possibilidade de eu dormir no chão frio da nave!
— Você pode dormir no sofá. Ele é bastante confortável, sabia?
— Mas é pequeno, eu tenho quase dois metros de altura, Byun — disse, levando-se e apoiando os braços na mesa, deixando as tatuagens expostas e fazendo o mais baixo olhar para o alto.
— E onde eu tenho culpa nisso? — E levou a mão ao peito, ofendido. — Eu que não vou dormir no sofá da MINHA nave, tendo o MEU quarto com a MINHA cama.
— Meu Deus, você parece uma criança falando, Byun. — Cruzou os braços, revirando os olhos. — Agora eu entendo perfeitamente porque o Beom deu um jeito de ficar longe de você.
Baekhyun engoliu aquilo em seco, vendo Chanyeol descruzar os braços, vencido pelo cansaço. O Park negou com a cabeça, ainda incrédulo e fez menção a sair do local, andando em direção à porta. Antes de sair do cômodo, o mais alto parou ao seu lado, olhando fixamente para frente.
— Sabe, por mais que dormir no sofá me cause sérias dores nos músculos, vai ser um prazer inenarrável ter um cômodo a menos para dividir com você. — E então saiu, deixando o mais velho de queixo caído.
O Byun ficou um tempo parado, atônito, olhando para o nada enquanto absorvia as palavras de Chanyeol. Demorou um bom tempo até conseguir digeri-las. O homem se deu tempo para refletir sobre aquilo enquanto levava os dois pratos até a pia, deixando-os ali para que as inteligências artificiais da nave cuidassem daquilo para ele. Por fim, suspirou, sabia o que precisava fazer agora.
Saiu da cozinha, encontrando um Chanyeol jogado sobre o sofá com seu cachorro no peito e fazendo carinho no pequeno animal. Aquela cena seria adorável se o que ele tivesse que fazer não o causasse tanta náusea e angústia. Baekhyun coçou a garganta, chamando a atenção do outro para si devido ao barulho alto.
— O que foi agora? — perguntou, sem tirar os olhos de Toben.
— Me desculpar — disse baixo, sentindo a vergonha tomar conta de si.
— Desculpa, o que disse? Não consegui escutar — Chanyeol disse, sentando-se no sofá, claramente segurando o riso.
— Disse que vim me desculpar, tudo bem? — E revirou os olhos. — Admito que agi com muita infantilidade e você não merece dormir no sofá. Desculpa, Chanyeol.
— Eu te desculpo, Byun. — Sorriu, vendo o outro relaxar, aliviado. — Mas então, como vamos resolver o impasse da cama? Não estou nem um pouco afim de dormir com você.
— Tenho quase certeza que há uma cama inflável em algum lugar aqui, você pode dormir em um dos quartos.
Um silêncio se instalou novamente no local enquanto Baekhyun vasculhava em seu tablet a localização da tal cama inflável, e falando um alto e animado "achei" quando finalmente a encontrou. Em pouco tempo, a pequena embalagem já estava em suas mãos, pronta para ser posicionada e aberta para liberar o conteúdo que guardava.
— Se me permite a pergunta — Chanyeol começou a dizer, chamando a atenção do outro. — Mas, já que tem mais três quartos, sendo um deles o quarto mesmo e o outro a sala de controle da nave, o que é o outro?
— Minha sala de piano — disse, dando de ombros, deixando o outro boquiaberto.
— Então você deu preferência à uma sala de piano do que a um quarto? — O Byun assentiu e o queixo do Park foi até o chão. — Você é incompreensível, Byun.
— Eu passaria sete anos sozinho, Park. O piano me ajuda a relaxar e distrair a mente. — Fez uma pausa, observando a expressão do outro e por fim deu de ombros. — Além do mais, a decisão de dividir a nave veio depois de ela já estar pronta, sabe disso. — O mais novo meneou com a cabeça. Querendo ou não, Baekhyun estava certo. — E então? Qual vai querer?
— Acho que o quarto do piano — disse, depois de pensar bastante. Seria muito melhor ter que dividir o local apenas com o instrumento do que com o painel brilhante e barulhento que ficava na sala de comando e, definitivamente, mais confortável do que ficar com o próprio Byun.
— Certo então, aqui está. — E entregou a embalagem nas mãos do Park. — É penúltima porta do lado esquerdo do corredor. 
O rapaz se levantou, pegando a mala que estava no canto da sala e levando-a consigo, sentindo o pequeno cachorro em seu encalço enquanto começava a andar em direção ao corredor. Contudo, antes que saísse de fato da sala, ouviu a voz do Byun chamá-lo:
— Chanyeol, — fez uma pequena pausa, esperando o mais alto se virar para ele. — Não esqueça de ficar um pouco afastado depois que apertar o botão, a cama é um pouco grande.
Park assentiu e murmurou um "boa noite" baixo, sumindo da visão do mais velho logo em seguida. Baekhyun ficou na sala, fazendo carinho em Mongryong enquanto o silêncio se instalava novamente no cômodo, sendo quebrado pouco depois por um xingamento gritado vindo do final do corredor.
"Eu avisei", o Byun pensou enquanto ria consigo mesmo imaginando a cena.
[...]
O homem saiu do quarto, os cabelos molhados haviam sido bem penteados para trás, porém alguns fios rebeldes insistiam em cair sobre sua testa e, consequentemente, sobre seus olhos, molhando um pouco as lentes de vidro. Arrumava a blusa vermelha de listras por dentro das calças claras de cintura alta enquanto andava pelo corretor, seguindo o cheiro forte de café vindo da cozinha.
Baekhyun entrou no cômodo, encontrando um Chanyeol tomando café da manhã e mexendo em um tablet holográfico que estava sobre a mesa.
— Bom dia, Park — disse, indo servir uma xícara de café, parando ao ouvir um barulho de engasgo vindo do mais novo. — O que foi, moleque?
— Foi isso mesmo o que eu ouvi? — perguntou surpreso. — Byun Baekhyun me disse bom dia? Você realmente sabe ser educado ou é apenas uma miragem causada pela pouca oxigenação no meu cérebro por causa de algum erro na nave?
— Muito engraçado, Park — disse, fingindo uma risada. — Logo cedo assim e você querendo levar um banho de café? Surpreendente. — E levou a xícara aos lábios, vendo o outro levantar as mãos, rendido, após a ameaça.
— Não sabia que era tão chato assim pela manhã.
— Eu não sou chato, Park. Só não tenho paciência para suas brincadeirinhas. — E deu de ombros, indo sentar de frente para o homem na mesa.
— Em outras palavras, você é um chato.
— Bem, pense o que quiser. — E terminou de beber o café em um grande gole. — Não tenho tempo para isso hoje, moleque.
O mais baixo se levantou, levando a xícara até a pia e lavando-a. Logo em seguida, saiu da cozinha, deixando um Chanyeol resmungão sozinho novamente.
[...]
Faltava pouco mais de meia hora para que sua reunião começasse e o homem já estava bem acomodado em sua cadeira, apenas aguardando a ligação. Baekhyun jogava uma das bolinhas de brinquedo de Mongryong para o alto, tentando se distrair o máximo possível, enquanto isso, do lado de fora, um barulho de grande movimentação o deixava agoniado, o tempo parecia não passar.
Quando o relógio em seu pulso marcava dez e vinte e cinco, a porta foi aberta, revelando um Chanyeol de camiseta larga e moletom, o cheiro de banho recém tomado dominava o ambiente fechado, indo diretamente para as narinas do Byun, que apenas o olhou.
— O quê? — perguntou, ajeitando-se na cadeira ao lado do homem.
— Você está atrasado, Park.
— Você que está adiantado, Byun. — E sorriu ladino, vendo o outro revirar os olhos.
Em poucos minutos a ligação do comitê chegou, sendo atendida com rapidez. No holograma, as telas foram projetadas, mostrando toda a equipe que trabalha com o Byun, o comitê presidencial e o resto do comitê de evacuação.
A reunião durou pouco mais de duas horas, pontos importantes foram apontados e houve a confirmação de que o grande dia havia chegado. Naquela tarde, a Terra teria seu fim, em uma grande explosão, da mesma forma como foi formada.
No final, ficaram apenas quatro telas projetadas: a da antiga nave de Chanyeol, a de Minseok, a de Junmyeon e a de Kyungsoo. Os dez rapazes resolveram matar um pouco do tempo conversando, como faziam até uma semana atrás, deixando todos daquele grupo saberem como estavam sendo os primeiros dias de convivência para a equipe. Apesar de a conversa ser sobre um assunto comum para Baekhyun, por ter seus melhores amigos inclusos naquilo, o que mais o incomodava era a presença do outro Byun, porque ele sabia que o mais novo não perderia qualquer oportunidade de deixá-lo desconfortável.
— Então, Chan... — Começou a dizer, fazendo o irmão revirar os olhos. — Já precisou fazer aquilo que eu te falei?
— Baek, do que o Beom tá falando? — Sehun perguntou, apenas dando mais corda ao Byun mais novo.
— Nada, ele só... — A voz de Beom o cortou.
— Eu falei que Chanyeol poderia dar uns tapas nele caso ficasse muito chato. — E deu de ombros, como se aquela afirmação não significasse nada.
Para o azar de Baekhyun, todos ali sabiam da relação delicada que tinha com o Park, o que fez com que caíssem na gargalhada. O Hyun apenas revirou os olhos, tentando mudar de assunto e fazê-los parar de rir, porém o êxito foi de Beom, que apenas tratou de piorar a situação do irmão:
— E como está a situação de só ter um quarto, maninho? — Os outros se calaram com rapidez, esperando apenas a resposta do rapaz.
— Então vocês estão dividindo a mesma caminha? — Sehun se meteu, rindo e recebendo uma leve bronca de Junmyeon.
Baekhyun viu Chanyeol rindo ao seu lado, claramente entrando na brincadeira dos amigos. O mais velho revirou os olhos, sabia que logo o Park daria corda para a palhaça de Baekbeom e, se ele não fizesse nada, aquilo nunca teria fim.
— Não, nós não estamos dividindo a cama — disse sério. — Ao contrário de alguém, não tive a oportunidade de escolher com quem dividir a nave.
Então saiu da sala, deixando Chanyeol e o resto dos homens conversando, contudo, ficou tempo o suficiente para ouvir a voz do Oh em meio as risadas do irmão:
— Ele te colocou para dormir no sofá, cara? Não achei que fosse tão ruim quanto você falava.

Algumas horas depois, quando a conversa bastante animada, enfim, chegou ao fim, o Park deixou a sala de controle e foi para a sala, encontrando ali um Baekhyun com uma expressão nada amigável na face. Uma das mãos estava repousada sobre o pelo do pequeno corgi, acariciando-o levemente, enquanto a outra estava mexendo no ar, como se tateasse algo. Os olhos haviam adquirido uma coloração esbranquiçada e perdido o foco, mas era como se ele olhasse para a frente, na direção da mão livre.
Chanyeol não queria atrapalhá-lo, parecia estar fazendo algo importante dentro do suporte de realidade aumentada, mas sabia que, mais cedo ou mais tarde, teria um Byun irritado em seu encalço, seria melhor resolver aquilo logo. Ele se acomodou no sofá, no lado oposto em que o mais velho estava. Contudo, antes que pudesse falar algo, a voz de Baekhyun tomou a sala:
— O que quer, Park? — perguntou, fechando os olhos e levando a outra mão ao corpo de Mongryong.
— Nós precisamos conversar, Byun.
— Sobre? — disse, abrindo os olhos, que enfim haviam voltado ao normal, indicando que a sessão havia chegado ao fim.
— Você realmente está irritado por causa de uma brincadeira?
— Não estou irritado. — E olhou para o homem, arrumando-se no móvel confortável. — Tenho quase certeza que disse isso mais cedo, mas repito, eu não tenho paciência para esse tipo de brincadeirinhas, Park.
— Meu Deus você é muito sem humor. — Riu sarcasticamente, incrédulo com o homem na sua frente. — Não é possível que seja humano! O que você é, Byun Baekhyun?
— Um gênio? Playboy? Bilionário? Filantropo? — disse, dando de ombros. — Você escolhe.
— Você não existe mesmo. — O rapaz negava com a cabeça, cada vez mais desacreditado da arrogância do homem. 
Chanyeol não conseguia acreditar que alguém tão infantil e arrogante quanto Baekhyun poderia existir de verdade. Ficava boquiaberto a cada dia que passava confinado com ele naquela prisão cósmica – e havia passado apenas um dia e meio desde o lançamento. Antes que pudesse falar algo, uma voz desconhecida invadiu o ambiente, interrompendo sua linha de pensamento.
— Senhor Byun, senhor Park, lamento interromper o momento, mas acho que há uma coisa do interesse de ambos.
— O que houve, Kris? — perguntou para a voz.
— Chegou a hora.
Após dizer isso, um grande painel na lateral da sala se abriu, revelando uma grande janela. Longe dali, mas perto o suficiente para ser perfeitamente observada, estava a Terra, sendo pouco iluminada pela luz das estrelas próximas. Os dois planetas que a antecediam já não estavam mais lá, restando apenas o pequeno planeta azul acompanhado de seu único satélite natural e dos lançados pela humanidade.
Baekhyun se levantou, aproximando-se da janela para poder ver melhor. Chanyeol o acompanhou, parando ao seu lado e observando atentamente o que acontecia do lado de fora. Juntos, eles viram o primeiro clarão atingir globo, cortando a atmosfera.
Logo depois do primeiro, vieram outros em sequência. Os feixes luminosos cortavam o planeta, atravessando-o de um lado ao outro, até então reduzi-lo ao pó do qual havia sido criado. Fragmentos do sol haviam tornado a Terra um deles, fazendo-a voltar a ser um deles.
Apesar da cena ser um grande espetáculo para os olhos, o Park conseguiu desviar sua atenção por um minuto, apenas para olhar para o lado e encontrar um Byun com as bochechas róseas e molhadas pelas lágrimas que desciam sem que ele percebesse. Naquele momento, sentiu vontade de abraçá-lo, e, de fato, o fez.
Aquele ainda era o segundo dia de viagem e talvez tivesse sido o mais conturbado e marcado por brigas que já viveram, mas jamais imaginariam que terminariam daquela forma. Jamais passaria pela cabeça de qualquer um dos dois que algum dia estariam juntos, abraçados daquela forma, enquanto assistiam sua primeira casa ser convertida em poeira cósmica.

O dia em que o mundo acabouWhere stories live. Discover now