nossa última briga

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Mesmo com tudo o que aconteceu eu vou sempre lembrar do teu sorriso. Das nossas mãos juntas, unidas em um choque surreal que até os buracos negros invejam a intensidada.
Desde que você foi embora sou uma drogada em recuperação, sofri o caos da abstinência nas incontáveis noites frias de um verão cinzento sem sua pele na minha.
Eu ainda lembro dos pensamentos que me afloravam de madrugada, quando o que eu mais queria, era ir ao encontro de você sob as luzes baixas da cidade, espelhadas no seu olhar incandescente que sem dúvidas nenhuma, me fariam confessar sem palavras todo o meu amor por ti.
Não imagina quantas vezes eu quis te mandar um sinal de fumaça, como nos velhos tempos, na intenção de te fazer perceber o quanto eu queria-te de volta.
Perdi a conta de quantas vezes eu pedi as estrelas uma carona com os aviões, para que eles me levassem a tua morada.
Eu em silêncio com os lábios serrados, travesseiro ensopado e o peito em soluço pedia aos céus que tu me procurasse pedindo desculpa pelos erros que esquecemos de cometer.
E quando tudo estava dando errado e o vento soprava forte demais eu com medo queria tu pra me colocar na redoma de vidro.
Eu passei tanto tempo te querendo de volta que esqueci de me querer, e quando tu me procurou eu percebi que havia cicatrizado minhas feridas com você dentro delas. quando tu me fez desesquecer as lembranças que fizemos juntos eu senti um abismo entre a garota que eu costumava ser e a que eu me tornei depois q você foi embora.
E agora que a gente conversou novamente, em uma fase de estar aqui por você sem nem perguntar como o outro está, tivemos nossa última briga, resumida em coisas que eu já queria ter dito, porquê me sufocavam e um áudio de quem pareceu muito magoado em ouvir o que precisava ser dito.
Verdades que escondi debaixo do tapete, da porta de entrada para essa segunda chance de algo, mesmo que nunca tivemos nem a primeira.

vitral de corações quebrados Onde histórias criam vida. Descubra agora