- Você o quê?
Minho suspirou. Ele havia ido conversar com o rapaz assim que sua aula terminou e se para contar o que tinha feito havia custado-lhe uns minutos, para receber uma reação do outro perdeu a conta.
- Fiz uma aposta com Lee Taemin, das Ciências Econômicas. - Jonghyun deixou a caneta entre seus dedos cair sobre a mesa e retirou os óculos, esfregando as têmporas, desacreditado e boquiaberto.
- Me diz que tem mais de um Lee Taemin nesta instituição além do que eu estou pensando.
Minho encolheu os lábios inocentemente e Jonghyun estava pronto para perguntar se seu amigo havia perdido a cabeça completamente quando ele o interrompeu:
- Não foi nada sério, relaxa.
- Acredite, eu não quero realmente saber a resposta, mas: como foi que isso foi acontecer? - Minho suspirou.
Certo, a parte complicada.
- Você sabe como ele é, não liga para nada, não estuda ou ao menos presta atenção nas aulas, não sei nem o que o fez frequentar todas elas hoje. - ele começou e Jonghyun assentiu. - Taemin age como se pudesse controlar o mundo, mas... Eu não sei, sabe, quero dizer, ele é só uma criança e... - ele balançou a cabeça. Não era a primeira vez que pensava sobre isso. Simplesmente tinha algo de muito errado naquele rapaz, e nada a ver com como se portava ou se vestia, só algo que não se encaixava; e uma espécie de coisa-ainda-sem-definições dentro do alfa o empurrava para fazer algo, não deixar passar em branco. E quando levantou os olhos contemplativos do sofá para o moreno na escrivaninha, havia aquele sorriso conhecedor que Jonghyun tinha e deixava-o com vontade de socá-lo.
- Uhum. - ele disse e Minho estreitou os olhos, ameaçador, em seguida bufando. - Continue.
- Enfim. Eu acho que Taemin só precisa de paciência e um empurrão.
- Então você foi e apostou em plena sala de aula com uma criança exatamente por que mesmo?
- Eu apostei que ele não conseguiria ser um aluno modelo até o final do semestre. - Jonghyun iria discutir imediatamente com paus e pedras e um grande sermão que havia bolado enquanto o outro contava a história, mas então algo pareceu clicar em sua expressão. Ele contemplou sua mesa por uns minutos com dedos sob a mandíbula bem definida e ali se formou um olhar de pode ser que funcione. Afinal, Jonghyun conhecia tanto a natureza difícil do garoto quanto que, diferente dos outros, gastava-se ao corpo administrativo e professorando pensamentos a mais para chamar sua atenção, uma vez ele sendo da família que era. Extremamente problemático. Mas talvez essa seja uma forma para um empurrãozinho indireto, afinal por discurso de ética é que o pirralho não mudaria. - E... - Minho acrescentou com uma hesitação que fez o outro estreitar os olhos mais uma vez. - E que em troca eu seria como ele.
O moreno mais velho estapeou o rosto na ideia estúpida, estava realmente muito bom para ser real.
- Você quer dizer andar por ai com roupas pretas de couro e cuspindo palavrões, não é? - Minho afirmou com a garganta e Jonghyun recostou-se na cadeira balançando a cabeça negativamente. - Quantos anos você tem mesmo, adulto? Olha, não sei se isso é uma boa ideia, Minho, não posso ter um professor vagando por ai assim, os pais dos alunos podem não gostar.
Os pais de Jonghyun eram do primeiro círculo também, donos da exata universidade e mais duas escolas de elite, caras demais para qualquer família abaixo do terceiro círculo que não tenha pelo menos um gênio para disputar uma bolsa. Eles eram amigos desde a infância, porque sempre estudaram juntos, e embora Minho tenha terminado os estudos básicos bem mais cedo, lá estava o filho único dos Kim, ajudando seu pai na parte executiva e aprendendo sobre os negócios antes que seja seu tempo de herdá-los.
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Intrínseco
FanfictionLee Taemin é um ômega milionário de temperamento explosivo, um passado problemático e lava nas veias, que carrega um complexo de ódio sem precedentes sobre o jovem alfa gênio todo-perfeito professor da universidade, Choi Minho. Após uma desastrosa a...