Intrínseco

Capítulo 3

- Choi Minho é um grande filho de uma boa mãe que troca serviços sexuais por compensações monetárias. - em um sorriso tão verdadeiro quanto sua tranquilidade, ao ocupar uma das cadeiras de sua típica mesa, Taemin anunciou aos dois amigos, completamente frustrado.

Após uma semana e meia naquele maldito teatro que estava ameaçando explodi-lo como uma caixinha surpresa, Taemin ficou maravilhado com a quantidade de brechas que poderiam substituir seus inúmeros palavrões por hora e contornar a violência de Kibum; o próprio estreitava a sobrancelha ameaçadoramente todas as vezes, mas Jongin escondia um sorriso no punho.

- O que foi dessa vez?

Taemin olhou para suas pernas irritantemente alinhas e suspirou profundamente para não sair quebrando tudo em sua frente e praguejar para o inferno todas e quaisquer almas ocupantes da RU naquele instante. Ele sentia sua pele toda pinicar com calor, tanta raiva sentia - o que foi dessa vez? O que foi dessa vez?!! Bem, por onde começar?

- Não adianta, Kibum. - ele finalmente disse, o loiro baixando seu livro em posse mais os óculos do rosto para escorar os braços sobre a mesa e prestar atenção no drama. - Eu estou tentando, eu juro, surpreendentemente algumas matérias são bem simples, me arranca uma energia do inferno pra assistir, mas ainda da pra pegar. Mas tem outras que... - ele suspirou novamente fechando os olhos, irritadiço. - Urgh! Como pode a matéria daquele idiota ser tão difícil?! Ele fala grego para mim, eu gastei meu precioso final de semana nessa porcaria para nada! Jinki hyung quase desmaiou quando me viu com um livro. Um livro! Século XXI e nem a merda da internet me ajuda. Ainda não entendo uma vírgula. Nem mesmo a daquela maldita recuperação que eu passei as férias determinado a esquecer e funcionou!

Kibum teve de lutar para reprimir um sorriso, porque era engraçado ver na prática o tamanho da influência do professor sobre aquele garoto - veja bem, ele nunca imaginou que veria Taemin assistindo alguma das aulas seriamente algum dia, quem dirá se esforçando a sério -; Kibum de alguma maneira estudou aqueles dois, especialmente o Choi, desde aquela aposta ridícula, afinal um profissional tão sério quanto o alfa apostando com um dos alunos - principalmente encrenqueiros como o garoto a sua frente - parecia apenas irreal, e lá estava ele, e o loiro passou, então, a criar teorias consigo mesmo sobre aquilo tudo. E, bem, se estivesse certo e realmente Minho havia bolado um plano para driblar aquele pirralho... Bem, ele era um gênio, porque para a infelicidade do mais novo estava dando terrivelmente certo.

Jongin ria com o canudo do suco ainda entre os dentes, e a sobrancelha arrogante de te avisei faziam Taemin querer estapeá-lo.

- E por que você não pede ajuda? - Kibum deu de ombros.

Taemin escorou os cotovelos sobre a mesa e tampou o rosto com as mãos com um gemido frustrado - para o inferno aquele alfa maldito. Como chegou àquele ponto? Taemin estava sim pronto para socar novamente seu orgulho e de fato implorar ao amigo loiro para ajudá-lo além daqueles tantos papéis que ele havia jogado sobre si desde o começo daquele problemão, quando uma presença ao lado da mesa limpou a garganta para chamar a atenção. E rapidamente a garota, que parecia da mesma idade que eles e o ômega nunca havia visto na vida, avermelhou-se com o instantâneo olhar dos três.

- Ahm. - ela começou e Kibum ergueu uma sobrancelha, surpreso. As pessoas pararam de se aproximar deles quando Taemin estava perto logo nas primeiras semanas de aula dele e Jongin por motivos óbvios. Desta vez, Taemin se segurou muito para não enxotá-la por ter interrompido uma conversa importante. - Oppa, podemos conversar um segundo?

Taemin ia revirar os olhos, porém fez uma careta quando seu cérebro clicou que ela estava de fato se referindo a ele, sua mente trabalhando rápido para ferver a parte dela que armazenava gentilmente todo tipo de xingamentos que poderia ser usado para deixar uma pessoa implorando por misericórdia. Como ela se atrevia, quem ela era para pensar que ele conversaria com ela por qualquer motivo que fosse - porque podia ter se passado um tempo desde que as pessoas por ali desistiram de se tornar próximas a ele e atravessar seu casco protetor, mas ele se lembrava de como faziam, e especialmente o por que de fazerem. Ainda mais com aquele cheiro horrível de canela e frutas cítricas – que combinação péssima -, o que infernos uma alfa, uma alfa, pensava que poderia ter para dizer a ele? Pelos céus.