Deixando o Ninho

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Eu não sei por quanto tempo eu corri , toda a cidade estava sendo saqueada por banidos do Rei . Corri até uma taberna que se encontrava perto da divisa da cidade , entrei lá com a cabeça baixa . Se meu pai estivesse aqui estaria me repreendendo , afundei mais ainda a reputação da família. - Olha que temos , carne nova . - Homens gritavam e meretrizes riam alto . Senti alho enrolando em meu pescoço . Era uma mão áspera . - Creio que essa é donzela . - Um homem barbudo disse ao meu ouvido , o cheiro de Run me deixava enjoada . Tentei sair de seu aperto . Ele me obrigou a olhar-lo ele era feio e barbudo e sujo. - Ela é arisca . - E apertou meu queixo . - E macia . - Então alho fez o capitão recuar . - Eu estou reivindicando a dama . - Uma voz de anjo feminina e muito familiar disse atrás de mim . - Josefine ? - Sussurrei e as lágrimas caíram antes mesmo de me virar . - Serafine ? Minha irmã ? - Nos abraçamos assim que me virei . - Achei que estivesse morta .- Disse sob as lágrimas . - Papai e Mamãe estão . - Vi o ódio cintilar em sua íris verde quando mencionei papai. - Eu estou perdida , eles possuíram a casa . - Ela me arrastou para fora da taberna e nos sentamos em dois barris que estavam jogados . Ela me abraçou no que parecia uma eternidade . Depois de muito silêncio ela deixou escapar . - Venha comigo para La Prata . - Eu ri e ao mesmo tempo chorei , não via minha irmã à anos , não sabia se ela era confiável ou se ainda era a pessoa que eu conhecia. Mas o que me convenceu foi o que ela falou a seguir . - Será algumas semanas à navio . - Então uma pontada de felicidade chegou aos meus lábios . - Sim . Eu vou mas como entraremos ? - Ela sorriu mostrando suas covinhas , minha irmã não perdeu a classe , suase roupa era impecável e seu sorriso magnífico. - Eu sou esposa do capitão .

A música alta ecoava até o caminho ao navio e o sol estava brilhando com força total . Eu estava exausta por ter corrido e em nenhum momento havia descansado , olhei encantada para ao grande navio rústico à minha frente , o mesmo navio que eu vira quando estava nadando . Vi algo se despencando à minha frente . - Cuidado com o Thunder . - Um homem estava pendurado pela corda , de onde será que ele saiu ? - Dhigo , cuidado com minha irmã . - Josefine educadamente se referiu ao homem despido à nossa frente . Ninguém o ensinou que era contra a etiqueta exibir o peitoral ? - Vossa irmã Mademoiselle ? - Ele prontamente desceu e ofereceu o braço para me ajudar a caminhar em direção ao navio . Josefine parecia acostumada a caminhar , seus cachos loiros não saiam do lugar e sua postura era impecável . E meu pai dizia que ela era uma perdida , ele com certeza era cego para dizer algo sem cabimento. Ele me ajudou a me equilibrar e eu me encantei . - Permita-me que eu lhe mostre o navio ? - Ele disse com o sotaque arrastado. Assenti e antes de seguirmos minha irmã disse. - Sem tocá-la , vou ao encontro de meu marido . Mostre à ela seus aposentos . Obrigado Dhigo . - Ela deu dois tapinhas em seu rosto e sorriu , seguindo para dentro . Dhigo ofereceu seu braço ,ele não era tão mal cheiroso quanto eu imaginava . - Mostre me o caminho ... mas antes .- Fiz um sinal para esperar e me apoiei em seu braço para tirar meus sapatos . Ele fez uma cara confusa , ele não deveria esperar por essa , sorri e caminhei com ele .

Que tipo de navio é esse ... hã Sr Dhigo.  - Tentei disfarçar meu entusiasmo por esta em um navio. - Thunder é o navio mais especial , ele é do tipo Galeão . Ele deveria ser lento mas o segredo está no seu material . Ele tem capacidade para duzentos homens mas não necessitamos de uma tripulação tão grande . - Então deixei a admiração tomar conta de mim . - Quantos canhões Sr. Dhigo ? - Seus olhos assumiram um aspecto de admiração . -  Setenta canhões senhora . - Passamos pela adega e uau como era grande esse navio ! - Sr. Dhigo poderia me explicar como foi feito ? - E com todo prazer ele começou a falar . - Balizas são as vigas que se desenvolvem daquilha, em formas transversais de forma geralmente curva, podendo ser lineares ou em "L", a meia-nau. Estão situadas no fundo da embarcação e ligam-se a chapas verticais  para formar o duplo fundo do navio. Estas chapas de caverna são perfuradas por orifícios denominados boeiras, cuja função é permitir a passagem de pessoal para eventuais inspeções, assim como escoar fluidos que entretanto se aglomerem. Ao conjunto de balizas é dado o nome de cavername.Vaus - Vigas horizontais que que unem as balizas entre si segundo um plano transversal. Apóiam-se em esquadrosmontados nas balizas. Os esquadros são peças, geralmente triangulares, que aumentam a resistência da junção.Longarinas - Vigas horizontais que unem igualmente as balizas entre si, contudo, segundo o plano longitudinal da embarcação.Quilha - Chapa ou viga mestra do navio. Costuma ser a primeira peça a ser assentada durante a construção de qualquer embarcação. Constitui a espinha dorsal da embarcação e percorre todo o seu comprimento. - Ele baixou o olhar encabulado - Perdoe - me senhora não queria infortunado - lá . - Sorri para ele . - Sr Dhigo , faremos um trato . Quero que todos os dias me ensine algo . Você estar de acordo ? - Ele sorriu e assentiu .

Sr Dhigo poderia me conceder calça e uma blusa ? - Ele riu devido ao meu pedido .- Mademoiselle , pedido estranho . Vou acompanha-lá até seus aposentos . Sr. Dhigo trouxera tudo que eu havia solicitado e ainda preparou meu banho , logo após veio avisar que eu teria um jantar com o capitão e minha irmã , ele havia dito que eu causaria um reboliço devido aos meus trajes . Admirei cada peça de arte que tinha em meu aposento . Essa seria uma viagem interessante .

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