-O avião irá aterrar daqui a 5 minutos. Agradecemos que coloquem os cintos de segurança.

   O comandante do avião falou. Eu suspirei e coloquei o cinto em volta na minha cintura. Vários passageiros riam e conversavam alegremente como as suas férias iriam ser maravilhosas na cidade inglesa. Londres.

- Caros passageiros, acabamos de aterrar. Obrigado por escolherem a nossa companhia aérea. Da minha parte e da tripulação, desejamos o resto de bom dia e boas férias.

   Foram ouvidos aplausos e gritinhos histéricos por parte de adolescentes, desejosas de ver os tão famosos rapazes ingleses e as lojas lotadas de roupa. Demasiado vulgar. Eu saí do avião quando este já estava completamente vazio e silencioso. Percorri a pista rapidamente e entrei no pavilhão do aeroporto.

- Pérola! Hey, aqui Pérola!

   Ouvi o meu nome a ser gritado por uma rapariga. A minha querida prima Maggie. Ela veio a correr até mim e abraçou-me, fazendo com que as minhas malas caíssem dos meus braços.

- Que saudades! Ainda bem que vens de vez!

- Estás a matar-me…não consigo respirar.

   Ela largou-me e desculpou-se.

- Querida, ainda bem que chegaste.

   Eu abracei a minha tia Susan. Elas caminharam-me até ao exterior do pavilhão, onde entramos no carro da minha tia e esta ligou-o começando a guia-lo pela autoestrada.

- Novidades de Lisboa?

   Eu olhava atentamente para a paisagem londrina. Tudo igual desde a última vez que cá vim. Sempre igual. As mesmas casas cor de cimento, as lojas de roupa e afins lotadas de turistas e o sol, nem sinal dele.

- Não, está tudo na mesma. Tal como Londres.

   Elas riram. Eu nem acredito que vou passar o resto da minha vida aqui. Não acredito mesmo.

- O que tu tens contra Londres? Ou mesmo Inglaterra?

- Oh deixa-me pensar…

   Maggie olhava atentamente para mim, enquanto eu fingia que pensava na resposta certa para lhe dar.

- Oh meu Deus! Lembrei-me… o facto de eu ter deixado a minha mãe sozinha em Portugal e por sorte, não sei, o Karma não se lembrar de me colocar o meu pai à minha frente depois de ele nos ter abandonado para vir para… Inglaterra!

   A minha tia suspirou e respirou fundo. Demasiado fundo. A minha prima deitou-me a língua de fora e virou-se de novo para a frente. Revirei os olhos e coloquei a minha cabeça no vidro da janela.

- Vai correr tudo bem, afinal, vens simplesmente estudar e depois se quiseres ir embora…

   A minha tia tentou explicar a minha “nova vida”.

- Isso não vai acontecer. Eu não posso ir embora, eu prometi à minha mãe que iria arranjar trabalho, casa e na brincadeira, um namorado para casar e traze-la para cá. Eu nunca quebro as promessas que faço.

   O silêncio reinou no carro depois de eu ter falado. Eu fechei os olhos, só mesmo por fechar. Pensei em tudo o que tinha de conquistar para puder dar uma vida digna e boa à minha mãe. Tinha de terminar a faculdade com altas notas, arranjar um ótimo emprego e comprar uma casa. Não iriamos ficar de caridade na casa da minha tia. Isso não! Era abusar da sua bondade, tipo, para sempre!

- Hey dorminhoca, cá estamos! Bem-vinda a casa.

   Eu não estava a dormir, mas não lhe tirei essa satisfação. Maggie é a pessoa mais otimista e divertida que conheço. Ela e eu, não temos nada, mesmo nada igual. Somos completamente diferentes. Ela não teve o mesmo estilo de vida que tu! O meu subconsciente lembrou-me.

- A casa já não te é desconhecida, podes ir arrumar as tuas coisas. Eu vou preparar-te um lanche.

   O sorriso da minha tia era encantador e lindo. Eu agradeci e peguei nas minhas malas e corri escadas a cima, para encontrar a paz do meu novo quarto.

- O meu quarto…

   Suspirei ou entrar no enorme quarto. Era tão grande como a minha casa em Lisboa. A cama de madeira branca com detalhes dourados, o enorme roupeiro com portas de vidro, a secretária da mesma madeira da cama encontrava-se vazia, mas depressa a vou encher de tralha que trouxe comigo. A varanda privada com roseiras vermelhas em volta… um sonho de quarto. Simplesmente um quarto. É isso, um quarto.

- Já arrumas-te tudo?

   Maggie estava encostada da ombreira da porta do quarto.

- Está quase. Eu não trouxe nada, mas quero tudo organizado.

- Bem, vem comer. Deves de estar cansada da viagem.

   Eu sorri e descemos as duas até à cozinha.

- Tia, quando tiver casa, quero uma cozinha igual à tua.

   Ela riu divertida. A cozinha era muito simples. Branca como quase todas, mas era espaçosa o suficiente para não só ser cozinha, mas como lugar das refeições. E cheirava sempre a limpo e jasmim.

- Come, deves de estar cheia de fome. Como sempre.

   Na mesa encontrava-se pão, bolos, sumo, leite, compota, manteiga, queijo, fiambre… é melhor parar de analisar e comer!

- Eu disse que ela tinha fome! Ela tem sempre fome!

   Eu revirei os olhos à infantilidade da minha prima. É óbvio que eu não tenho sempre, sempre fome. Só de 5 em 5 minutos!

- Está tudo muito bom, tia.

   Eu falei de boca cheia. Eu sei que quando for velhinha serei gorda. Mas não quero saber!

- Eu vou abrir! E Pérola, tem cuidado para não te engasgares.

   Alguém tinha tocado na campainha. Maggie foi ver quem era.

- Mãe, são eles!

- Vou por mais comida na mesa.

   Maggie tinha gritado ainda na porta. Ouvi alguns risos e passos apressados até à cozinha.

- Susan, tem bol… ham, olá.

   O rapaz ficou a olhar para mim feito parvo. Como se eu fosse um ser doutro mundo ou assim.

- Olá.

- Niall, não comas tudo! Ah, têm visitas… olá, sou o Harry.

- Pérola.

   Eles, os dois rapazes, fizeram uma cara do tipo, “ o que é que ela disse?” e eu ri.

- É a Pérola, filha da minha irmã. Ela é minha sobrinha, vem viver uns tempos connosco.

- Ah… como é mesmo o teu nome?

   O rapaz loiro, Niall ou assim qualquer coisa, perguntou.

- Pérola. Como a joia que as mulheres usam.

   Eles lançaram um “aaaaaah” em conjunto. Perceberam, os espertos! Eles sentaram-se na mesa e começaram a comer. Devem de ser amigos de casa.

- Eu vou para cima, ainda tenho muita coisa para arrumar.

- Prazer…

   Eles tentaram dizer o meu nome, mas não o disseram, fazendo-me rir até à exaustão.

- Adeus, meninos que não sabem dizer o meu nome.

   Eles riram juntamente com a minha tia e a minha prima.

   Quem diria que era assim, com risos, que tudo iria começar. 

Hey! Nova fic!  Eu queria mudar de "ares" e um dia escrevi isto kkkk nao sei quando vou publicar outro, mas fiquem atentas :P Kisses e espero que gostem! <3

Pérola(Harry&Niall) Onde histórias criam vida. Descubra agora