Por detrás da escuridão

Capítulo 1

Como começar??Poderia contar tantas coisas sobre mim,poderia simplesmente escrever páginas e páginas,minhas amigas sempre dizem,as suas histórias dáriam um livro,uma novela... poís é...

Mas dessa vez vou começar por aqui Julho de 2018 quando inscrevi no teste Celp Brás para o Brasil.Queria tanto estudar no Brasil,medicina,isso mesmo é o meu sonho... Inscrevi mas o teste era exacmente no dia 1 de Outubro,no dia do meu aniversário.
Em Agosto exacmente em Agosto que tudo começou,que o fim do mundo em minha vida iria começar,que terramotos,tsunami,desabamentos,me atingiram todos de uma só vez.
Do que estou a falar?Da escuridão que tornaria minha vida.
Já tinha desistido de fazer medicina em Portugal devido a minha média 16,22 valores,e também por estar apaixonada por um cara.É me declarei a ele,chorei por ele,até que ele me propôs uma coisa,um mês sem falar com ele.Imaginem uma pessoa apaixonada ficar um mês sem falar com o cara.
Fiquei bué bué triste,até que chegou um dia em que decide sair dessa tristeza.Pensei será que ele não está se divertindo e eu aqui chorando pra dedeu.Foi então que limpei as lágrimas e decide seguir em frente.
Como já tinha dito candidatei para o Brasil,mas foi um pesadelo...porque fiz tudo sozinha,corri atrás dos papéis,até caí de tanta pressa,feri mas continuei andando e lutando para candidatar.Deu vários problemas mas consegui candidatar encima da hora.
Naqueles mesmo dia de luta para candidatar-me minha avó materna internou no hospital com um problema sério que colocava a vida dela em perigo.
Seu coração não bombiava sangue,havia uma deficiência que poderia parar o coração dela a qualquer momento.Soubemos que havia uma só solução, colocar uma máquina(pilha)no coração dela,mas isso só ocorria em Portugal,aqui em Cabo Verde não havia o material e minha avó no seu estado não podia viajar.
Aí começou o desespero e dias obscuros.A nossa família caíu em dias triste,e iniciou uma rotina que somente o hospital era nosso destino.
Caras triste e molhadas descreviam a nossa família,havia momentos em que não acreditavamos mais que minha avó se salvaria,mas também nunca perdemos a fé.
Depois veio a solução trousseram de Portugal a tal máquina e no dia do meu aniversário a noite puseram-na com sucesso.
Lembro-me que neste dia levantei bem cedo para fazer o teste Celp-brás,depois a tarde foi para o hospital ver minha avó,chuvia muito,mas isso não me impediu de receber as bênçãos dela no meu aniversário. Nem fui comemorar porque minha avó estava no hospital e a família não tinha espírito para comemorações.No outro dia soubemos que ela tinha sido operada no dia anterior e que fora um sucesso.Fiquei tão contente e emocionada porque foi exatamente no dia do meu aniversário e foi um sucesso.
No dia 5 de Outubro ela já estava em casa e veio ficar exatamente na minha casa.
O pesadelo que pensávamos ter  passado ainda estava só começando...É pois é....
Minha avó gritava de dor por ter uma ferida nas nádegas,nos pensávamos que fosse algo normal...aí quando o enfermeiro veio e tirou o curativo veio o trauma...era uma enorme ferida meu deus,meu punho fechado cabia lá dentro.O nome dela é escara,surgem em pessoas muito tempo acamadas sem movimento.Era tão enorme que parecia uma cratera no meio das nádegas.No dia seguinte minha avó foi encaminhada para o Hospital de novo para uma segunda operação de urgência,eu devido aos acontecimentos senti-me mal,minhas pernas não mexiam,meu coração estava acelerado,falta de ar,fadiga,e perda inconsciente dos sentimentos.Foi um dia horrível.
Sofro de ataques de ansiedade mas naquele dia foi o pior dos ataques queu já tive.Até quando vieram buscar a minha avó,queriam me levar na ambulância.Mas os bombeiros me deram assistência em casa e se não tivesse recuperado eles voltariam para me levar.
Foi assim o dia trágico,minha avó voltou de novo para casa no dia seguinte.
Acham que já passou??Nada disso havia ainda uma grande luta pela frente,acustumar com um doente idoso rebelde.Os primeiros dias foram dias difíceis,muitos difíceis.Eu vivia irritada,minha avó não colaborava era ataques sobre ataques de ansiedade,tinha esperança que meu nome iria sair para estudar fora,aí veio a resposta.Tinha passado no teste Celp-Brás,mas não fora selecionada para estudar no Brasil.O porque?Nem eu sei dizer.So sei que senti uma dor incomparável,inesplicavel,chorei de boca aberta como se tivesse morrido algo dentro de mim.Dor demais.Muitas pessoas achavam exagero,mas poucos podiam compreender a minha dor.Desde que minha avó veio morar aqui em casa eu tornei uma mobília de casa,não tenho tempo livre,se tivesse era pouco,sem contar que minha mãe não gostava queu saísse.
Não cantava mais,não escrevia mais,nem na minha varanda eu ficava,so coisas queu gostava de fazer,não via filmes nem série...minha vida resumiu a cuidar da minha avó,porque minha mãe e minha tia íam para o trabalho.Eu era a única neta que não estudava no momento.Viajar para o Brasil e fazer medicina além de ser um sonho seria o meu refúgio,aonde iria encontrar minha liberdade,minha autonomia,aonde iria fugir da realidade aonde estava presa.Eu tinha tantos problemas de todo o tipo,era ansiedade,tristeza,vontade de estudar,vontade de ser livre,era a pressão aqui em casa com a doença da minha avó,era auto estima,pois eu me achava feia e tive que cortar o meu cabelo todo porque tinha se estragado.
É caros leitores minha vida tornou um pesadelo só.
Até fiquei dias sem um pingo de vontade para viver.Nem na minha vida musical estava com sorte,nem lhes falo da vida amorosa,pior ainda.Aquele cara voltou mas eu que já não o queria mais,depois dele veio mais dois,os dois me enganaram,um se desculpou pois reconheceu seu erro e o outro é um completo canália.
Pois é depois desses dois eu simplesmente nem preciso dizer que meu coração fechou,tinha tanta raiva dos rapazes que eu não conseguia confiar em ninhum.Minha amiga ofereceu-me um mega livro,esse livro era uma bela arma para as mulheres,como eu "boazinhas".
A vida cá em casa estava o mesmo,mas ao menos já estávamos bem acustumadas,eu tentava lidar com a situação,com um sorriso no rosto mas sempre chegava uma hora queu simplesmente desabava.Pois chorar não defenia minha fraqueza pelo contrário,me tornava mais forte...